segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

«"farto" do Ministério da Cultura | Como ministro, não sei se está a fazer bem ou mal, nem ando à procura de saber. No nosso caso, não era propriamente ele que tinha a pasta, era o Miguel Honrado»

 
Leia aqui, no Observador


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Um ano após o encerramento do Teatro da Cornucópia, companhia lisboeta que fundou em 1973 juntamente com Jorge Silva Melo, Luís Miguel Cintra continua a fazer teatro – e mantém um olhar crítico sobre as políticas públicas para as artes. “Quando olho para trás só tenho desgosto, por isso, olho para a frente como se estivesse a começar”, afirma, em entrevista ao Observador.
A gente passa 40 e tal anos na nossa terra a tentar provar que é possível, previne que não consegue aguentar e que acha que não há razão para reduzir o projeto às dimensões de um subsídio cortado para metade. Queriam que a gente continuasse? Não era possível. Há aqui algo viciado. É como se o Estado não acreditasse no que as pessoas dizem”, desabafa.
Refere-se aos motivos pelos quais a Cornucópia fechou portas a 18 de dezembro do ano passado – com um recital de Guillaume Apollinaire, perante centenas de pessoas. Cortes nos subsídios atribuídos pelo Ministério da Cultura não permitiram ao grupo continuar a atividade em moldes considerados adequados. Para o período 2013-2016 a subvenção foi de cerca de 300 mil euros.
Luís Miguel Cintra reafirma hoje que o Ministério da Cultura “nunca pôs a hipótese” de aumentar o montante do subsídio.
Disseram que isso iria criar um caso excecional. Mas um caso excecional é o que se deseja que exista, e não que tudo seja normal. Mas o caso excecional escandaliza, porque não se trata todos da mesma maneira, segundo parece. Não podendo haver caso excecional, o Ministério perguntou o que era possível fazer. Não era possível fazer nada.” (...)

Questionado sobre que avaliação faz ao trabalho de Castro Mendes, o fundador da Cornucópia não se alonga em comentários e diz-se “farto de burocracias”.
Escuso de dizer o que penso do ministro. Conheci-o bem antes de ele estar no Governo. Como ministro, não sei se está a fazer bem ou mal, nem ando à procura de saber. No nosso caso, não era propriamente ele que tinha a pasta, era o Miguel Honrado. Estou desinteressadíssimo desses assuntos, estou farto. Não estou muito bem de saúde, não tenho paciência para assuntos de administração, que só nos fazem perder tempo.”  (...)». Leia na integra.

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