Na semana passada, a semana do GREENFEST, não andava à procura de turismo cultural, mas sim de turismo sustentável, mas eis que me deparo com o Congresso que a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda realizou no dia 24 de Setembro de 2012 com o tema “Turismo Cultural”. E no site da Fundação podia ler-se:
Os objetivos principais são a redefinição da oferta cultural e a reorganização dos equipamentos culturais com base numa marca e numa metodologia que levem à qualificação da oferta e à melhoria da comunicação, tornando-a mais atrativa para o turista.
É essencial falar de valorização de património, em dinamização da economia, referindo o turismo cultural como uma vertente muito interessante do próprio turismo. Portanto, o turismo e a cultura são atividades capazes de atrair novos públicos, sendo consequentemente necessário olhar para o turismo como um divulgador da cultura por excelência.
O que se pretende provocar é uma reflexão sobre as visões que os museus e as outras instituições culturais devem ter para se transformarem num vetor importante da economia e do turismo.
E também não andava à procura mas achei avaliações de turistas, imagine-se!, do Teatro Nacional de Oslo.
e da Oslo Opera House.
E fiquei na dúvida, o que é que eles avaliarão? O equipamento ou aquilo a que assistiram, e viram no palco? Provavelmente o Equipamento - é o que geralmente acontece aos turistas. (Ainda me lembro como insisti para irmos ver o Teatro Nacional da Catalunha quando fui a Barcelona depois da sua inauguração - era Agosto e até estavam de férias). Mas o que ver não faltará, como se pode conferir na Programação «Opera & Ballet». E na do National Theatre.
E gostei da apresentação do The National Theatre Steeped in tradition and pushing the boundaries
«The National Theatre is Norway’s largest theatre. Steeped in tradition and pushing the boundaries, it has the express aim of being recognised as one of the leading theatres in Europe. The Theatre is ideally located right in the centre of the Norwegian capital of Oslo – between the Royal Palace and the Storting (the Norwegian parliament) – in a beautiful building dating back to the turn of the previous century. It houses three permanent stages under one roof, with a fourth auxiliary one located in Torshov, Oslo’s new, trendy East End.
Since it opened its doors in 1899 the National Theatre has become home to the dramatic arts in Norway and the use of the Norwegian language on stage. The desire to establish a theatre for Norwegian dramatists and stage artists constituted a natural part of the country’s national development and its separation from Sweden around the beginning of the last century, a process than culminated in the dissolution of the union between Norway and Sweden in 1905. The statues of Henrik Ibsen and Bjørnstjerne Bjørnson still take pride of place in front of the Theatre’s main entrance. The names of these two national icons, along with that of Ludvig Holberg, have been engraved on the front of the building.
The National Theatre’s ensemble includes the country’s leading actors, and only the best national and international producers are invited to realise the Theatre’s artistic programme. The Theatre’s technical and administrative staff consists of highly qualified workers in all areas. In its capacity as a festival organiser and touring theatre, the National Theatre also possesses outstanding expertise in both a national and an international context.
