sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

FRANÇA | SERÁ UM TURBILHÃO QUE DOMINA A POLITICA DO PAÍS | todavia refletem o que também deviamos estar a refletir: cultura e inteligência artificial

 



Palavras da Ministra da Cultura:

«L’intelligence artificielle est un défi pour les acteurs culturels. Elle nécessite de trouver les voies pour des modèles équitables qui permettront de préserver la création humaine. Ces voies sont bien sûr celles de la transparence sur les données utilisées par l’IA, et celles du respect des droits des créateurs.
L’intelligence artificielle c’est aussi une véritable révolution industrielle pour le monde culturel, avec des potentialités multiples, et dont il s’est pleinement saisi ! 
C’est ce qu’illustre le Week-end culturel, en amont du Sommet pour l’action sur l’intelligence artificielle, en mettant la lumière sur la richesse de la production artistique mondiale lorsqu’elle s’empare d’un tel outil. Il invite à une réflexion sur les enjeux que cette technologie soulève et sur les opportunités pour le monde de la culture. 
Ces potentialités multiples ne pourront être pleinement exploitées et donner lieu à de nouvelles richesses de créativité que si nous répondons pleinement et clairement aux questions que soulèvent l’utilisation de l’IA dans les domaines culturels. Et l’horizon indépassable de notre modèle culturel, c’est ce paradigme qui sanctuarise le droit des créateurs ou par exemple l’auteur d’un contenu d’information, d’être rémunéré lorsque leur production est exploitée.
Bravo à tous ceux qui ont répondu présents pour proposer des expériences extraordinaires et favoriser la rencontre entre les disciplines.
Je vous souhaite un excellent Week-end culturel, propice à la découverte et aux débats !».

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

HAJA DECORO !

 

 
Reprodução:

«A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, foi esta quarta-feira a Vila Real dar esperança à companhia de teatro Filandorra, que, há cerca de 15 dias, se manifestou contra nova exclusão do programa de apoio da Direção-Geral das Artes, apesar de considerar ser elegível para o receber.
 Notando que está a tentar encontrar soluções para “erradicar desertos culturais” em Portugal, a ministra disse que visitou a Filandorra para “estudar soluções futuras” para que o Ministério da Cultura “consiga chegar a todos os territórios, agir no país e construir a partir do diálogo”.
Dalila Rodrigues afirmou estar consciente de que há, em Portugal, companhias de teatro com provas dadas que ficaram para trás no concurso ao Programa de Apoio Sustentado às Artes, mas sublinhou que não quer, em circunstância alguma, “interferir num procedimento concursal que ainda está a decorrer”. O diretor artístico da Filandorra, David Carvalho, admitiu ter ficado com esperança de que “esta ministra da Cultura resolva o problema o mais rapidamente possível”. Se não houver apoio haverá novas manifestações. “Nós não vamos arredar pé”, avisou».
 
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Veja posts anteriores relacionados
 

«Carlos Paredes _ Nome de guitarra»

 


 
 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

«A minha música sempre foi um poderoso meio de dissidência para mim, sendo capaz de transformar sentimentos pessoais em formas de plenitude e de protesto»

 

“Uma mão cheia de músicas, de lugares de histórias de vida, por vezes mais escuras, outras mais luminosas, mais rítmicas, outras mais jazzy, sempre com um pé em Lisboa e outro fora. Onde o modo de tocar guitarra do passado se encontra com o de hoje! A minha música sempre foi um poderoso meio de dissidência para mim, sendo capaz de transformar sentimentos pessoais em formas de plenitude e de protesto. Ser eu próprio no mundo com a minha música e a minha guitarra!”. Saiba mais.
 
