Por aqui tinha-se vagamente registado o «concurso» embora na altura se tivesse reparado na composição do júri e pensado que faltava ali competência mais relacionada com a função em causa - Diretor Artístico. Eventualmente, ter-se-à pensado que é o que temos e nem vale a pena «perder tempo» com o, de certa forma, «circuito fechado» e vida de «tribo» - mas centrados nos públicos com bons resultados segundo a nossa avaliação e a que nos chega - que fará parte da identidade do TNSJ. Até seremos afeiçoados a essa cultura organizacional..., mas há limites, claro, e eventualmente daí emergiu a palavra «escorregar». Não fosse o artigo de Carlos Costa e as noticias de fim de ano como a seguinte, não teríamos voltado à coisa:
e veja no site do TNSJ
Desde logo, a culpa é nossa, para nós Tiago Guedes era/é pessoa do cinema, cuja obra, aliás, seguimos com grande interesse e proveito. E não estamos sozinhos, como também não o estamos quanto ao «silêncio» em que de certa forma decorreu, como agora se diz, o «procedimento concursal» - expressão horrorosa como se não fosse suficiente CONCURSO que aliás foi adotado no aqui em causa . Agora, tudo conjugado move-nos a curiosidade e vamos em busca de mais, contrariando a preguiça que pensávamos cultivar em 2025 para apenas nos ocuparmos com poucas coisas «estruturantes». Mas, olhando bem, este «caso» tem a ver com isso com o que podemos apelidar de principal. Sim, cai na ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DA CULTURA e na forma como as UNIDADES DE PRODUÇÃO DO ESTADO se devem organizar. Na circunstância na esfera do TEATRO. Já agora, lembremos que por aqui se defende que há que revolucionar o que temos, e fazer crescer um SERVIÇO PÚBLICO DE TEATRO onde se assegure a existência de mais TEATROS NACIONAIS além do TNSJ e o TNDMII. Em paralelo com outras ENTIDADES que o ESTADO assegure também e não se limite a apoiar - por exemplo CENTROS DRAMÁTICOS (com esta ou outra designação - tipo Centros Regionais de Artes do Espetáculo lançados no I Governo Guterres - e outras «modalidades» como parte de uma rede que cubra o País. Semelhante à REDE VIÁRIA. Não, não é o atual RTCP - bem sabemos aprovada no Parlamento e promulgada (com uma série de observações), mas estamos em tempo de lançar outras politicas alternativas - que venham das alternâncias e dos demais Partidos. Ah, e do «Meio» que tanto tem proposto, embora reconheçamos um pouco cansados, e a lutar pela sobrevivência ... Enfim, olhar à volta e captar o que tem de ser captado. A fazer crescer com «critério» mas reconhecendo à partida que a «floresta» dos CONCURSOS DA DGARTES está esgotada. Um aparte, assim sendo, não se está alinhado com o que o «Representante do Central» disse na Apresentação da Programação do Teatro Municipal Joaquim Benite, não se pondo em causa, obviamente, o seu empenho na defesa da cultura. Mas o que defende está esgotado, repita-se. Ilustrando, seria de grande utilidade para o desenvolvimento de um SERVIÇO PÚBLICO DE TEATRO que TMJB/CTA fosse considerado NACIONAL. Também não estamos sozinhos nessa equação - veja-se a propósito Teatros nacionais: para quando uma nova geração? de Carlos Vargas. E não apenas acenar-se que se defende que os apoios existentes sejam renovados. Já agora, esquecendo-se que ainda não foram resolvidas injustiças que remontam à contestação de 2018, isto é, o financiamento está abaixo do que existia antes da TROIKA. E se bem sabemos o projeto TMJB/CTA estará nesse pacote. Decididamente, somos uns «piquinhas» ...
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Neste ambiente atomizado que marca os dias que correm - um dos grandes problemas - o que aqui estamos a falar, afinal não se resistindo ao particular, leva-nos a questões que facilmente se detetam e que afinal contribuem, a nosso ver, também para «o tipo a escorregar» que atravessa a ADMINISTRAÇÃO CULTURA e além dela: Ilustremos:
GESTOR/A - quando é que alguém se pode intitular como gestor/a?Não terão as entidades públicas obrigações maiores e nisso serem rigorosas? Quem sabe distinguir as/os que se dizem gestores/as com base no currículo e as que tem a formação académica própria. E até quiçá distinguir as que estão inscritas na respetiva Ordem Profissional das outras. E até se pode trazer para aqui as CARREIRAS criadas com base no currículo na Secretaria de Estado da Cultura, em particular para a então Direção Geral de Acção Cultural, onde o processo era rigoroso, para se mostrar que se valoriza o saber adquirido no terreno. Mas, 50 anos depois de abril ...
CUSTO DE UM CONCURSO - alguém tem de nos dizer em quanto
ficam os gastos públicos no concurso agora abortado. Os gestores têm essa obrigação de «prestação de contas». Um concurso é uma coisa cara, tem de ser um processo de grande qualidade. Aprende-se nas escolas.
«ELITISTA PARA TODOS» - gostamos de ver a «nossa máxima» por lá nas referências do concurso ( o regulamento tem38 páginas, é obra) que lemos como equivalente ao nosso ELITÁRIO PARA TODOS que até chamamos para destaque na coluna à direita.
INGMAR BERGMAN
_ A VIDA E OBRA DO GÉNIO - e coisa boa, neste imbróglio TNSJ (no melhor pano
cai a nódoa, como diz o povo) veio-nos à memoria o fabuloso documentário sobre
Ingmar Bergman, onde se pode ir buscar argumento em defesa do vencedor do
concurso desistente, ou seja, é possível «acumular» teatro e cinema, para nosso
deleite. Se não viu, não perca logo que tenha essa possibilidade. Há que ir rendibilizando aquilo que nos convoca, sem verdadeiramente procurar. Está bem, fazemos por isso ...
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