domingo, 15 de janeiro de 2012

ENCURTAMENTO DA CULTURA


Isto deve andar tudo ligado, é sistémico como a crise: a cultura emagrece, encurta, seja qual for o lugar que consideremos.   Dois casos: a cultura no portal do Governo; a cultura na agência Lusa. No portal, não havendo Ministério a Cultura não apareceria na página de entrada - e também não há Secretaria de Estado da Cultura, a Cultura é apenas uma área na Presidência do Conselho de Ministros - e, como se pode ver, a solução no site acaba por ser engraçada - aparece Secretário de Estado da Cultura. De imediato, digam lá se não  apetece a leitura: «a cultura sou eu»!  Por outro lado, ao haver um espaço sobre Temas logo na homepage, e dado que até se argumentou que a cultura não era menorizada com a inexistência de ministério, e que o facto de depender do Primeiro Ministro mostrava a importância que lhe era dada, e,  mais,  era um sublinhado quanto à sua transversalidade, seria de esperar que aparecesse pelo menos nos TEMAS da página de entrada. Mas não, nem isso! Bom, contudo, não a esqueceram naquela coisa do «O Meu Movimentos», a saber:      
"O Meu Movimento" é uma forma de dar uma oportunidade a todos de participar no debate sobre o futuro do nosso país.
De uma forma lúdica e simples, qualquer cidadão português pode defender as causas em que acredita, fazendo-se ouvir por todos - e especialmente pelo seu Governo.
Muitos portugueses, especialmente os mais novos, abstêm-se de utilizar os modos constitucionalmente consagrados de se expressar democraticamente.
"O Meu Movimento" inspira-se nos melhores exemplos de comunicação digital existentes no mundo e constitui uma plataforma formativa, transparente e fácil de usar, por cujo intermédio qualquer português, de qualquer idade e em qualquer lugar, pode participar com uma ideia ou uma opinião para melhorar o nosso país.E para isto não se esqueceram, não senhor, da escolha do tema da «cultura». Portanto como vêem até se dá a «oportunidade» para debater a cultura  no «futuro do nosso  pais». A pergunta: e se não for assim por esta via, certamente tida como modernaça, que acolhimento é dado ao debate, nomeadamente ao que tem acontecido, e está sempre a haver, na comunicação digital? Agora vamos à Lusa via, por exemplo, esta noticia do SOL: PSD nega extinção da secção de Cultura da Lusa. Parece que não há fumo sem fogo, depois disto já se ouviu que a cultura não ia desaparecer mas sim ser diluida na «sociedade» ou uma outra qualquer secção ... Enfim, tudo isto nos surge como parte de um pacote, de um outro movimento, mais amplo de menorização da cultura e das artes. Só nos resta lutar contra a corrente, como aqui neste blogue tentamos fazer. 



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