 

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

RELATÓRIOS

 

 


 
 
Chegámos ao Relatório da imagem via newsletter da   TEFAF:
 
 Fomos logo  agarrados pelo que nos era dado ler e ver. Clareza de conceitos. Domínio das técnicas para divulgação e comunicação de que na circunstância o RELATÓRIO é «pedaço».  Veja-se a «beleza» e o «conteúdo» do site de que faz parte. De há muito que o «SITE JÁ É O RELATÓRIO».
Por esse mundo fora discutem-se Planos e Relatórios. O paradigma DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL foi motor. No nosso País não nos falta legislação que aponta para o NOVO. Aqui no Elitário Para Todos por vária vezes temos chamado a atenção para o assunto. Mas nada, o que nos trazem por exemplo na esfera da LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO: mais Comissões, mais Grupos de Trabalho, mais ... Tudo assente numa GESTÃO LEGALISTA. Não chegaremos lá se a PRESTAÇÃO DE CONTAS não for mais do que isso. Talvez ver este post.
As ORGANIZAÇÕES DA CULTURA, não se duvida, poderão qualificar o que aqui está em causa, através da sua prática  e das sua reflexões. Da sua arte. Para isso o SETOR TEM DE SER ENCARADO DE FRENTE. Entretanto, bem sabemos, têm de cumprir «a lei»:

Artigo 26.º Relatório de atividades e contas 
1 -  As entidades beneficiárias de apoio entregam um relatório de atividades e contas com a periodicidade definida no contrato e elaborado segundo formulário disponibilizado pela DGARTES no seu sítio na Internet. 2 — Nos programas de apoio que incluam o domínio da circulação internacional, para efeitos avaliativos da atividade desenvolvida, as entidades beneficiárias entregam também uma declaração emitida pela entidade de acolhimento do projeto, conforme formulário a disponibilizar pela DGARTES. Veja aqui.
 
Ai, os «malditos formulários» - com eles onde estará o espaço  para Relatórios atrativos que seduzam  os destinatários institucionais, os profissionais do setor, os públicos atuais, e os potenciais, e ...
Ah, parece-nos que é de não mimetizar o que nos vem dos «poderes». Nomeadamente quanto a calendário de prestação de contas, como no que diz respeito ao que está «lá dentro» destes suportes documentais ... Ilustrando, nesta data, faça o seu juízo: 

captado  a 28 jan 2025 - Saiba mais |não resistimos: reparámos na «nota»
 
 Outro endereço, a favor do que se vem adiantando:



Para terminar, voltemos à CER, para nos ajudar a reafirmar  que os RELATÓRIO não são (não podem ser) peças burocráticas, mecanicamente elaboradas:
 

«Impact Reports - Our Impact Report recounts the work of CER and its impact, while providing an overview of future ambitions and opportunities. Read on to learn about our partners and how we support locally-led responses to heritage under threat. The contents include the director's letter, the year in review, CER in numbers, CER map, programme highlights, and programme reflections. Download the report to access its interactive features and read CER stories at your own pace». Veja aqui

 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

«Se Isto é Um Homem»

 

Veja aqui na RTP play

 

«Para nunca esquecer. Docudrama do cineasta italiano Marco Turco que traça a tragédia do Shoah através da história do escritor italiano Primo Levi.

Devido a um acidente ocorrido durante uma caminhada nas montanhas, Primo Levi é resgatado por um homem que ignora a sua história e nem entende o significado do número tatuado no seu braço. Levi sente necessidade de, mais uma vez, contar a sua história e, com ela, a tragédia do Shoah. Enquanto fala sobre a sua vida, Levi descobre a identidade do seu misterioso interlocutor.
Março de 1982. Ao caminhar sozinho pela montanha, Primo Levi torce o tornozelo. Ferido e à beira de um precipício, é salvo por um homem misterioso que o leva para a sua cabana, o trata e lhe oferece a sua hospitalidade. É a ele que Levi conta a sua história: a infância em Turim, a escola, as leis raciais e o seu breve período na Resistência até à prisão a 13 de Dezembro de 1943, quando se declara judeu em vez de membro da resistência para evitar ser baleado.
Primo Levi foi inicialmente levado para o campo de Fossoli, e depois deportado para Auschwitz a 22 de fevereiro de 1944, onde permaneceu até 1945. Ao regressar a Turim, o escritor sentiu necessidade de contar o que aconteceu em Auschwitz e nos demais campos de concentração. "Se Isto É Um Homem", livro rejeitado pela editora Einaudi, foi publicado por uma pequena editora e vendeu apenas mil exemplares, mas recebeu uma boa crítica de Italo Calvino. Levi permaneceu como escritor de tempos livres até 1956, quando o livro foi republicado pela Einaudi e se tornou um sucesso internacional.
O filme retrata a vida de um dos escritores italianos mais conhecidos, cuja história é um símbolo da maior tragédia coletiva do século XX». Tirado daqui.

