domingo, 26 de dezembro de 2021

«SERVIÇO PÚBLICO» | cada um tem o seu ?

 

 Sinopse

«Transportando-nos para o dia-a-dia da empresa, Gonçalo Reis percorre os bastidores da organização do Festival Eurovisão em Lisboa ou do lançamento dos arquivos históricos online, ao mesmo tempo que passa em revista a internacionalização da produção de séries, a chegada de conteúdos da televisão pública à Netflix, as sucessivas apostas no digital e, igualmente, temas controversos como a importância das audiências, o apoio ao cinema português, as opções editoriais e o orçamento da RTP.
Numa escrita límpida e envolvente, Serviço Público traz-nos também matéria de reflexão, que importa explorar, sobre o potencial da indústria dos conteúdos e sobre a relevância do sector cultural para a afirmação de um certo conceito de país, deixando ainda propostas para uma gestão mais eficaz das empresas públicas e a transformação do próprio Estado». Saiba mais.
 
 
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No Elitário Para Todos há quem ao ler «serviço público» vá logo a correr ver o que é dito, e foi o que aconteceu com o livro acima. Mas houve outras prioridades, e na altura, de imediato, foi apenas folheado e só mais tarde lido e sublinhado. Depois, uma vez mais ficou de lado, e só agora chegou aqui para este post. Marcado por todas estas pausas há algo contudo que se impôs na memória: para quem não conheça a realidade não seria difícil concluir que no País, por ali,  só existem PS e PSD ... E apetece dizer: olhe que não, olhe que não ... Em particular, gostaríamos de reproduzir  o que lá poderia ser lido sobre o papel da televisão no SERVIÇO PÚBLICO DA CULTURA E DAS ARTES, mas não será fácil. Gostaríamos de ver uma leitura do pensamento e propostas das  demais forças politicas sobre a televisão o que também não aconteceu. Em particular, o pé foge para o «entretenimento», e nada contra, desde que  se separem as águas ... Podemos ler lá numa reprodução de artigo publicado na «Meios & Publicidade» de 2018: «(...) Na área dos programas, teremos propostas fortes no entretenimento, na ficção, na música, no humor, no desporto. Ambicionamos um registo próprio, com especiais responsabilidades numa oferta que seja diversa e que divulgue os talentos nacionais e o melhor que se faz em Portugal, mas assumindo o objetivo da relevância e do impacto junto de vários públicos. Ter uma postura de diferenciação significa não ser exactamente  igual às ofertas mais tradicionais que o mercado comercial tradicional disponibiliza de forma quase automática, nem cair no terreno da sobranceria. Cabe-nos uma espécie de terceira via: trazer qualidade aos formatos populares e assegurar que os conteúdos de qualidade se tornam cada vez mais mais populares (...)». E o dito artigo termina assim: «(...) Mas para além da estratégia de conteúdos para os vários canais de rádio e televisão e plataformas digitais, cabe à RTP ser uma instituição particularmente activa numa série de áreas, que fazem parte do nosso ADN: a promoção das artes e da cultura, o apoio à produção independente e ao cinema, a valorização e disponibilização dos arquivos históricos, e cooperação com África e a aproximação às comunidades emigrantes no mundo inteiro, bem como o desenvolvimento de parcerias com inúmeras instituições da sociedade civil para a divulgação de iniciativas e causas. Em suma, queremos uma RTP cada vez mais diferenciadora, aberta à inovação, confiante no seu papel e presente na sociedade». Neste contexto, terá cabimento perguntar: cada um tem um serviço público que lhe chama seu?  Bom, pensamos que objectivamente é de valorizar isto: a assunção do conceito SERVIÇO PÚBLICO (faltando dar-lhe significado mais preciso ouvindo outros, muitos, partindo obviamente da CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA); bem como a opção que nos parece clara de não se confundir com o que é resolvido pelo MERCADO DO MUNDO DOS NEGÓCIOS. E se estivermos atentos são muitos os que fogem disso mesmo, desse debate ... Depois, gostamos de quem PRESTA CONTAS - aliás veja-se este post anterior, como que antecipação do aqui em causa - , e o livro acima é, a nosso ver, um balanço público do que foi feito: ainda assim, não devia haver mecanismos técnicos, formais, para isso? ... Mas serão outros «quinhentos» .... Porém, como estamos em ambiente de campanha eleitoral quem sabe o assunto não será descabido ... Decididamente somos crédulos e optimistas  ...


