«Hilário e charmoso filme de Luis Buñuel, em que a protagonista feminina é vivida por duas belas atrizes : a espanhola Angela Molina e a francesa Carole Bouquet. Conchita , uma intrigante espanhola de 18 anos faz gato e sapato de Mathieu, um bem-sucedido homem de meia-idade, interpretado por Fernando Rey. Para quem acredita que as mulheres tem "duas caras" será um prato cheio! Para quem não acredita , também. Apesar da complexidade do filme e das variadas conexões estabelecidas por Buñuel com a cultura espanhola e os ataques terroristas do pós-franquismo , a obra apresenta uma linguagem leve e bem-humorada. Um ótimo filme para quem deseja ingressar no mundo onírico de Buñuel , que analisou os dramas políticos de seu país por meio das turbulências e explosões amorosas do casal protagonista. Deliciosamente irônico e inteligente ; profundamente cruel e realista».
******************************
*
* *
O filme acima veio à memoria na CONVERSA COM O PÚBLICO do sábado passado no Teatro Municipal Joaquim Benite subordinada ao tema «Como escrever sobre o amor, hoje», que teve como convidados a escritora, poeta e editora, Maria do Rosário Pedreira (generosamente substituiu Djaimilia Pereira de Almeida impossibilitada de participar à ultima hora), e André Tecedeiro, poeta, dramaturgo, artista plástico. O moderador do ciclo foi José Mário Silva, critico literário - Veja aqui. De facto, as conversas são como as cerejas, e em dado momento focou-se «o corpo». E a constatação do seu envelhecimento. Da sua transformação. Não nos lembramos se isso foi realçado, mas tal repercute-se de maneira diferente nos homens e nas mulheres, e em especial nos profissionais da cultura - as atrizes não param de o referir: a partir de uma idade mais madura deixam de ter papéis. Neste ambiente, necessariamente, presente o livro de Maria do Rosário Pedreira:
SINOPSE
Em dado momento, talvez se possa dizer, como que emergiram duas correntes: com a idade os corpos deixam de ser objeto de desejo; todos os corpos podem ser objeto de desejo, e nisso a literatura terá o seu papel, não escrevendo apenas sobre alguns.
Ainda, sobre André Tecedeiro: «(...) O André Tecedeiro, contudo, comporta uma retumbante excepção. Às voltas com as questões do corpo, muito outras das que foram trabalhadas exaustivamente por grande tempo no século XX, o seu lugar é uma das últimas novidades masculinas no que ao debate poético diz respeito. O homem que Tecedeiro implica é aquele que falta, o que faz falta, o que ainda nos pode ensinar e deslumbrar. (...). Leia mais.
E para rematar (e complicar) também nos veio à lembrança:
ENFIM, ONDE NOS LEVAM AS CONVERSAS! E por isso:
Sem comentários:
Enviar um comentário