domingo, 9 de agosto de 2015

«FUNÇÃO DE DIRETOR MAIS CRIATIVA»

Excerto da entrevista que Pedro Gadanho deu à revista «E»
 do Jornal Expresso de 11 de julho de 2015


A entrevista donde se tirou o excerto da imagem é de PEDRO GADANHO ao jornal Expresso, o texto é de Ana Soromenho e as fotografias de Tiago Miranda, e a entrada é forte, em «letras garrafais»:
«Recuso-me a trabalhar com imbecis»,
 seguida de «É um corredor solitário, um curador internacional, que durante anos foi freelancer e a agora chega do MoMA, de Nova Iorque, um dos lugares mais apetecíveis do mundo, para fazer o futuro museu da Fundação EDP».
A nosso ver, a análise da entrevista devia ser obrigatória num qualquer curso de gestão «a sério» para Organizações da Cultura e das Artes. Destacamos  o que está registado no recorte acima quanto à interligação da parte financeira com o resto, e a gestão do «budget» para uma programação. Isto num momento em que no nosso País em organizações Públicas que devem ser de referência se insiste em apresentar como inevitável  poupar os responsáveis artísticas dessa coisa «bárbara» que são os dinheiros, e por isso criam-se orgãos intermináveis, aliás, em geral, desajustados da escala da actividade. Mas, por outro lado, temos «artistas» que já deram e continuam a «dar cartas» na gestão - em particular na estratégica que tem a ver com a razão de ser do projecto artístico em presença -  podendo dizer-se que fazem milagres, e que mostraram que embora se lhes dê a «última palavra» sabem trabalhar com os especialistas em gestão e em finanças. 
Ah, e não podemos deixar de sublinhar aquela necessidade de competência  em gestão «sem esta experiência não era sequer candidato» - que certamente pode ser adquirida por caminhos diversos, mas antes de se ocuparem os lugares. O que também é estranho no nosso País é as pessoas irem fazer tirocínios nos cargos que vão exercer, e todos conhecemos casos de impreparação óbvia. E a culpa é de quem?, de quem nomeia, mas também de quem aceita. Mesmo em tempo de crise, com o desemprego que conhecemos, custa acolher que haja dirigentes sem a aptidão requerida pela função. A grande sobra: entrámos num ciclo vicioso de falta de exigência de que vai ser difícil sair. A seguir a 4 de OUTUBRO este é um dos problemas, e é melhor começar a pensar como sair dele ....

Enfim, uma entrevista luminosa, que é uma lição!





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