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Lembremos da Companhia de Teatro de Almada o inesquecível «Se isto é um homem» 
 


«SE ISTO É UM HOMEM

texto de Primo Levi | Encenação de Rogério de Carvalho

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA
Apoio: Instituto Italiano de Cultura de Lisboa

Testemunho perturbante sobre o Holocausto, Se isto é um homem é uma obra-prima que ensaia uma análise fundamental sobre o mecanismo do campo de concentração, sobre a humilhação do homem pelo homem, visando o extermínio. Primo Levi (1919-1987) escreveu este pedaço literário e documental à saída do inferno concentracionário de Auschwitz – uma narrativa de grande contenção, organizada em pequenos capítulos que são como estilhaços da memória. Após ter sido recusado para publicação, conhecendo em 1947 uma edição de autor de circulação restrita e recebida com indiferença, o texto teria de esperar por 1958 para ser editado com a dignidade que merece, e, desde então, tem sido traduzido e publicado em todo o Mundo.

É a primeira vez que Se isto é um homem é adaptado para teatro em Portugal, depois de o actor inglês Antony Sher ou de o encenador sueco Lars Norén o terem feito nos seus países. Numa altura em que o discurso de extrema-direita volta a ganhar espaço na Europa, importa levar à cena este texto de um sobrevivente do genocídio dos judeus no século XX, cumprindo um dos seus desígnios: que não se apagasse jamais a memória de um dos períodos mais negros da História da Humanidade». Saiba mais. Sobre o espectáculo:

Há publicação nos Textos de Almada
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Hoje é o  «Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto».

domingo, 26 de janeiro de 2025

SERÁ QUE A SENHORA MINISTRA É «A PROVEDORA DOS CONCURSOS DA DGARTES»? | é capaz de ser uma boa abordagem sendo de pedir à partida que seja público qual o significado em concreto de «É importante que ninguém fique para trás e que nós saibamos auscultar as razões» | E É DE SOLICITAR CALENDÁRIO PARA OUVIR OS DEMAIS EM SITUAÇÃO EQUIVALENTE À FILANDORRA | TERÃO DE INICIAR O PROCESSO COM UMA MANIFESTAÇÃO?

 


Decididamente os alertas Google estão a transformar-se na nossa  fonte de informação nuclear sobre a área institucional  da cultura - lembremos que cultura é uma das áreas governativas (área, que será diferente de Ministério), mas isso são outros «quinhentos» a que nos temos referido em diferentes ocasiões e a que voltaremos certamente. Contudo, aproveitemos, veja-se o que está na Homepage do Portal do Governo, e a parca informação que ali existe, tendo nomeadamente em conta que não temos site do Ministério da Cultura. Para clarear o que estamos a dizer,  ilustrando, o que acontece noutros países: França.  Espanha. 
Pois bem,  neste dia chuvoso, navegando-se pelos emails recebidos e não lidos eis a noticia da imagem. De imediato, surge-nos a ideia de que temos uma  Ministra Provedora. Repare-se nisto:


