No dia 16 de julho, a PLATEIA reuniu, no Palácio Nacional da Ajuda, com o Secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier. Sobre o encontro há relato no Blogue da Plateia: neste endereço. Vale a pena ler. Desde já, alguns excertos:
Da Parte 1
(...)
A burocracia reinante na Direção Geral das Artes, com artistas e funcionários do estado escravizados por uma absurda plataforma eletrónica que consome os recursos dos contribuintes em desproporcionadas e kafkianas obrigações de planificar e relatar.
A perda de legitimidade da cultura e das artes, com um Secretário de Estado tecnocrata e ausente do Conselho de Ministros, um Diretor Geral das Artes reduzido à condição de técnico que ninguém sabe quem é, uma estratégia de defesa do setor meramente assente em ligações a outros setores e uma desarticulação entre educação e cultura.
Da Parte 2
E se é verdade que a partir dos palácios sempre houve alguma dificuldade para ver o mundo, do Palácio da Ajuda parece mesmo ver-se um país único e fascinante:
Gerir o mais pequeno (0,2%) dos orçamentos públicos, ter uma equipa reduzidíssima e não poder entrar no Conselho de Ministros não permite deduzir o desinvestimento no setor. É muito mais prático assim.
Não há qualquer relação de causa-efeito entre as políticas para a cultura do governo de Pedro Passos Coelho e o estado de desagregação do setor. São os agentes que não se sabem organizar e que criaram expectativas ilusórias.
Em Portugal não há uma crescente dificuldade no acesso dos cidadãos a uma criação plural, livre e diversificada. O que havia era um excesso de oferta que o omnisciente mercado agora trata de regularizar.
O que de menos bom já aconteceu nesta legislatura é da responsabilidade do anterior governo, ou na pior das hipóteses do anterior Secretário de Estado da Cultura. E tudo o que de bom poderia acontecer – mas não vai acontecer porque não é possível – é da responsabilidade dos ciclos legislativos, portanto, e desde já, do próximo governo.
(...)
RESUMINDO: Secretário de Estado de si mesmo.
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