domingo, 3 de agosto de 2014

JORGE SOARES | Uma ausência de regras | O «Gaudi da Boavista»









 «(...)
 Alguns artistas são únicos, outros não (são artistas de série, são licenciados ou doutores em arte, foram ou pareceram únicos apenas por algum tempo, em regra nos 1ºs anos de aparição pública, ou participam de estilos colectivos, ilustram uma "escola"). Os artistas únicos são em geral inclassificáveis, ou são maiores que as classificações que lhes atribuem, ou atravessam diversas classificações.
No caso único de Jorge Soares todas as classificações são inapropriadas ou redutoras. Dizê-lo um artista popular e autodidacta é correcto mas também é demasiado pouco, e marginal seria uma péssima tradução de "hors-normes" (aliás, a recusa das normas anteriormente válidas tornou-se uma norma moderna). Popular não deverá ter o sentido anglo-americano de Folk art, que quase sempre se refere tempos e usos pré-industriais - e outras línguas usam o popular (arte popular) como uma marca associada a artesanal, colectivo, primitivo e quase sempre anónimo, ou sem autoria individualizada. Chamar-lhe artista "outsider" deixa pairar a proximidade com a arte "brut" e logo uma contiguidade com as formas asilares ou psiquiatrizadas que é no caso totalmente desajustada. A linhagem naïf, excepto em casos de grande isolamento, já não se prolonga num universo social em que a informação se partilha rapidamente. Artista singular não tem em português o conteúdo significativo que se reconheceu aos "singuliers de l'art" - título da exp. pioneira do Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris (Arc 2) em 1978. (...)».
Leia na integra no Blogue de Alexandre Pomar.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário