sábado, 14 de outubro de 2017

SOBRE A TRAGÉDIA DOS INCÊNDIOS 2017 | Um relatório que recomendamos



SUMÁRIO EXECUTIVO 
Os acontecimentos relacionados com os incêndios de Pedrógão Grande e de Góis, dos quais resultaram um enorme conjunto de vítimas mortais, colocaram a problemática da floresta e dos incêndios florestais na ordem do dia. Embora de importância central na vida das nossas comunidades, foram os incêndios florestais de 2016 e, sobretudo, os de 2017 que remeteram esta temática para uma situação reconhecidamente insuportável e que exige soluções profundas, estruturantes e consensuais. A questão que se coloca é a seguinte: no século XXI, com o avanço do conhecimento nos domínios da gestão da floresta, da meteorologia preventiva, da gestão do fogo florestal, das características físicas e da ocupação humana do território, como é possível que continuem a existir acontecimentos como os dramáticos incêndios da zona do Pinhal Interior que tiveram lugar no verão de 2017? A análise desenvolvida pela CTI abordou os principais aspetos, relacionados com a atuação dos diversos agentes e entidades, com a severidade do fenómeno e com as características do território em questão. Como resultado dessa análise, há que concluir, desde já, que as razões principais que conduziram àquele acontecimento dramático, têm origem em três níveis de problemáticas, embora se reconheça que todos eles estão profundamente interligados. Essas problemáticas são: 

Conhecimento 
Não é possível continuar a ignorar que o fenómeno do fogo florestal se caracteriza por diversos aspetos que correspondem, na atualidade, a um conhecimento diverso acumulado, desenvolvido em Portugal e noutros países. Nos diversos domínios, desde a meteorologia à gestão florestal, desde a manipulação do fogo até à operação de combate, desde os modelos de silvicultura até aos figurinos suscetiveis de mobilizar os proprietários, todos estes aspetos têm sido objeto de intensa reflexão, de produção científica internacionalmente validada e de construção de mecanismos orientados para a aplicabilidade desse conhecimento. Não há razão alguma para manter o divórcio entre a premência de soluções para estes problemas e o conhecimento existente sobre esses mesmos problemas. Pode até evocar-se, no caso português, o desprezo que se tem atribuído, com frequência, ao conhecimento acumulado, muitas vezes com o pretexto de adoção de novidades aparentemente ofuscantes, mas que escondem equívocos e desajustes pessoais. O dominio da gestão da floresta em Portugal foi frequentemente afetado, nos últimos anos, por intervenções que fizeram tábua rasa do conhecimento acumulado e que levaram a introduzir alterações, reajustamentos ou reformas que quebraram o ciclo normal de valorização e proteção deste recurso nacional.
(...). Continue a ler.

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A nosso ver, todos podemos aprender com este relatório em torno das problemáticas identificadas:  Conhecimento, Qualificação,  Governança.  Para a generalidade dos serviços públicos. Tê-lo em conta é também uma forma de homenagearmos  as vitimas. Em particular, é tempo de por fim a DIRIGENTES que podíamos apelidar de «SERVIÇOS MINIMOS», como se fossem o máximo. Nomeadamente,  não têm  em conta  que a primeira obrigação de um dirigente é fomentar o uso do conhecimento acumulado. E por falta de qualificação adequada ao cargo dão como certo o que encontram e que burocraticamente se transforma na sua missão, mesmo que tenham ido para os lugares para alterar, precisamente, o estado das coisas … Sim, estamos a pensar em situações na esfera da cultura e das artes. E lá continuam, alguns por largos anos ...Parece que só com tragédias damos pelos desastres que silenciosamente, tantas vezes, vem de longe ..., mesmo que entretanto tenham sido denunciados. Sejamos exigentes! POR TODOS.



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