sexta-feira, 31 de agosto de 2018

MAS QUEM OS OUVIRÁ? | «Uma temporada mal enjorcada» | DE JORGE SILVA MELO | NO JORNAL DE LETRAS


(Montagem)

Uma pessoa lê um artigo destes e poderá pensar que está aqui tudo sobre o que uma POLÍTICA PÚBLICA PARA O TEATRO deve considerar, mas pelo que é dado ver ao longo dos últimos anos parece que ninguém quer «ouvir». Cá temos o problema da descentralização; da  missão dos Teatros Nacionais; da diferença entre Amador e Profissional; da criação própria e do acolhimento; das atribuições e competências dos serviços; da plurianualidade;do perfil dos dirigentes; da burocracia inútil; ... Como se vê o «1%» para a cultura é impressivo mas é apenas parte do PROBLEMA. 
Obrigado, Jorge Silva Melo!


terça-feira, 28 de agosto de 2018

RITA BLANCO | «Pensar que a Cristina Reis nunca mais faz um cenário, para mim é... não posso falar disso [emociona-se], é muito triste. E não entendo como é que as pessoas deixaram que isto acontecesse, como é que todo o espólio da Cornucópia, que é uma obra de arte, foi para Espanha, o que é que se passa connosco?»



«(...)

Mas continua a afirmar-se como uma mulher de esquerda?
Se dissermos que ser de esquerda, como dizia José Mário Branco, é não suportar o sofrimento dos outros, então eu sou. Nunca tive a pretensão de ser política, sou política na minha profissão, obviamente. E, por isso, muito triste. Por exemplo, acho extraordinário como é que um teatro como o da Cornucópia, que foi fundamental para o teatro em Portugal, no mundo, acabou e passou despercebido. Eu precisava da Cristina Reis, do Luís Miguel [Cintra], daquelas pessoas para me ultrapassar e agora não tenho como. Deixei de ter diálogo e fiquei doente. Pensar que a Cristina Reis nunca mais faz um cenário, para mim é... não posso falar disso [emociona-se], é muito triste. E não entendo como é que as pessoas deixaram que isto acontecesse, como é que todo o espólio da Cornucópia, que é uma obra de arte, foi para Espanha, o que é que se passa connosco? Por que é que nós não conseguimos gostar de nós. Nós temos pessoas extraordinárias, coisas extraordinárias e não nos defendemos uns aos outros. Agora podem dizer "a Cornucópia também decidiu acabar" e o que é que fizeram ao espólio, por exemplo? Por que não houve condições para aquilo continuar? Hoje em dia temos de fazer teatro com uma velocidade que não se coaduna com as necessidades artísticas. A cultura deixou de ser uma coisa interessante, é como ir à Feira Popular: vamos à Feira Popular, vamos despachar, vamos ali, comemos algodão-doce, já está, vamos para casa. Não aconteceu nada. Supostamente, a arte, primeiro, e a cultura servem para as pessoas pensarem, se questionarem, irem para casa mais cheias.
(...)

Então o que precisa de fazer mais é teatro e cinema erudito?
Isso é fundamental, não pode haver só teatro ou cinema comercial. Não pode ser. Há imensos textos que são muito engraçados e que acho que se devem fazer, deve-se manter essa tradição de as pessoas irem ao teatro ver um espetáculo e verem representar, tudo isso, mas também tem de haver um outro espaço de pensamento. Eu, por exemplo, adoraria fazer um espetáculo em que vocês saíssem de lá e que isso vos questionasse, vos preocupasse, que vos fizesse pensar. Porque se fizer mais um texto agradável e em que está tudo feito para nós gostarmos, vamos para casa e pensamos apenas 'ah que giro, percebi tudo'. Estava já tudo mastigado. Não estou a dizer que o teatro tem de fazer que depois vocês vão para casa e se espanquem um ao outro, ou que deixem de dormir, mas o teatro tem essa função, pode ter essa função, o cinema pode ter também essa função. A arte definitivamente tem uma função de nos espantar. Não podemos ver um quadro da Paula Rego e ficar imunes, porque está ali a condição humana. E é disso que nós vivemos, da condição humana. Precisamos disso para nos reconhecermos uns aos outros, para nos podermos amar melhor, reconhecer na nossa falha. Todos nós falhamos constantemente, uns mais do que os outros. Quanto mais poder, mais falha. 
(...)»