«Dia 29 de janeiro terei todo o gosto de me deslocar a Vila Real e estabelecer esse diálogo. É importante que ninguém fique para trás e que nós saibamos auscultar as razões. O senhor diretor geral da Direção-Geral das Artes, doutor Américo Rodrigues, tem estado em diálogo permanente comigo", afirmou Dalila Rodrigues aos jornalistas, em Terras de Bouro, distrito de Braga».
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"Aproveito para dizer que o Ministério da Cultura garantiu a estabilidade a todas as estruturas que estão a ser apoiadas através da Direção Geral das Artes. Não há um aumento significativo porque estamos, através de novas políticas de Cultura, a valorizar outros equipamentos, e por isso estou aqui [em Terras de Bouro]. Por exemplo, a rede portuguesa de teatros e cineteatros tem uma dotação orçamental de 6,75 milhões de euros, as bibliotecas têm uma dotação orçamental de zero euros", sublinhou a ministra».
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«"É assim na Cultura também. Estamos aqui em conjunto com as diversas comunidades, porque os senhores presidentes de município representam essas comunidades de que o país é feito. E o Ministério da Cultura não vai ficar encerrado numa torre de marfim, de todo. É agir em todo o país. Auscultar e construir a partir do diálogo são dois princípios que estruturam as políticas de cultura, atuais", disse Dalila Rodrigues. A ministra realizou hoje em Terras de Bouro a primeira de 22 reuniões previstas ocorrerem ao longo do ano no país, para "ouvir e auscultar" os presidentes de Câmara sobre a vida cultural de cada município, e para propor medidas e parcerias, como transformar a biblioteca municipal em Unidade Cultural de Território, com várias valências».

Bem, esperamos que Partidos, Sindicatos, Movimentos, Comentadores, Colunistas, ... reajam a estas palavras. O facto de se  verificar uma certa letargia, Senhora Ministra, a nosso ver, é também um sinal da FRAGILIDADE DO SETOR. Apetece-nos com as nossas ferramentas desmontar as palavras que nos chegaram pela «Cultura ao Minuto», mas este momento ainda estará no adro - assim esperamos. Não faltarão ocasiões para darmos continuidade ao presente post. Agora, remetamos para o que faz titulo desta mensagem. Apenas mais esta nota «leve»: as 22 reuniões previstas fazem-nos lembrar isto: Pedro Adão e Silva pelos caminhos de Portugal, à boleia da “Cultura que somos”.  Afinal, será mais o que os une do que o que os separa? E aquela de ouvir o Diretor Geral, (diálogo permanente, diz a Ministra) não será isso o que é suposto acontecer? A propósito, Senhora Governante,  o dirigente em questão, em acontecimento publico recente - apresentação da Programação do TMJB/CTA -, sublinhou que defendia os concursos que ninguém disso tivesse dúvidas: pois é, mas há como sabemos, nomeadamente no Parlamento e na  «rua», quem defenda que os concursos não devem ser o central no SETOR. Nós também. Certamente vai haver «diálogo» em que vai ouvir isso, até com esta formulação: a ADMINISTRAÇÃO na Cultura como acontece noutros setores tem de garantir e não se contentar com o APOIAR. Se isto for assumido o caso FILANDORRA ficará resolvido e os demais em igualdade de circunstâncias. Isto é, ao mesmo tempo: fixe-se um PLANO DE MEDIDAS IMEDIATAS (ir lá atrás ao que aconteceu em 2018) para resolução das «aberrações» a que os concursos nos levam; desencadeie-se a elaboração de uma ESTRATÉGIA DE LONGO PRAZO e o respetivo PLANO DE DESENVOLVIMENTO CULTURAL onde as artes aqui em causa terão necessariamente o seu espaço. Ah,  as reuniões pelo País fazem parte, claro. Parte. Mas esta realidade já não devia  estar CAPTADA pelo GOVERNO?

sábado, 25 de janeiro de 2025

PARA LEITURAS SOBRE OS DIAS QUE CORREM

 

