sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

O «NACIONAL DA OUTRA MARGEM» - CTA/TMJB - APRESENTOU A SUA PROGRAMAÇÃO PARA 2024 INTEIRO | um espanto! que vem de longe de muito longe ... | AINDA ASSIM TEMOS UM SONHO SEMPRE RENOVADO: «+ CTA»

 

Ao fim de tantos anos a acompanharmos o ANÚNCIO DA SUA PROGRAMAÇÃO ANUAL a EQUIPA CTA - COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA continua a espantar-nos, e é um prazer divulgar a APRESENTAÇÃO que teve lugar no passado dia 5 JAN. Para isso podíamos apenas  sugerir que se olhe para aquela imagem com  que iniciamos este post -  e acrescentar que ao silêncio que se ouve em espetáculos, nesta ocasião o som do folhear  do Programa distribuído para melhor se acompanhar o que o Diretor Artístico Rodrigo Francisco ia dizendo no Palco, mais parecendo que estávamos numa sessão de qualificação de públicos empenhados, e havia troca de opiniões com o espetador do lado, e ...  -    e que se visite a publicação (acima) que fixa o que poderemos ver ao longo de todo o ano que agora começa (sublinhemos, 2024 inteiro, quando outros se limitam a semestre) no TMJB. Não é impunemente  que dizemos que há um NACIONAL na outra margem e que isso mesmo devia ser institucionalizado. Não para mimetizar o que existe, mas para ao seu jeito continuar, ao mesmo tempo, «antigo» e «inovador», sempre em crescendo - como se diz em gestão é o destino de quem está à frente ...  Com um PROJETO ARTÍSTICO CENTRADO NO TEATRO E PARA ALÉM DELE. A comunicação social fez, e continua a fazer, a cobertura do acontecido. Mas como reportar a «alma» daquela oferta?; daquela dinâmica de públicos?; daquela capacidade organizativa? Daquele cruzamento e contaminação de artes? Difícil, o ajustado será vivenciar ... Depois disto podíamos acabar este post, mas estimulados por aquela FESTA mais estas notas:

 - O que nos foi dado assistir está para lá da Programação CTA - uma Companhia de Teatro. Mas, no centro, SIM, TEATRO!  Aliás, Rodrigo Francisco sublinhou quando o estava a caracterizar: onde abrangia as criações próprias; as coproduções;  o acolhimento de profissionais e estruturas estrangeiras; o acolhimento de teatro nacional...E este lado, de Teatro, é o  que fez, e mais fará, daquele projeto, uma CASA DO MUNDO - de Almada, Nacional, Internacional ... ÚNICA! E, naturalmente, não esquecer o FESTIVAL DE TEATRO DE ALMADA lá confirmado e em processo - parte grande  deste universo.

- Ainda em torno do TEATRO, o trabalho com a Infância. Hoje já acontece, e certamente no futuro continuará a haver quem diga: desde pequeno/a que frequento o MUNICIPAL ( e recorremos a expressão que tanto aparece nas telenovelas brasileiras a querer-se  com frequência dizer que há um conhecimento que só a arte pode  gerar - e um prazer - que leva tempo a acontecer, a instalar-se). Existe de há muito, e não ficam parados - em 2024 avança-se: «regresso das “Oficinas para a infância”, e uma novidade: “Perguntas ao palco”, sessões de filosofia com crianças». E temos o trabalho com  as, (e das), Escolas que  não foi esquecido, e dá ideia que, dizemos nós,  com facilidade podia ser incrementado, não estivesse esta «política pública» retalhada pela Administração ...

-  Depois temos as outras ARTES: e é o conjunto que faz a PROGRAMAÇÃO do Teatro Municipal Joaquim Benite. Nome de figura referencial, de ESQUERDA, dos Grupos de Teatro Independentes, (e é justo não o esquecer), já quase lenda! E não estamos a falar de «atividades paralelas ou complementares» ao Teatro. Ali estão de corpo inteiro!: em especial, música e dança. Das Unidades de Produção do Estado aos Artistas e Estruturas de «Serviço Público»  e dos que vivem do «mercado». A pergunta que ocorre: em que proporção? A que decorre da tão proclamada Rede de Teatros e Cineteatros - criada sem estudos prévios?  Eventualmente, em vez de ajudar até só complica o dia-a-dia ... Desde logo, para alguns, mais candidaturas, «para tão  pouco dinheiro».  É isso, qualquer que seja o ângulo pelo qual se olhe a intervenção estatal na cultura e nas artes, se intelectualmente honestos, desaguaremos sempre na REFUNDAÇÃO necessária...Em especial, a nosso ver, em tempo de eleições faz sentido estar sempre a lembrá-lo.