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

ORQUESTRA ENERGIA | «Só que, este ano, a Fundação EDP avisou que iria deixar de financiar o projeto, colocando em causa a sua continuidade»


 «Orquestra Energia
Orquestra Energia Fundação EDP é um projeto de inclusão social através da música que envolve crianças e jovens, dos 6 aos 16 anos, das escolas dos concelhos de Amarante, Murça e Mirandela.
Promovido pela Fundação EDP desde 2010, e com direção artística e pedagógica da Casa da Música desde 2015, este projeto promove a integração social das crianças e jovens oriundos de contextos sociais e económicos vulneráveis, dando-lhe acesso a formação musical, incentivando o sucesso académico, combatendo o abandono escolar e contribuindo para a construção dos seus projetos de vida.
O ensino da música é uma ferramenta que promove o trabalho em equipa, a disciplina e a responsabilidade, melhorando a autoestima dos alunos e das suas famílias e aproximando os pais do processo educativo. 
Em Amarante, Murça e Mirandela, mais de 100 alunos participam na Orquestra Energia Fundação EDP em cada ano letivo».
Entretanto pela comunicação social ficou a saber-se  que  «este ano, a Fundação EDP avisou que iria deixar de financiar o projeto, colocando em causa a sua continuidade». Mas ao mesmo tempo a boa notícia: «Este projeto de integração social, criado há cerca de uma década, estava em risco de acabar, devido ao corte do financiamento por parte da Fundação EDP, mas o Ministério da educação já garantiu que vai suportar as despesas inerentes à colocação de oito professores de instrumentos, o que viabiliza a continuidade da orquestra Energia».
 .
.    .
Um «caso» que nos compele a questões mais amplas, por exemplo: 
1) Como se vê um SERVIÇO PÚBLICO não pode estar «nas mãos dos privados», de repente «fecham a torneira». E isto não quer dizer que não se estimule o mecenato, mas o essencial tem de ser garantido com o dinheiro de todos nós, ou seja, financiado pelo Orçamento do Estado.
2)  E já  que estamos ocupados em saber o que fica em cada «orçamento» (ver imagem abaixo) segundo a estrutura do Governo, em torno da contabilização do «1% para a cultura» - (perdoai-nos pai!, até parece que este é o «problema»...) -, aproveitemos para notar que será no Orçamento do Ministério da Educação que serão contabilizdas «as despesas» com a Orquestra. O importante, claro, é saber-se que o projeto não vai ser interrompido. Mas lá que gostariamos de saber qual a POLITICA PÚBLICA que lhe dá cobertura lá isso gostávamos. Em especial, qual o papel do Ministério da Cultura em tudo isto ... Ah, há uma técnica - ORÇAMENTAÇÃO POR PROGRAMAS -  prevista na Constituição e na Lei do Enquadramento Orçamental, e  parece que uma vez mais empurrada para as calendas, que tornaria as NOSSAS CONTAS transparentes ... Face ao que nos é dado ver, será que queremos mesmo que as coisas sejam CLARAS?



domingo, 26 de agosto de 2018

O SITE DO MÊS | «Barbican Art Gallery»