 SINOPSE

«Não foram eleitos ou mandatados pelo povo, mas decidem o futuro da humanidade, moldam as nossas opiniões e eximem-se habilidosamente a qualquer forma de controlo ou escrutínio.
Este livro expõe um fenómeno fascinante, mas igualmente perturbador: o poder cada vez mais extraordinário de seis líderes bilionários, cuja riqueza e influência competem hoje com as dos Estados.
Elon Musk, Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Bill Gates e Sergey Brin e Larry Page moldam os mercados, mentalidades e leis. Não respondem a ninguém e não foram eleitos nem mandatados por ninguém, uma situação perigosa e que não tem precedentes na história das nossas democracias. Christine Kerdellant analisa com perspicácia o sistema socioeconómico que tornou possíveis estes percursos, exam
inando os vazios políticos e regulatórios que eles preencheram de forma brilhante». Saiba mais.
 
 
De lá: «(...)  As if to prove Biden right, Alphabet’s Sundar Pichai, Amazon’s Jeff Bezos, X’s Elon Musk, Meta’s Mark Zuckerberg and Apple’s Tim Cook were placed more prominently in the audience at President Trump’s inauguration than his own cabinet nominees. Generously, one could read the message as a rightly proud display to the rest of the world of America’s innovative spirit and technological prowess. Less generously, the choreography is inescapably reminiscent of a Putinesque lineup of oligarchs in the Kremlin meant to show fealty as the cost of doing business. (...)».

 
 
Se tem acesso é aqui
 
 
 
Excerto:

«Na longa, trapalhona e grandiloquentemente ridícula cerimónia de tomada de posse de Donald Trump como 47º Presidente dos Estados Unidos era impossível não reparar (e eles próprios tudo fizeram por isso...) no destaque dado ao que Joe Biden, na sua despedida, chamou a oligarquia dos ultra-ricos, que estará a tomar o poder na América. Colocados de frente para as câmaras, logo atrás dos ex-Presidentes, a sua posição protocolar visava, sem subterfúgios, assinalar bem a importância que vão deter na nova Administração: na Casa Branca de Trump, como na corte de Estaline, estas coisas não são pormenores. Assim, lado a lado, Mark Zuckerberg, Jeff Bezos e Elon Musk, três dos quatro homens mais ricos do mundo, olhavam de frente e triunfantes as mais de oito mil milhões de almas planetárias cujos destinos, em larga medida, já controlam. “America first, the world next.” Ou o contrário: agora que já controlam o resto do mundo, vão controlar os Estados Unidos, o seu único concorrente.

Os três são génios e visionários, cedo revelados, quer em inteligência, quer em imaginação. O acesso a montanhas de dinheiro deu-lhes os meios necessários para cumprirem o resto: a ambição. Falta-lhes apenas o poder político à escala global que só o controlo da Casa Branca pode assegurar. Entre eles e isso está Donald Trump. Mas enquanto eles fazem dos seus egos uma força alimentada pela inteligência, Trump faz do seu desmedido ego uma fraqueza alimentada pela estupidez natural: havendo confronto, é provável que eles ganhem, desde que confortem o ego de Trump e o façam ganhar muito dinheiro pessoalmente. (...)».

 
 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

CHEGA A SER DIVERTIDO! |« Ministra da Cultura junta dirigentes em reuniões trimestrais de trabalho no Palácio Nacional da Ajuda _ Estas reuniões decorrem de uma metodologia de trabalho, pela primeira vez em prática, que tem a auscultação e o diálogo como princípios da ação governativa. Outro objetivo fundamental destas reuniões gerais é promover boas práticas de colaboração, designadamente o debate de ideias e a partilha de propostas entre os vários organismos e as várias áreas disciplinares. A primeira destas reuniões decorreu a 22 de janeiro (4.ª feira)».