- Aqui chegados, e antes que esqueça, um sentimento que começa a assaltar-nos em demasia: faz-nos falta mais CTA, CTA ... Ou seja, mais TEATRO!, daquele que começou em Campolide.  Para todos os Públicos. Clássico e contemporâneo. Do património mundial e nosso. Também na Cultura, a riqueza  duma cidade e dum País  está, respetivamente, na criação  e produção  local e nacional. Continuando abertos ao mundo ... Na valorização dos nossos CRIADORES. Expliquemo-nos (como orfãos que continuamos)  não podemos deixar que outras Cornucópias desapareçam! Ou que todas se transformem, na senda de um mainstreaming que as permita viver. Sobreviver. Dito de outra forma,  que COMPANHIAS, na circunstância de «Teatro, Teatro» de referência,  se minimizem, o que não acontece, vai acontecendo ...

- Na apresentação, necessariamente, os 50 anos de Abril, e do muito que se poderia comentar escolhemos as EXPOSIÇÕES que vão ter lugar. Podemos ler no site da companhia:«a CTA em colaboração com o Arquivo Ephemera organizam quatro exposições ao longo do ano que vão estar patentes na Galeria do TMJB. A primeira, intitulada A censura ao teatro, já pode ser apreciada, e está patente até dia 27 de Março». E por estes caminhos, como não valorizar a participação de José Pacheco Pereira? Para já, tipo bom efeito colateral, num programa que passa na televisão e na rádio - o Principio da Incerteza - o historiador faz referência à iniciativa e refere a qualidade da CTA. Talvez esta proximidade faça com que venhamos a contar com o prestigio do comentador para a preservação da MEMÓRIA  (toda) não só do passado, como do presente e do futuro, nas atividades que correm ... Com escala nacional e institucional, mas continuando a valorizar-se, e muito, os projetos em que está envolvido e outros equivalentes que existem sem que tenham a visibilidade que merecem.    E talvez, este nosso concidadão de que nos orgulhamos venha a refazer o que há muito escreveu no seu Abrupto .Começa assim: «Olhando para os encontros dos “artistas” que venceram a Ministra encontramos um dos mundos menos conhecidos e escrutinados da vida pública portuguesa. Porém, existe uma relação directa entre a ausência de escrutínio do seu trabalho e a capacidade que têm de influenciar os media a favor das suas causas, quer porque o seu lugar é central em certas “indústrias culturais”, a que os media estão associados, quer pelo preconceito da intangibilidade da “cultura”, da “criação”, da “arte”.

Este mundo funciona em circuito fechado, e desconhece-se que critérios presidem ao seu funcionamento e como são verificados os resultados dessa aplicação do dinheiro dos contribuintes. Sabe-se que não é pelo interesse do público, visto que estes ramos de “cultura” e “arte” abominam tal critério vulgar, de serem avaliados, entre outras coisas, pelo interesse que suscita o seu trabalho pelo comum dos portugueses. (...)». 

Ora bem, por aqui sempre dissemos que o setor, e em especial o Teatro, são dos mais escrutinados. Olhe-se para o universo CTA/TMJB: de maneira cristalina diz-nos onde se vão aplicar os nossos impostos que lhe chegam através do financiamento do Ministério da Cultura/DGARTES. E quem quiser pode «fiscalizar» isso - temos aí a programação.  E, em especial, sempre defendemos que se devia quantificar o que os profissionais desenvolvem de forma GRATUITA. Contudo,  neste século XXI, podemos/devemos ir mais longe, e seguindo as recomendações internacionais as ORGANIZAÇÕES DA CULTURA E DAS ARTES podem «dar cartas» na esfera dos RELATÓRIOS INTEGRADOS que se desenham no âmbito do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. E não querendo ficar de fora, o Elitário Para Todos tem como propósito contribuir para isso ao longo deste ano, em linha, por exemplo, com o que tanto se tem discutido nas CONVERSAS COM O PÚBLICO  no TMJB ... Ensaiar com a informação que é publica da CTA (quiçá ousar conversas com os seus responsáveis a propósito, ocupando-lhes tempo ). No limite, apresentar um MODELO DE RELATÓRIO que aproveite ao Setor da Cultura e das Artes, nomeadamente às Organizações Sem Fins Lucrativos, mas com o que as demais - com fins lucrativos - possam aprender, para utilizarmos pensamento e palavras do «Pai da Gestão» - Peter Drucker ... 

 

E vejam onde nos leva a APRESENTAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DO UNIVERSO CTA/TMJB ... Mas temos de terminar!
 



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