sexta-feira, 29 de julho de 2022

UMA PERGUNTA SINGELA | como é determinado o valor do Orçamento do Estado para a Cultura?

 


captura em 29 JUL 2022



E de repente - ver imagem inicial - ao modo 2018, assim apetece dizer. Mas antes dos resultados: de facto, os agentes culturais dirigem-se ao Ministro da Cultura para que se encontrem mais verbas para os financiamentos do Estado às artes através de concursos. «Financiamento», dizemos nós, porque «Apoios» é o termo usado, e certamente  que mais  adequado à realidade. Quem sabe utilizar o termo institucional «Auxílios». Ainda parece mais ajustado. Pelos anos 2018/2019 lembremos que a movimentação foi grande, perante o desfecho dos concursos. Do Primeiro Ministro  até houve uma carta aberta.  António Costa  veio a terreno e o dinheiro foi aparecendo ... Não será difícil identificar injustiças que não chegaram a ser colmatadas no meio da «satisfação» alcançada ... Pelo que se leu nos últimos dias parece que estamos a reeditar o processo, mas precavidos os agentes culturais antecipam-se. Tal como muitos  disseram no passado isto mais parece «terceiro mundo», com o devido respeito pelos paises que nele se integram. 

Para contextualizarmos, do que rapidamente encontramo através do Google sobre 2018:

 

Agora, por exemplo, do Observador:

«(...) A reunião com Pedro Adão e Silva juntará representantes da Plateia, da Ação Cooperativista, da Acesso Cultura, da Descampado, da Rede - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, da Associação de Artistas Visuais em Portugal, da Performart - Associação para as Artes Performativas em Portugal, do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audioisual e dos Músicos (Cena-STE).

A DGArtes abriu, no dia 13 de maio, as candidaturas a seis concursos de apoio sustentado às artes, nas modalidades bienal (2023-2024) e quadrienal (2023-2026), com um montante global de 81,3 milhões de euros.

A 25 de maio estas entidades lamentavam a "política de precariedade e austeridade" e apelavam ao Governo para que aumentase maio,a dotação orçamental dos programas de apoio financeiro.

Para aquelas associações, esta dotação "está abaixo dos valores já gastos ou previstos para 2021/2022. Isto fará com que muitas estruturas percam o seu financiamento, e que tantas outras fiquem, novamente, sem acesso ao programa, mesmo apresentando projetos com qualidade".

“Muito menos, este programa poderá garantir o combate à precariedade laboral e o salto qualitativo e quantitativo na criação e difusão artísticas, tão urgentes”, afirmaram.

Segundo a DGArtes, o montante financeiro global disponível para estes seis concursos, de 81,335 milhões de euros, "representa um incremento de 18% em relação ao ciclo de apoio anterior (2018-2021)".

Os concursos bienais têm uma verba total de 20,5 milhões de euros e os concursos quadrienais contam com 60,8 milhões de euros.

Para as associações que representam os profissionais da Cultura, “estas linhas de financiamento do programa de apoio sustentado da DGArtes são dos mais importantes mecanismos do Estado para assegurar o direito constitucional de acesso à cultura”.

Nesse novo ciclo de apoios, “é, ainda, essencial que as estruturas venham a ter condições para levar a cabo a urgente transformação das práticas laborais, garantindo mais rendimento, proteção social e direitos laborais a quem trabalha nestas áreas”, lembraram as associações, numa referência à aplicação do Estatuto dos Profissionais da Cultura. (...)».


Tudo isto é triste. Se bem analisamos, para uma coisa «à serio», haveria que começar por responder a esta pergunta: como é determinado o valor do Orçamento do Estado para a Cultura? Em particular: como são dimensionadas as verbas que vão para o SERVIÇO PÚBLICO que é garantido pelos Agentes Culturais particulares «sem fins lucrativos», também conhecido por Terceiro Setor? «Cheira-nos» que o novo ciclo já está no adro, mas dá ideia que ainda não devia lá ter entrado. E 2023  tão perto! E o futuro sem uma VISÃO que nos mobilize e encante. E isto é demasiado importante para ser apenas uma «questão dos artistas». É um problema de todos nós! Mas veja-se, por exemplo, como foi tratado nos «Estado da Nação»! Nomeadamente no Parlamento e pela Academia. E os Agentes Culturais veem-se na obrigação de se chegar à frente e «fazerem as contas» que deviam existir e ser públicas nos estudos que os serviços têm obrigação produzir. Mas que não existem. De vez em quando lá há um em «outsourcing», mas para os quais faltam dados e informação de partida... Mas quem quer ver, ouvir e ler sobre tudo isto?

 

 

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