Maria do Céu Guerra divulgou este texto no Facebook no dia 10:
«Não sei se este é o meu último espectáculo.
A amargura com que vou estrear este belo texto de Nascimento Rosa – nonagésima produção da Barraca no seu trigésimo sétimo ano de trabalho ininterrupto – não é suportável nem admissível.
Nenhum governo tem o direito de ser tão desproporcionado nas suas medidas e tão arbitrário nos seus fundamentos.
Depois de, nos últimos anos, três dos mais estimados autores teatrais de língua portuguesa –Mário de Carvalho, António Cunha e Armando Nascimento Rosa – nos terem dado a estrear as suas últimas peças, numa prova de confiança que nos enche de orgulho e festa e elas terem sido levadas à cena com êxito e reconhecimento do público e dos próprios autores, depois do nosso trabalho ter viajado no País, na Europa e fora dela recolhendo distinções especiais e um carinho que estes funcionários de quem depende a sobrevivência de companhias como esta estão longe de saber o que é, vemos que os Comissários de Cultura que gastam na administração dos seus sumptuários gabinetes, nas consultas jurídicas que lhes respaldem os embustes e nas embaixadas milionárias em que transportam coisa nenhuma, a grande parte do orçamento que têm para administrar e fomentar a Criação Artística, aguardam ansiosos que «A Barraca» dê o seu último suspiro».
Sem comentários:
Enviar um comentário