sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

QUEM ESTUDA OS ESTUDOS ?


Três trabalhos com a assinatura  de Augusto Mateus

Pode encontrar os relatórios da imagem clicando nos endereços seguintes (se tiver dificuldade procure, por exemplo, diretamente no google com o titulo dos documentos):

Olhamos para eles e interrogamo-nos como é que se ligarão entre si. Perguntamo-nos sobre qual o seu impacto nas políticas públicas. E questionamo-nos sobre quem os lerá, estudará, e avaliará. Os aproveitará. E como se cruzarão  com o trabalho dos serviços. Ou será que eles substituem o que devia ser feito pelos serviços? Por exemplo, pode ler aqui, o seguinte:
«A criação de um Programa Operacional para a Cultura, no Eixo I do Quadro Comunitário de Apoio para Portugal, para o período 2000-2006 (QCA III), constitui uma medida inovadora no quadro comunitário, dado que se trata do primeiro Programa Operacional consagrado à Cultura, na União Europeia. A sua criação resulta essencialmente da clara assunção de que a política cultural constitui um eixo fundamental da estratégia de desenvolvimento social e económico do País.
O objectivo de valorização cultural passou a valer por si mesmo e pelas potencialidades intrínsecas do sector cultural na dinamização das actividades económicas, designadamente pela crescente importância das indústrias de conteúdos, na valorização dos recursos humanos e na criação de emprego qualificado.
A estratégia subjacente às actuações previstas no Programa Operacional da Cultura assenta em dois objectivos essenciais:

  • reforçar a cultura como factor de desenvolvimento e de emprego;
  • promover um maior equilíbrio espacial no acesso á cultura.
Estes objectivos reflectem-se, respectivamente, no Eixo I e II do programa. (...)».
Quem nos mostra, a nível do País e da União Europeia, o percurso que este referencial provocou desde aquela data até hoje ? Precisamos de estudos que tornem as POLÍTICAS PÚBLICAS claras para todos os cidadãos. De maneira permanente, continuada e sistemática.  E de dados, informação e conhecimento, públicos, em tempo real e online. Já não se aguenta tanto estudo SOLTO e tantas vezes assentes em bases de dados privadas, do consultor, que nem dá para serem contraditadas ... . Ah, a Conta Satélite (solução tão inovadora há quinze anos), e que tanto defendemos aqui no Elitário para Todos, não vai responder a isto de que aqui estamos a falar. Portanto não nos venham com essa, mas venha ela, a Conta Satélite. E atenção, as Contas Satélite  são, isso mesmo,«satélites». E no século XXI, cada vez mais, tudo o que é essencial pode estar no centro. Mais uma vez, parece que estamos a chegar tarde, muito tarde, às coisas. E, contudo, os estudos dizem, sublinham,  que sejamos criativos e inovadores ... para a internacionalização ... . A propósito, quem não se internacionalizar ! embora cosmopolita cá dentro ... ainda assim dá ideia que está «feito ao bife». Credo, que expressão esta! já não temos tento na língua.
E não se pode deixar de olhar para tudo isto sem nos lembrarmos que o Observatório das Actividades Culturais foi extinto, e segundo a comunicação social parte das suas atribuições terão ido para o GEPAC - Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais - que parece que é quem encomenda os estudos. A pergunta: essas atribuições vão ser realizadas em outsourcing?


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