sexta-feira, 11 de março de 2016

«Quando alguém entra, é preciso sempre que alguém saia primeiro»


Na integra aqui.
Não vale a  pena assobiar, e ir em frente, como se tudo estivesse  dentro de uma normalidade virtuosa, quando  perante os nossos olhos se age «como sempre»: num novo ciclo politico que se anunciou como de esperança e efectiva mudança. De facto, até no terreno administrativista, não se percebe como se anunciam reformas no processo legislativo e se continua com diplomas que para se entenderem na sua fundamentação ter-se-ia que gastar uns dias de férias para os estudar.  Se não se pode dispensar o formalismo, cumulativamente, produza-se uma nota explicativa. Por outro lado, não  se pode acenar com a transparência, e com governação de proximidade,  e tudo ser tão opaco,  e distante da compreensão dos cidadãos, e com uma linguagem que já se julgava morta. Não, não chega andar-se numa maratona de visitas pelo País ... A proximidade exige muito mais.
Vem isto a propósito do diploma acima combinado com o  que se segue:
 
Ver na integra aqui



Como se constata não tem  a ver com as nomeações e as demissões no Centro Cultural de Belém  que sugaram as atenções. E, contudo, os diplomas têm a ver com outras nomeações e outras demissões. E parece existir um padrão.
E acrescentemos-lhe uma frase do próximo presidente do CCB  (que pode ser lida na revista «E» do semanário Expresso de 5 de março de 2016) referindo-se à demissão do seu antecessor : «Quando alguém entra, é preciso sempre que alguém saia primeiro».  Valorize-se  a clareza e a simplicidade da «máxima», mas que pode sintetizar todo um programa de atuação. No cruzamento de tudo isto e tendo-se presente, em especial, o Programa do Governo:

- Desde logo, e na linha deste post, não será pedir muito que se esclareça o acima sublinhado: «Pretendendo o Governo nomear um novo Conselho de Administração para a OPARTE E.P.P.». Pretende porquê ? Porque sim!, quando se estava/está  à espera que se acabe com a OPART?  O que mudou entretanto? E sobre os Perfis, tão diversos têm sido os que por lá têm passado, estamos conversados ... Visto doutro ângulo, há pessoas que são «múltiplo-perfil». De um outro: para se progredir na Administração Pública o mais difícil parece ser entrar num circuito porque depois, de uma ou doutra maneira, fica-se por lá ... Aqui também se aplica: para além de sê-lo é preciso parece-lo ...

 - Depois, certamente que não será abusivo concluir que o vogal nomeado o foi porque tinha de sair primeiro da Direção- Geral do Património, onde era Subdiretor-Geral, para que pudesse entrar o novo nomeado, em regime de substituição. Aplica-se: «Quando alguém entra, é preciso sempre que alguém saia primeiro». Não, não venham dizer que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Poupem-nos! Ninguém acredita. De entre tantos portugueses e portuguesas possíveis, tinha mesmo de ser aquele o escolhido para vogal. E até acaba por ter a sua graça (para não se chorar), quando a nomeação do novo Subdiretor-Geral  começa, como se pode verificar, assim: «Considerando que o Subdiretor -Geral do Património Cultural, Mestre Samuel Costa Lopes do Rego, foi nomeado vogal do conselho de administração do Organismo de Produção Artística, E. P. E. (OPART, E. P. E.), a partir de 26 de fevereiro de 2016, cessando, assim, a sua comissão de serviço na Direção -Geral do Património Cultural; Considerando a necessidade de assegurar o normal funcionamento da Direção-Geral do Património Cultural até à nomeação do novo titular do cargo de Subdiretor -geral»... Como se tudo isto tivesse acontecido sob a influência de uma lei natural. Ou de um Deus desconhecido.
 Pois é, fica a pensar-se em coisas também elas muito simples: a inteligência das pessoas deve ser respeitada; que afinal o virar a página do Programa do Governo  não será para a generalidade dos setores da Governação. E, mais importante,  a exigência que devia obrigar todos está a ser descurada. Mas não faltarão discursos a dizer o contrário... E até lemas e palavras de ordem. 
E sabem o que é que nos chega aqui ao Elitário Para Todos?Desabafos como este: e ninguém diz nada! Pois bem, por aqui vai-se dizendo. Quanto mais não seja para memória futura. Mas acreditamos que produza efeitos imediatos. Para já, pessoas haverá que se sentirão menos sós quando olham e vêem ...

 

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