segunda-feira, 7 de outubro de 2024

VOLTEMOS ÀS ICCs | olhemos com mais pormenor para a entrevista que o Presidente da AEP deu ao «O Jornal Económico»

 

| 3 Outubro 2024, 07h30

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Excertos: «Não é novo dizer que a promoção e dinamização das Indústrias Culturais e Criativas (ICC) passa, forçosamente, por uma abordagem multidimensional, que inclua políticas públicas, investimento em infraestruturas, apoio ao empreendedorismo criativo e fomento à inovação. No caso das políticas públicas, ter uma legislação favorável em prol da criação e exportação de produtos culturais e criativos, e incentivos como sejam mecanismos de dedução fiscal e fundos específicos para o setor, é fundamental para que as ICC possam singrar e contribuir não apenas para a economia, mas também para a identidade cultural, a inovação e a coesão social. (...).
Ainda a nível europeu, “a Comissão Europeia aprovou o programa de trabalho do Europa Criativa para 2025, com um orçamento próximo dos 340 milhões de euros”, estruturado e torno de quatro prioridades gerais: apoiar a transição digital do setor, através de ferramentas como a IA; promover a contribuição do Europa Criativa para a sustentabilidade ambiental e o Pacto Verde Europeu; promover a inclusão e igualdade de género no setor; reforçar a dimensão cultural das relações externas da UE, com especial apoio à Ucrânia. (...)
 O Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia divulgou em janeiro um estudo intitulado “Caracterização do Ecossistema Industrial das Indústrias Culturais e Criativas”, no qual conclui que, em Portugal, as ICC representavam 11,4% do VAB da Economia Nacional – setor que cresceu em média 2% ao ano, entre 2010 e 2021 –, 21,2% do emprego (em 2021) e 1,3% das exportações totais (em 2022).
Partindo destes dados, Luís Miguel Ribeiro destaca que “o desenvolvimento económico e social das sociedades cada vez mais incorpora as dimensões culturais e criativas, ampliando a visão de cultura para incluir estilos de vida, sistemas de valores, tradições, natureza das instituições, modelos empresariais, especialização produtiva e profissional e modelos de consumo, onde a educação e o conhecimento desempenham um papel cada vez mais importante”. “Por uma parte significativa das empresas deste ecossistema incidirem na fase da criação e desenvolvimento de produtos, o contributo das ICC para a inovação dos setores do próprio ecossistema e de outros setores é exponenciada, indo ao encontro do principal objetivo de um Cluster de Competitividade”. Isto é, ‘atingir níveis superiores de capacidade competitiva com impacto a nível da economia nacional’, “tal como consta no Regulamento de Reconhecimto dos Clusters de Competitividade com impacto nacional de dia 31 de janeiro de 2024”. Dentre as medidas já delineadas, o responsável destaca ao JE que a prioridade passa por envolver todos os agentes económicos, estabelecer massa crítica no setor, implementar boas práticas, fomentar a inovação, apoiar o empreendedorismo, capacitar produtores e consumidores, aumentar a notoriedade, estimular o consumo cultural e criativo, e, paralelamente, aumentar o peso do setor no PIB nacional e apostar na internacionalização e numa visão de longo prazo.
 A digitalização das indústrias criativas também abre novas oportunidades de negócios e formatos de consumo. O streaming de música e filmes, plataformas de e-commerce para arte e moda, e-books, entre outros, são exemplos de como o digital é relevante na forma como os produtos criativos são distribuídos e consumidos. O setor das ICC é, também, impulsionador da inovação, quer no desenvolvimento de novos produtos e serviços, quer na criação de novas formas de interação social. Podem ainda ajudar a revitalizar áreas urbanas e rurais, através da criação de hubs criativos, centros culturais e espaços colaborativos com poder transformador para as comunidades e economias locais. (...)».
 
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Impõe-se: perguntar ao Ministério da Cultura o que tem a dizer sobre tudo isto.

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Impõe-se: assinalar o estudo a que se refere o Presidente da AEP e reparar que lá é dito que responsabiliza os autores - lê-se :«Este artigo é de responsabilidade exclusiva dos autores e não reflete necessariamente as posições do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e do Mar» -  aproveitando-se para pedir que se façam estudos que manifestem a postura institucional. Dada a escassez, é de louvar qualquer trabalho que apareça, mas  quem acompanhe a vida cultural do País em contexto internacional, no aqui em questão detetará as insuficiências que o atravessam. Bastava lembrar as manifestações havidas quando foi publicado estudo que se poderia dizer organiza o que agora é disponibilizado no Ministério da Economia mas que pelos vistos não o compromete. Por exemplo, em torno disto: «se tudo é cultura, nada é cultura»; «onde está o serviço público de cultura?»; «estudos ocasionais não substituem os sistemas de informação sobre cultura e artes que não temos»; ... Ah, e talvez seja de procurar melhor como germinou a CONTA SATÉLITE DA CULTURA mas que pelo que nos é dado observar ganha em ser reinventada - o problema é sempre o mesmo, faltam dados e informação organizados à altura, e isso mesmo tem sido afirmado em acontecimentos públicos.

 

Disponível aqui

 

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Dito o que acabou de se registar, como o diz o historial do blogue ELITÁRIO PARA TODOS, obviamente que  é com satisfação que se olha o espaço que está a ser dado às INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS até porque isso, a nosso ver, favorece a intervenção no SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA - «a menina dos nossos olhos» - e sem ele as ICC estarão sempre amputadas.
 
e ...«Googlemos»: 
 

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