«(...)
Então
como é? O país está mal ou não está? Está. Então deixem-se de rituais
estandardizados da política de salão e conferência de imprensa, deixem-se de
salamaleques politicamente correctos, mostrem que não querem pactuar com o mal
que dizem existir e experimentem esse franc parler que tanta falta faz à política
portuguesa.
Mas,
para isso é preciso aquilo que falta no PS (e não só), que é uma genuína
indignação com o que se está a passar. Falta a zanga, a fúria de ver Portugal
como está e como pode continuar a estar. Falta a indignação que não é de
falsete nem de circunstância, mas que vem do fundo e que, essa sim, arrasta
multidões e dá representação aos milhões de portugueses que não se sentem
representados no sistema político. Eles são apáticos ou estão apáticos? Não é
bem verdade, mas se o fosse, como poderia ser de outra maneira se eles olham
para os salões onde se move a política da oposição, e veem gente acomodada com o
que se passa, com medo de parecer “radical”, a debitar frases de circunstância,
e que não aprenderam nada e não mudaram nada, nem estão incomodados por dentro,
como é que se espera que alguém se mobilize com as sombras das sombras das
sombras? (...)». Na integra aqui.
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