Veja aqui

 Do que lá  se pode encontrar:
«At a time of significant national and international uncertainty, our 2018 season explores how the arts respond to, reflect and potentially effect change in the social and political landscape. 
We'll be presenting bold artistic responses to vital global issues including feminism, climate change and human rights, while providing a platform for voices currently underrepresented in the arts, and will feature across all our stages, galleries, screens and public spaces.
Throughout the year, we will also be producing two brand new film series for YouTube, including a short film commission with The Smalls, where each month an emerging filmmaker produces a film exploring a theme inspired by The Art of Change and also the Barbican Young Poets will write and perform a new poem every month. 
A number of projects in The Art of Change will form part of Art 50, a landmark project to commission 50 artworks that will explore what it means to be British in a post-Brexit Britain. Art 50 is a partnership between Sky Arts, the Barbican, Sage Gateshead, BALTIC Centre for Contemporary Art and Storyvault Films». Veja mais.


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

CULTURA | ARTIGO DO SEMANÁRIO EXPRESSO | «Ninguém percebe o que será o maior orçamento de sempre na cultura»



O artigo a que se refere imagem  centra-se no orçamento para a cultura - o «orçamento» qual eucalipto que suga toda a discussão sobre a cultura e as artes. É certo que muitos vão dizendo, ao seu jeito, que não há um problema que há vários problemas - e o orçamental é «apenas» um deles. E devia preocupar-nos que ninguém consiga apresentar CONTAS CERTAS e explicações sobre as opções. Mas as pessoas ouvidas pelos jornalistas dão boas pistas para início de conversa, e evidenciam o quanto falta saber. Desde logo um destaque que faz sintese de peso:

«É PRECISO SABER O QUE É A CULTURA PARA  DECIDIR O QUE FINANCIAR, DIZEM VÁRIOS  PRODUTORES CULTURAIS»

E o início:








“Um por cento do orçamento? Que contas são estas que ficam bem num slogan? Há muito tempo que não sei o que é cultura”, diz Jorge Silva Melo, criador dos “Artistas Unidos”, ao Expresso. Como uma das vozes mais críticas à política cultural que tem sido praticada nos últimos anos, o encenador reage com desconfiança à entrevista de António Costa ao Expresso, em que o primeiro-ministro anunciou “o maior Orçamento de sempre para a Cultura” em 2019.
Para este agente cultural, é preciso definir o que entra no pacote. “Cultura também é comunicação social, claro, e é turismo, exportações” — ironiza Jorge Silva Melo — “o bom nome de Portugal, conservas e negócios estrangeiros, Bienal de Veneza e Eurovisão, e comidinhas boas”. A definição é muito alargada: “É material e imaterial, é filmes e é dança, é lazer e investigação, é claustros e Altice Arena, marchas e, tudo somado, o dinheiro que há, bem aproveitadinho ou esbanjado (que também o há), é muito mais do que o tal 1%.”
“O GOVERNO CRIOU UMA MONSTRUOSIDADE QUINQUENAL [O APOIO ÀS ARTES], UM MANIFESTO TOTALITÁRIO AGORA ATRASADO E INOPERANTE”, DIZ JORGE SILVA MELO
Até para António Costa a questão sobre o que cabe na “cultura” parece não ser simples. Uma coisa é o orçamento do Ministério. Outra são os gastos em cultura, que atravessam vários ministérios. “Se tivermos em conta que, no Orçamento do Ministério da Cultura está, por exemplo, a componente da comunicação social, que podemos tirar, e que fora do Ministério estão orçamentos fundamentais como o Instituto Camões ou o orçamento do ensino artístico, já estamos muito para lá do 1% do PIB”, afirmou o primeiro-ministro na entrevista ao Expresso publicada na semana passada. O atual OE previa 118 milhões de euros de despesa em Cultura e 190 milhões para a comunicação social. No total, seria uma despesa consolidada de 480,5 milhões, incluindo também entidades com receitas próprias e o sector da comunicação social.
COMO “ENCHER O VAZIO”
Esta discussão continua a ser debatida por várias figuras do mundo das artes. “A cultura não é uma coisa abstrata. Implica intervenção efetiva e transformativa na sociedade”, diz Luís Galvão Teles, produtor e realizador de cinema. “Segundo as declarações do primeiro-ministro, parece que é uma espécie de vazio que se enche com algumas atividades e acontecimentos suportado por um pequeno nicho de investimento financeiro.” Galvão Teles considera que, nos últimos tempos, tanto no cinema como nas artes em geral, tem havido golpes de cintura para fugir à verdade e ao compromisso”, atrasando decisões.


