terça-feira, 8 de outubro de 2024

CARTA ABERTA |«Os produtores de cinema e audiovisual estão a caminho da insolvência»

 

 

Excerto:«Exma. senhora ministra da Cultura, Exmo. senhor ministro da Economia, e Exmo. senhor ministro das Finanças, |||(...)Este ano, a situação agravou-se. Os beneficiários de projetos apoiados (2022 e 2023) ainda aguardam que lhes seja pago o que é contratualmente devido e os com projetos apoiados na primeira chamada de 2024 esperam desde 14 de agosto a assinatura dos respetivos contratos. Como resultado, temos os seguintes problemas: produtoras com filmagens em curso, ou finalizadas, endividam-se junto da banca para resolver problemas de tesouraria, falham sistematicamente os prazos de amortização dos empréstimos e, em consequência, recorrem a vias de prolongamento do crédito, assumindo a sobrecarga de custos financeiros e pondo em risco a sua sustentabilidade financeira. Outras, com projetos apoiados, adiam filmagens, sem saber quando as irão retomar.

 Não se resolvendo este problema rapidamente, centenas de postos de trabalho vão ficar em risco.

A agravar, como grande parte dos projetos beneficiários são realizados em regime de coprodução internacional ou em sistema de service para grandes produtoras estrangeiras, a falta dos pagamentos às empresas nacionais e a imprevisibilidade sobre quando vão ocorrer levanta problemas de credibilidade junto dos seus parceiros internacionais. À pergunta sobre quando vai ficar resolvida a situação, a resposta é invariavelmente: “Não sabemos.” Portugal já é piada no mercado internacional.
Sem perspetiva de solução, no dia 23 de outubro fecha o prazo de candidatura da segunda chamada, no valor de 7 milhões de euros.
Exposto isto, vão V. Exas. aguardar que as produtoras de cinema e audiovisual entrem em processo de insolvência, com a consequente perda de empregos, ou vão resolver a situação, fazendo cumprir os contratos, efetuar rapidamente os pagamentos e avançar para a contratualização dos novos projetos apoiados pelo incentivo da primeira chamada deste ano? (...)».


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