 

 
É verdade, a notícia que nos chegou pelos  alertas google  provocou-nos algum divertimento. Penitenciamo-nos, se em vez disso devíamos «chorar». Ainda procuramos para ver se conseguíamos saber mais. Como não há site do Ministério da Cultura, fomos ao Portal do Governo, mas nada. Bom, se o acontecimento teve expressão pública não ficava mal dizerem-nos do que se falou. Insistimos no google, mas só encontramos a noticia acima. Talvez por uma questão de decoro mais ninguém lhe «pegou». De facto, em termos de conceito, de técnica, de memória, de intuição, por onde e como abordar ? Para tudo são precisos mínimos. Ainda assim, «engolimos em seco», e a favor  da MEMÓRIA DO MINISTÉRIO DA CULTURA/SECRETARIA DO ESTADO DA CULTURA que tanto reivindicamos aqui no Elitário Para Todos, apenas estas notas que rapidamente nos vieram à cabeça:

- Aquela primeira vez!, ó deuses!, revisitem-se, por exemplo, as Reuniões havidas com os dirigentes do Ministério da Cultura pelos anos 1995/96 ...Realizadas como manda o «figurino».
- E houve época em que até foram institucionalizadas. Por exemplo, a partir do que o Governo Maria de Lourdes Pintasilgo deixou, (abandonou-se a essência), mas criou-se  o Conselho de Diretores Gerais, e ainda estará na mente de alguns uma certa «solenidade» nos encontros havidos ... O legado do V Governo: 
 
 
O institucionalizado pela AD - para os mais novos, era Primeiro Ministro Francisco Sá Carneiro:
 

Já agora, por estes tempos, reunir, trocar ideias, aprender uns com os outros, era tão natural como respirar. Ao mesmo tempo, estudava-se,  estudava-se,  no respeito pela teoria, a técnica, e o que acontecia nos países de referência, e as recomendações dos organismos internacionais. Ou seja, respeito pelo conhecimento.
Ainda, e pegando no «DIÁLOGO» - tecnicamente não será o termo mais aplicado na articulação dos serviços - revisite-se o que aconteceu com a CULTURA EM DIÁLOGO. Há intervenções «fabulosas» dos encontros havidos no Centro Cultural de Belém. Onde estão? E sobre o que aconteceu, por exemplo, em Encontro realizado  em Coimbra há Revistas ADÁGIO, do CENDREV, que lhe são dedicadas. Ilustração:
 
Em especial esta nota mais destinada a estudantes:  para saber
 mais não há como ir ao CENDREV. E as revistas, certamente que
 existem na Biblioteca Nacional de Portugal.
 
Terminando, que este post possa dar pistas para as «CONVERSAS DA AJUDA». Ainda que mal se pergunte, o «MC» não vai mudar de instalações?
 A rematar mesmo, o que é feito do atual CONSELHO NACIONAL DE  CULTURA?
 
 
 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

«BURACO NEGRO» | generalizável para lá da «Arquelogia e museus» de que nos fala Luís Raposo em artigo de opinião no jornal Público?

 

 

 
De facto, ao lermos o artigo a que se refere a imagem somos levados a pensar  que o que lá se regista pode ser alargado a demais áreas culturais e artísticas. Por exemplo, à memória na esfera da DGARTES que  sistematicamente trazemos para o Elitário Para Todos - facilmente se identificam «buracos negros». «Negríssimos», para utilizarmos expressão  usada no texto de Luís Raposo.  