UM MANIFESTO “TOTALITÁRIO”
Antes da distribuição das verbas do Orçamento é importante para Silva Melo saber o que é o estado das artes. Para o definir “é preciso começar a trabalhar já e não esperar pelo próximo governo, nem nos encurralarmos em slogans graficamente interessantes, mas ocos (como o 1%)”. Para o artista, “perderam-se três anos”, e “não se pode perder nem mais um dia”. Este Governo — “o tal da ‘geringonça’ de que sou e serei inabalável apoiante”, diz ao Expresso — teve entre mãos um trabalho enorme: “Reconstruir aquilo que há décadas ruiu, e lançar-se numa ação determinada do apoio às artes. Esperámos que o fizesse com coragem e ponderação. Mas perdeu demasiado tempo em estudos paracientíficos e criou uma monstruosidade quinquenal, o tal ‘novo modelo de apoio às artes’, manifesto totalitário agora informatizado mas atrasado, inoperante, alvo da maior contestação daquilo a que, eufemisticamente, se designa por ‘sector’ e são 100 gatos pingados que terão algum ‘valor simbólico’ mas vivem com pouco mais do que o ordenado mínimo.” (...)».
  
Fosse o setor outro e um artigo destes levaria a que não se largasse a questão até ficar esclarecida. Estamos no dominio dos pressupostos e se aí há dúvidas como se pode chegar a UMA POLÍTICA PÚBLICA digna desse nome? A qualidade do trabalho vindo do institucional retrocedeu, retrocedeu ..., e por mais que o SETOR «ofereça» reflexão oportuna e útil, acaba por cair em saco roto ... E faz sentido  trazer para aqui, o post imediatmente anterior, em torno de um artigo de opinião de José Jorge Letria:CULTURA | PARA LÁ DO «SEU MAIOR ORÇAMENTO DE SEMPRE» | «O que foi e não foi feito neste dominio mostra que formar o próximo governo tem de encontrar para esta função quem esteja, de facto, à altura dela».

Tenhamos esperança, pode ser que as «férias» agitem quem deva ser agitado!

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

«PROTEST !»




O catálogo da imagem: «Discover the universal spirit and timelessness of over 350 protest posters from all around the world and how they became the ultimate instrument of power to echo the voice of the people». Saiba mais. E aqui sobre a exposição «GET UP, STAND UP!» no MIMA em Bruxelas   associada ao catálogo.



quinta-feira, 16 de agosto de 2018

A «OPART» E A «MIRPURI FOUNDATION»


Leia aqui



Da capa da Revista Sábado de 9 a 15 de Agosto 2018


A notícia da primeira imagem fez «soar algumas campainhas» porque, bem vistas as coisas, desconhecia-se aquela fundação! Mas devia ser importante, com obra feita, para a Opart  fazer um acordo daqueles. Todos concordaremos que mesmo com «a corda na garganta» - como parece ser o caso da Opart, para quem não saiba, é o organismo institucionalmente   responsável pelo Teatro de São Carlos e pela Companhia Nacional de Bailado, e que quanto a financiamento disponível anda pelas ruas da amargura - não apoia, não coopera, quem quer! Por outro lado, até parecia uma resposta à noticia recente de que a Fundação EDP tinha acabado (ou diminuido, já não lembramos bem) o seu apoio mecenático  à CNB. Veja-se, por exemplo: 