The repertoire of the National Theatre is characterised by high quality and a balanced mix of classical and contemporary drama presented in topical and groundbreaking productions. The changing focus devoted to traditional and contemporary performances is also reflected in the annual theatre festivals that are organised at the Theatre: the International Ibsen Festival and the ICON Program which are held biennially in alternate years». Eu gosto de Teatros e de Teatro.Quando me repuserem o meu subsidio de férias, vou a Oslo, e tentarei ver Peças de Teatro, e reavivar IBSEN de quem me lembro, de imediato, do O Construtor Solness, que a «nossa» Cornucópia me deu a conhecer, numa sala que, provavelmente, por si, não constará de Roteiro Turístico. Mas o que se faz lá dentro, ah isso sim, devia estar em QUALQUER BOM ROTEIRO para turistas e para nós, os que vivem cá. E nesta ida ao passado (2007) procurei o Programa do espetáculo e detive-me nas palavras do encenador Carlos Aladro e do Actor Luís Miguel Cintra. Excertos:
«Henrik Ibsen é considerado como um dos dramaturgos mais importantes e influentes em toda a literatura dramática universal. Para muitos primeiro está Shakespeare e logo a seguir Ibsen e para muitos outros Ibsen é o pai de toda a dramaturgia ocidental pós-romântica, é a fonte em que, de Beckett e Genet até Mamet e Pinter, todos foram beber. Bom, isso está nos livros, e é isso o que os académicos dizem… Mas então porque será que é tão pouco representado? Com excepção das suas três ou quatro obras mais conhecidas, “Casa de Bonecas”, “Hedda Gabler”, “Um Inimigo do Povo”, ou “Peer Gynt”, é realmente difícil ter a oportunidade de assistir a uma representação de alguma das suas outras peças, muitas delas consideradas obras primas, como “Brand”, “Rosmmersholm”, “John Gabriel Borkman” ou “O Construtor Solness”. E não acontece só em Espanha, ao que parece também aqui é difícil. Uma prova disso podia ser que este é o primeiro Ibsen que o Teatro da Cornucópia aborda depois de mais de 30 anos de vida e de mais de 90 espectáculos! Porquê? Só agora, no troço final do processo de criação deste espectáculo, me atrevo a dar uma resposta a essa pergunta. É uma resposta curta, mas nem por isso simples: porque é muito, muito, difícil.
(...)»
«Um grande texto apaixona-nos, nem sabemos bem porquê. Depois dá-nos volta á cabeça, quando lhe damos corpo. É assim no teatro. É coisa que me acontece há tantos anos e continua a surpreender-me.
«Henrik Ibsen é considerado como um dos dramaturgos mais importantes e influentes em toda a literatura dramática universal. Para muitos primeiro está Shakespeare e logo a seguir Ibsen e para muitos outros Ibsen é o pai de toda a dramaturgia ocidental pós-romântica, é a fonte em que, de Beckett e Genet até Mamet e Pinter, todos foram beber. Bom, isso está nos livros, e é isso o que os académicos dizem… Mas então porque será que é tão pouco representado? Com excepção das suas três ou quatro obras mais conhecidas, “Casa de Bonecas”, “Hedda Gabler”, “Um Inimigo do Povo”, ou “Peer Gynt”, é realmente difícil ter a oportunidade de assistir a uma representação de alguma das suas outras peças, muitas delas consideradas obras primas, como “Brand”, “Rosmmersholm”, “John Gabriel Borkman” ou “O Construtor Solness”. E não acontece só em Espanha, ao que parece também aqui é difícil. Uma prova disso podia ser que este é o primeiro Ibsen que o Teatro da Cornucópia aborda depois de mais de 30 anos de vida e de mais de 90 espectáculos! Porquê? Só agora, no troço final do processo de criação deste espectáculo, me atrevo a dar uma resposta a essa pergunta. É uma resposta curta, mas nem por isso simples: porque é muito, muito, difícil.
(...)»
«Um grande texto apaixona-nos, nem sabemos bem porquê. Depois dá-nos volta á cabeça, quando lhe damos corpo. É assim no teatro. É coisa que me acontece há tantos anos e continua a surpreender-me.
Quando tive vontade de representar O Construtor Solness, quando quis programar a peça na Cornucópia, pensava sobretudo, como já acontecera outras vezes, no confronto de gerações que nesta peça se retrata. Pensava naquele velho construtor cheio de medo de que a juventude lhe tirasse o lugar (...)». Mas pode ler mais aqui. A propósito, saiba sobre a próxima produção da Cornucópia - OS DESASTRES DO AMOR ou FORTUNA PALACE.
E ainda sobre Ibsen, lá, mais longe, não esqueço a Casa de Bonecas, no Teatro da Politécnica, encenada por Mário Feliciano, infelizmente já falecido, com figurinos de Ana Salazar. Bom, mesmo que não vá a Oslo, já tenho alguma cultura sobre Ibsen, adquirida através do serviço público co-garantido pelo Estado. E se não tivesse havido isto ... e os outros, a minha vida não teria sido a mesma.
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