Recorte:«(...) Primeiro, recordando que a arqueologia é por definição o terreno do material em história e os museus são os guardiões do mesmo, importa sublinhar o carácter irredutível das coisas e o quanto elas são necessárias e satisfazem a nossa mediação com o mundo. Pessoa, sob pseudónimo de Alberto Caeiro, dizia-o de forma magistral para arqueólogos: “A espantosa realidade das coisas / É a minha descoberta de todos os dias. / Cada coisa é o que é / E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, / E quanto isso me basta”.
Depois, repetiríamos o texto que serviu de mote a um dos primeiros programas televisivos do Ephemera, de José Pacheco Pereira: “os objectos são contentores únicos do tempo e de estórias. Eles contam quem somos e quem já fomos. O passado também vive em forma de coisas. E porque o passado não deve ser apagado é nossa obrigação preservá-lo através dos objectos que o contam. Com eles as memórias são mais eternas”. Assim é. E não é preciso recuar ao tempo da história sem escrita para o demonstrar: basta recordar como Leite de Vasconcelos andou afanosamente a recolher, no 5 de Outubro de 1910, caixas de fósforos, latas de pomadas ou xailes bordados artesanalmente, dando origem a uma rara fonte de conhecimento acerca de como o povo comum viveu a revolução republicana, no seu quotidiano.
No fundo, o que está em causa quando falamos de coisas e da sua preservação é o reconhecimento de como vivemos imersos nelas. Nada que outros, há bastante tempo, não tenham já dito, é claro. Michel Foucault, por exemplo, há mais de meio século, afirmava na sua Arqueologia do Saber, dando a “monumento” o sentido amplo de objecto material: “nos nossos dias a história é o que transforma os documentos em monumentos… a história tende para a arqueologia, para descrição intrínseca do monumento”. Assim é e assim será, desde que saibamos preencher os “buracos negros” que a falta de meios, aliada à falta de visão, vai insidiosamente instalando em nosso presente».

«os queridos concursos da DGARTES»

 

 

Leia aqui

 


 Leia aqui

 


O recortes acima são apenas alguns dos que nos chegaram ou estão a chegar aos computadores. Ocorre lembrar o seguinte que se aprende nos cursos de gestão (dignos desse nome) a que com frequência lançamos mão : nada pior que tentar melhorar o que já provou que não funciona. Do que precisamos é de intervenções com visão, planeadas e programadas. Verificáveis.  Na circunstância,  que nos levem ao SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA a que temos direito e necessário ao DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Harmonioso. Todavia, sim, cumpra-se o que está em vigor e se prometeu, mas ao mesmo tempo trabalhe-se para a TRANSFORMAÇÃO DO SETOR CULTURA. E o lema CULTURA, MAIS ESTADO parece ajustado. Mais verbas; mais organização; mais investigação; mais ensino; mais cobertura do território; mais dirigentes devidamente selecionadas; mais articulação com o Poder Local;  mais definição para as artes garantidas pelo jogo do mercado;  ... . Ainda, não se excluem os «queridos concursos», mas o desenvolvimento da cultura e das artes não pode depender disso - como acontece com os demais setores. Contudo, tudo tem de ser operado com CRITÉRIOS - a transparência tem de ser principio de base. Ah, e não tratar de forma igual o que é diferente - um dos erros maiores do que está em vigor,  como é também a falta de eficiência nos processos. Os custos de uma «candidatura» já terão sido refletidos pelo Ministério da Cultura? Porventura dirão que isso lhes passa ao lado porque «apoiam», não «garantem» ... Qual «Pilatos»! E essa uma das «questões» que é preciso esclarecer à partida. Pelos diferentes protagonistas.




quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

OBVIAMENTE, INVESTIGAR É PRECISO|«Nordic funding for the arts and culture _ A multilevel approach»

 

 
«Abstract
In this research anthology on the interplay between national and Nordic funding for culture Kulturanalys Norden has invited researchers from each Nordic country to contribute with a chapter. The publication is an independent continuation of the previous anthology Cultural policy in the Nordic welfare states – Aims and functions of public funding for culture, with contributions from the same group of researchers. Focus for the new anthology is to explore funding systems from a multi-level approach. The analyses primarily concern the interplay between money streams, rather than the interplay between actors at the Nordic and national level. Therefore, ‘interplay’ is primarily investigated in terms of overlap between different funding systems, that is, the identification of instances where funding from different systems coincide (or not). The analyses also make visible application strategies rather than financial results».