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Curiosamente, a ideia que tínhamos para este post era outra: na base o capitulo «TRANSFORMANDO OS ELEFANTES PÚBLICOS», onde o autor refere MARIANA MAZZUCATO escrevendo a propósito: «Acompanho com atenção a economista Mariana Mazzucato que escreveu o famoso livro "The entrepeneurial state" e, mais recentemente, o inspirador "Mission economy". Esta pensadora progressista, mas desempoeirada, com forte orientação para a equidade, mas preocupada com a eficiência e a criação de valor, é uma lufada de ar fresco na forma como se encaram estes temas. Em vários estudos, Mazzucato tem sublinhado o papel positivo, decisivo, que as politicas públicas certas podem ter. Mas insiste nas vantagens de um Estado com forte sentido de missão, que tenha espírito de inovação, que saiba funcionar em rede e de forma descentralizada, que fomente um ambiente próximo das "start-ups tecnológicas", que interaja com os agentes mais criativos e empreendedores do sector privado, que funcione numa lógica de objetivos e orientação para os resultados. Não basta «ser» Estado, é preciso actuar como um Estado competente (...)». Pois é, também somos fãs de Mariana Mazzucato, no Elitário Para Todos já a temos divulgado, e francamente duvidamos que goste do termo «desempoeirada» quando com isso até parece querer dizer-se que os «progressistas» em geral não são desempoeirados. O que as pessoas escrevem!, valha-nos o Menino Jesus, já que estamos no Natal ... Mas deixemos o que se diz do livro e da autora, e vamos ao original, agora em português. E atente-se, desde logo, no subtítulo: «um guia ousado e inovador para mudar o capitalismo». 
Claro, há que estar atento para que não aconteça a célebre frase: «Algo deve mudar para que tudo continue como está». Ah, antes que esqueça,  gostamos de pensar que somos «desempoeirados». E progressistas.
 

Sinopse

«Mariana Mazzucato, autora multipremiada e economista influente no panorama internacional, faz uma crítica implacável e muito necessária ao capitalismo atual, na qual defende que, para solucionar as crises maciças que nos ameaçam, precisamos de ser inovadores, de fazer uso de um pensamento colaborativo, com espírito de missão, ao mesmo tempo que é necessário redefinirmos a relação entre os sectores público e privado, para que não se resuma à partilha dos riscos, mas seja também a partilha dos lucros. 

«Em Economia de Missão encontramos a visão, a ambição e a imaginação que tanta falta fazem nos governos atuais. Todos os que são a favor de um futuro melhor – de uma prosperidade que seja amplamente partilhada, de serviços públicos de qualidade acessíveis a todos e de uma solução para a crise climática – devem ler este livro.» 

Tom Kibasi, The Guardian

«Mariana Mazzucato defende que as sociedades devem rejeitar as ideologias estafadas e adotar a abordagem política que levou astronautas à Lua. Quando estabelecem missões específicas e o poder do Estado é exercido de forma pragmática, as sociedades podem tornar-se mais prósperas e equitativas. Mazzucato é uma economista ítalo-americana de vocação heterodoxa, cuja obra há muito desafia o pensamento económico corrente sobre o papel dos mercados e do governo no nascimento da inovação. Escreveu um livro notável.» Economist».

 

 

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Nota: dado a importância que devotamos ao conteúdo
deste post, talvez, mais cedo do que tarde, seja continuado ...
 Desde logo, há que lembrar outros autores 
que se debruçam sobre a gestão pública ... E parece
que há quem nunca tenha duvidado do   «papel positivo, decisivo,
 que as politicas públicas certas podem ter». 
 E às vezes como nas politicas privadas, erra-se!

 

 

 
 

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