domingo, 5 de janeiro de 2025

ONTEM FOI APRESENTADA A PROGRAMAÇÃO 2025 DO TEATRO MUNICIPAL JOAQUIM BENITE | é sempre um acontecimento que começa na enchente da sala principal e que se nisso estivermos interessados nos pode levar a uma reflexão sobre as políticas públicas na esfera do Teatro sabendo-se que para tal não se conseguirão «multidões» nem nada que se pareça _ ontem respirava-se uma agradável atmosfera onde perpassava harmonia nomeadamente entre instituições ..., talvez com um tom de sobrevivência |PARA JÁ ELEGEMOS AS EXPOSIÇÕES E MARGUERITE DURAS

 

«A companhia Amarelo Silvestre, sediada em Canas de Senhorim, iniciou em 2020 um projecto que manterá por dez anos intitulado DIÁRIO DE UMA REPÚBLICA. O objectivo consiste em estrear, a cada ano ímpar, uma peça de teatro baseada em fotografias de Augusto Brázio e Nelson D’Aires, tomando o pulso ao País. A primeira criação, dedicada à Justiça, estreou em 2021; e a segunda, de 2023, versou sobre o Trabalho. Esta exposição mostra algumas das fotos dessas duas primeiras etapas, e lança o mote para a terceira: no início do ano Augusto Brázio fará uma residência fotográfica em Almada que servirá de base para uma peça dedicada ao tema da Habitação, a apresentar na próxima edição do Festival de Almada». Saiba mais.

 


E

Estamos no ano de 1931. Uma viúva vive com os dois filhos no Sul da Indochina francesa, num bungalow isolado junto ao mar. As condições de vida destes colonos são miseráveis. Tudo o que possuem é um velho Citroën que perde peças pelo caminho. Esta mãe investiu todas as suas economias — ganhas como pianista de cinema durante 15 anos — num terreno que acabou por se revelar incultivável: todos os anos as plantações são alagadas pelas marés altas. Destroçada com a destruição sucessiva das barragens que insiste em construir para proteger os seus terrenos da água do mar, e acossada pela administração francesa corrupta, esta mulher acaba por sucumbir à loucura.
UMA BARRAGEM CONTRA O PACÍFICO constitui a estreia absoluta no nosso País de um romance seminal de Marguerite Duras. Num registo autobiográfico, é-nos revelada a história dos europeus deserdados e desiludidos que, simplesmente, buscaram o seu quinhão na herança dos novos mundos. Concretamente, evoca-se a vida de dois jovens que, face às suas existências de ‘brancos pobres’ sem horizontes, mais não possuem do que uma raiva surda. Um sentimento só reconhecível por aqueles que bateram com a cabeça contra um muro tão inexorável quanto o Pacífico, iludidos por um regime colonial. Saiba mais.
*
*  *
E que tal, enquanto o espetáculo não chega, (re)visitar DURAS por outras vias? Obviamente, valem por si, e criam ambiente para «a criação» da Companhia de Teatro de Almada. As nossas escolhas:

                  Hiroshima, meu amor - de Alain Resnais 

«O Amante é, em larga medida, um romance autobiográfico.
A narradora vive desde a infância com a mãe e os irmãos na Indochina francesa. Tem quinze anos quando, ao atravessar um afluente do Mékong, conhece um chinês rico e experimentado nas lides do amor, por quem se apaixona. Tudo parece separá-los, a idade, a riqueza e os preconceitos, que se opõem a uma relação amorosa entre um asiático e uma europeia.
A narrativa fala das incertezas de uma adolescente que tem a sua primeira experiência do amor físico, se lança na travessia dos sentidos, e procura a libertação do domínio da mãe e da asfixiante relação que esta tem com o filho mais velho.
Esta paixão adolescente decorre num cenário exótico, perverso, num fundo de lentidão e meandros asiáticos.
Quase tudo parece esbatido pela memória, a adolescente de rosto infantil e precoce com um chapéu de homem e sapatos de baile, ou a mãe, que luta contra a ruína familiar, ou mesmo a escandalizada comunidade branca. Nítido, só o homem jovem numa barcaça, junto da limusina e do motorista. Ele será a personagem nítida, com uma posição clara, a do amante que dá título ao livro.
Publicado em 1984, O Amante recebeu o Prémio Goncourt e o Prémio Ritz Paris Hemingway, para o melhor romance publicado em inglês, em 1986. Saiba mais. 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário