quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

E QUAL É O PERFIL, QUAL É ELE?

 Expresso - 2017.12.23


 Excerto da Notícia com sublinhados nossos:
  «(...)
A escritora Luísa Costa Gomes, com várias dramaturgias suas encenadas no TNSJ, como “Macbeth”, ou “A grande vaga de frio”, a partir de “Orlando”, de Virginia Woolf, o que a tem levado a trabalhar de perto com Sobrado, não esconde em de - clarações ao Expresso, ter ficado “razoavelmente espantada com a escolha, e de um modo extremamente positivo”. Tudo porque, sublinha, “os gestores não têm de ser escolhidos entre quem não faz a mínima ideia” do que é o programa ou a vivência da estrutura que vai dirigir e apenas porque se presume perceber de gestão. Assim, conclui, a opção tomada “só pode valorizar quem escolheu e o escolhido”.Passa por aí uma das questões centrais ligadas a esta indigitação divulgada durante o jantar de Natal do TNSJ, efetuado na passada terça-feira. Pedro Sobrado, cuja escolha terá de ser confirmada pela CReSAP-Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública, é, nas palavras de Ricardo Pais, “uma das grandes inteligências ao serviço das nossas instituições”. Descreve-o como “um homem de cultura, lido, qualificado, do teatro. Formou-se no TNSJ e, por uma vez, temos alguém que conhece intrinsecamente e pessoalmente a herança daquele teatro. A sua indigitação, além de ser uma luz ao fundo do túnel, constitui uma marca de inteligência do secretário de Estado da Cultura”. Falta confirmação oficial Ricardo Pais realça a circunstância de “não ser por acaso que, pela segunda vez, as sucessões nos cargos importantes do TNSJ são feitas a partir de quem lá está”. Na opinião do encenador, isso revela que “o TNSJ tem uma personalidade de tal maneira forte que não suscita preocupações”, ao mesmo tempo que fica a evidência de que “enquanto em Lisboa estas coisas são resolvidas por golpes às vezes surpreendentes, no Porto é resolvido pacificamente entre os governantes e a própria casa”. Resulta daí, sublinha, “um reconhecimento da maturidade atingida pelas estruturas do TNSJ”.Do gabinete de Miguel Honrado, secretário de Estado da Cultura, ainda não saiu a confirmação oficial da substituição de Francisca Carneiro Fernandes, que terminou em novembro o seu terceiro mandato como presidente do Conselho de Administração. Em todo o caso, Nuno Carinhas, diretor artístico do teatro, e com quem Pedro trabalhou para a dramaturgia de várias peças, em particular “Breve sumário da história de Deus”, “Os Últimos dias da humanidade” ou “Macbeth”, destaca a circunstância de se tratar de “um apaixonado do teatro e de toda a construção
  do processo teatral”. (...)».
 .
.     . 

Esta notícia é um compêndio. De facto,  remete-nos para questões centrais da Administração Pública portuguesa e em particular para a situação dos «Nacionais» na Cultura. Cidadãos haverá e, em especial, trabalhadores em funções públicas,mas também, certamente, académicos, que olharão para a coisa com um sentimento de descrença que não augura nada de bom. Entremos no pormenor:
  • Desde logo, também aqui a questão tem a ver  com o modelo institucional a seguir no TNSJ e nos demais «nacionais». E não se pode iludir que na defesa das soluções «empresa pública» e «entidade pública empresarial»(a atual) um dos argumentos assenta na vantagem  da separação da «Administração» ligada à gestão da «Direção Artística», em contraponto com solução anterior em que o Diretor do Teatro ao mesmo tempo o Diretor Artístico. E  esta continua a ser  solução preferida por alguns que o têm dito publicamente;
  • Mas, pelos vistos, para se saber de gestão não precisa saber-se de gestão, daquela que se aprende nas escolas. Mas até também por isso há que definir o PERFIL DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO;
  • E é fundamental saber-se como é que se chega à PESSOA. Qual o Processo e, verdadeiramente, perceber-se qual o papel da CRESAP. E em qualquer caso parece ser de bom tom não fazer qualquer anúncio antes do seu veredicto. Imagine-se que é negativo, não cai bem. Por outro lado, alguém pode concluir que as notícias até querem pressionar a CRESAP;
  • E aquela de se louvar o recrutamento interno até terá os seus encantos mas também terá as suas desvantagens. Até nas universidades se vem a lutar contra isso ... Dá ideia que está tudo em família, que se está a funcionar em circuito fechado, em que há uma rotatividade entre poucos, ... 
  • E é claro que agora todos nós queremos saber quem é que na CRESAP vai decidir e como vai decidir ...
  • E também gostávamos de ouvir os Governantes, estas coisas não se podem restringir a um jantar de natal quando em causa temos uma ORGANIZAÇÃO PÚBLICA e que deste modo não poderá ser olhada como se de um condomínio privado, e fechado, se tratasse;
  • E não ficaria mal que as diferentes soluções tivessem uma tradução financeira para se ajuizar com mais propriedade;

E pronto,  a seguir  com atenção, se é que entretanto não vamos ser apanhados pela APATIA que grassa ...E começarmos a dizer o que se vai ouvindo: SÃO TODOS IGUAIS. 

 

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