sábado, 4 de outubro de 2014

«Sob pena de se estar a hipotecar o futuro»


Lemos o artigo da imagem com o titulo «Os desafios do novo QREN» no Caderno  Economia do jornal Expresso (semanário), de 27 de setembro último. Mas também está disponível online - Diário Económico, via portal SAPO.Face a isto o autor mais parece um evangelizador de uma causa em que acredita. Outros dirão que é sempre a mesma «cassette».

 Como estamos com o defendido, destaquemos: «O QREN foi concebido como um instrumento inovador para dar resposta às novas exigências que a competição da economia global e os novos fenómenos sociais exigem ao nosso país. O balanço de 25 anos de fundos comunitários em Portugal é muito claro: aposta sustentada na melhoria das infra-estruturas do país, numa lógica não raras vezes pouco coordenada e monitorizada (veja-se a proliferação desnecessária de parques industriais e pavilhões desportivos municipais), falhas sucessivas nas acções de formação empreendidas ao longo das três intervenções levadas a efeito, resultados muito frágeis nas áreas essenciais da inovação, conhecimento e competitividade. Ou seja. Vinte anos depois Portugal é um país de auto-estradas com menos coesão territorial e crescentes desigualdades sociais numa Europa em grande indefinição de identidade».

E depois no fim:

«Portugal não pode perder esta oportunidade de alteração do seu paradigma de desenvolvimento estratégico através da dinamização de um novo ciclo para o QREN. Em tempo de profunda crise financeira, têm que ser accionados mecanismos de rápida absorção das verbas disponíveis. Mas não a qualquer preço. Sob pena de se estar a hipotecar o futuro. O QREN tem duma vez por todas que se assumir como um factor estratégico de convergência positiva do país face aos novos desafios duma economia global complexa e exigente».

Aproveitemos este artigo para voltarmos à nossa: enquanto não se fizer um verdadeiro balanço sobre os fundos comunitários na cultura e nas artes a probabilidade de no sector se evitar os erros referidos no artigo é fraca, para não dizermos nula.  E não haverá fundos comunitários que no salvem se não mudarmos o rumo no que está acontecer na cultura e nas artes! Está mesmo a hipotecar-se o futuro. Os anos de retrocesso avançam a galope, todos os dias. É isso, precisamos de um novo ciclo, com novos paradigmas. Com futuro.
Mas, a propósito, à luz deste artigo que avaliação fazer dos Relatórios das imagens seguintes, e o que é que justificou a encomenda do mais recente? E, partindo do princípio que haverá mais estudos, nomeadamente elaborados  pelos serviços,  quem faz a síntese? Que não pode ser apenas de natureza técnica,  alguém tem de fazer  um  BALANÇO POLÍTICO. Que todos entendam.




Não resistimos a transcrever recomendações do estudo «Fundos estruturais e cultura no período 2000-2020»:



Como se pode ver, insistem no debater e no repensar conceitos e modos de atuar quando o novo programa já aí está. O que é que se andou a fazer até agora? E o que é que está previsto, e de quem é a responsabilidade do que está considerado? 

Numa altura em que tanto se fala em transparência, temos que admitir que há perguntas sem resposta para a cultura  e as artes no PORTUGAL 2020. Entretanto, até chegarem as respostas, temos o site. Será que só nos resta isto! Não é possível. A oposição já deve ter dito alguma coisa, nós é que não encontrámos ... 


http://www.pt-2020.pt/

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