Paulo Ribeiro demite-se porque “falta dinheiro e falta vontade política para levar a CNB para a frente”

 Em termos de imagem, no que se refere à Fundação, parece ser algo bem programado: ter o nome ligado «à opera» dá uma certa força! Prestígio. Credibilidade.
Tínhamos esquecido o assunto mas eis que reparámos na capa da Revista Sábado da semana passada, cujo artigo apenas lemos hoje - ver a imagem acima. Se estiver interessado na matéria (vale a pena) tente encontrar a revista, porque aquilo gera alguma perplexidade. Entretanto, pode saber-se parte pelo que está disponível na internet:

Atenção senhores passageiros, Paulo Mirpuri está de volta

De lá:«Foi protagonista de uma das mais “brilhantes” falências da história: a queda da Air Luxor, um processo de €86 milhões ainda em aberto e repleto de histórias mirabolantes. Paulo Mirpuri tem agora uma fundação "de pesquisas" e aterrou um A380 em Beja».Leia mais.
Conjugando o que a comunicação social nos dá a saber, Ministério da Cultura, via OPART, não é pedir muito que nos digam mais qualquer coisa sobre todo este enredo. Certo? Pelo lado «Mirpuri» percebe-se que o acordo faz todo o sentido para o renascer que planeiam ..., e até parece que a OPART « está a dar uma mãozinha».Pelo lado do Serviço Público que, na circunstância, compete à Opart zelar há qualquer coisa que não bate certo... Por isso aguardam-se explicações antes de se chegar ao Outono. Pensando bem, já, agora em AGOSTO. Para estas coisas, pelo lado do Estado, não há férias. Quanto às férias dos «Mirpuri», abordadas na revista, é lá com eles ...
Claro, esperamos, desejamos, que tudo tenha uma boa explicação. É que estamos necessitados de algo que nos alegre na cultura e nas artes vindo do institucional ... Para pior já basta assim, como está! Deixem-se de «aventuras».

terça-feira, 14 de agosto de 2018

«Fundação "la Caixa" lança programa de apoio à arte contemporânea em portugal»






«Fundação "la Caixa" lança programa de apoio à arte contemporânea em portugal
A Fundação Bancária "la Caixa", a primeira fundação em Espanha e uma das mais importantes a nível internacional, iniciou este ano a implementação da sua ação em Portugal, como resultado da entrada do BPI no Grupo CaixaBank. Em 2018, destinará 10 milhões de euros para o desenvolvimento de iniciativas sociais, científicas e culturais em Portugal. 
Como resultado da sua obra cultural a Fundação "la Caixa" lança em Portugal dois concursos para promover a criação no campo da arte contemporânea: um primeiro concurso para os artistas poderem tornar realidade e produzirem as suas obras de arte e um segundo para dar apoio a curadores emergentes.
Com este duplo concurso do programa “Apoio à Criação” - Coleção de Arte Contemporânea "La Caixa", de apoio à produção e à curadoria, a Fundação "la Caixa" continua a sua longa trajetória de compromisso com novos talentos no campo da cultura em geral e nas artes visuais em particular. Ao longo dos anos, reforçando o seu compromisso com a arte emergente, a Fundação “la Caixa” tem realizado diversas iniciativas com o intuito de projetar jovens que iniciam sua trajetória profissional.
Por outro lado, este programa está ligado a uma intenção histórica da Fundação Bancária "la Caixa": aumentar a capacidade de gerar conhecimento e sensibilidade para a arte mais atual. Nesse sentido, a Coleção de Arte Contemporânea "la Caixa" - atualmente composta por mais de mil obras - constitui um ponto de referência artística internacional, como se demonstra pelo empréstimo regular de algumas de suas obras para exposições em todo o mundo e a constante organização de exposições apoiadas pelos fundos da Fundação “la Caixa”. (...)». Continue a ler no site da ARTE CAPITAL. E saiba mais no site da Fundação LaCaixa.