segunda-feira, 26 de junho de 2017

“Este Governo está praticamente há dois anos em exercício e ainda não disse aos criadores nem ao país qual é a política teatral que prevê para o futuro»



 
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Excerto do artigo:«Começou com um murro na mesa. Sem estrondo, mas ainda assim com um murro, um claro protesto de Rodrigo Francisco, director artístico do Festival de Almada, relativamente ao financiamento que o evento e a estrutura que o põe de pé (a Companhia de Teatro de Almada) recebem do Estado. Na conferência de imprensa de apresentação do 34.º Festival de Almada, as primeiras palavras foram, por isso, não para a programação, mas para o facto de a companhia ter actualmente “o mesmo financiamento que em 1997” e de trabalhar “com um orçamento de troika quando a troika já saiu do país há três anos”.

Dispondo para o festival de um financiamento total de 820 mil euros, dos quais 200 mil são assegurados pelo Ministério da Cultura, via Direcção-Geral das Artes – o restante fica a cargo da Câmara de Almada e das parceiras e receitas do festival –, Rodrigo Francisco assume, conforme diz ao PÚBLICO, “um discurso contra-corrente, tendo em conta a euforia que vivemos por via do Europeu [de Futebol], do Festival da Canção e da recuperação económica”. “Este Governo”, volta a apontar o dedo acusador, “está praticamente há dois anos em exercício e ainda não disse aos criadores nem ao país qual é a política teatral que prevê para o futuro": "O único acto visível do ponto de vista teatral deste ministro da Cultura foi ir ao velório de uma companhia [Teatro da Cornucópia] que acabava de extinguir-se.”

Com mais de metade das assinaturas – que dão acesso aos 26 espectáculos de sala – vendidas ainda antes do anúncio público da programação, Rodrigo Francisco apela a uma maior participação do Estado para que “não se assista à degradação do Festival de Almada”. “Não estou disposto a tornar o grande festival que alcançámos no final dos 90 num evento de dimensão local – e o Estado não está a corresponder a esse esforço. Não chega vir alguém às sessões de abertura fazer um discurso bonito, dizer-nos que estamos a fazer um óptimo trabalho e dar-nos os parabéns. É preciso agir em conformidade.” (…)». Continue a ler.




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