Ensaios de Teatro
Eugénia Vasques – toda uma história de vida no teatro, feita de pensamento e ação, que realizou, e continua a realizar; obra de reflexão crítica, agora escolhida e reunida, pensada em dois volumes. Este primeiro, Ensaios de Teatro, é composto por uma seleção de textos, conferências e outras intervenções públicas, em grande parte inéditas, sobre o teatro em Portugal, no contexto do teatro internacional, e com especial incidência sobre a evolução de conceitos e práticas teatrais, a escrita de teatro e o trabalho do ator enquanto corpo e linguagem. A organização destes Ensaios de Teatro em sete secções procura, justamente, refletir o vasto leque de preocupações e de mundivivências. No fim do volume, as «Notas aos textos» informam sobre as datas e as circunstâncias da escrita e da publicação de cada um deles, sendo de sublinhar que, dos 40 textos deste livro, 15 são inéditos. Um segundo volume, projetado para 2025, quando se cumprem 40 anos da crítica teatral, em que se fará uma recolha das suas principais críticas de espetáculos de teatro e de outros textos de enquadramento do percurso histórico de algumas companhias e grupos, ou de personalidades isoladas (encenadores/as, cenógrafos/as, atores e atrizes). Estes dois volumes devem ser complementados com a leitura de outras obras da autora sobre teatro, publicadas entre 1991 e 2022 (lista que consta final deste livro). Saiba mais,
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Felizmente, temos - na circunstância na esfera do Teatro, obrigado Eugénia Vasques - quem nos organize memória sobre pensamento e ação úteis a diferentes destinatários. A ADMINISTRAÇÃO, nomeadamente via MINISTÉRIO DA CULTURA, devia dar especial atenção aos «Ensaios» acima , da «Imprensa Nacional _ Casa da Moeda, S. A., sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos» - (aproveitemos, uma vez mais, para nos interrogarmos sobre a sua missão nestes domínios e os critérios seguidos na operacionalização) - para retomar intervenção que nos dê dados, informação e conhecimento, que fazem parte da razão de ser do aparelho estatal. E isso tem a ver com SERVIÇO PÚBLICO. Há um ponto na obra de Eugénia Vasques - «As leis sem lei. Sobre a legislação de teatro em Portugal no século XX», entre as páginas 439 - 447 - que mais do que nos dá nos remete para o que não temos e que só «os serviços», nomeadamente da DGARTES, estarão em melhores condições de organizar. Mais, há o que falta produzir, mas também o que existe e não está disponibilizado porque eventualmente «perdido» em gavetas e computadores ... Lembre-se que lá atrás a existência de Centros de Documentação e afins sempre foram considerados, e até constantes «da legislação». Esta nota que se pode ler nos Ensaios será elucidativa:
Ora, ilustrando: ainda não havia internet e
a legislação sobre a Cultura era compilada em publicações próprias, prática que estranhamente
se foi perdendo quando as possibilidades técnicas o permitem de forma ágil. Onde estarão?
Depois, insistamos, será que nos serviços não existem trabalhos que vão ao encontro das
necessidades identificadas por Eugénia Vasques? Ainda, haverá detalhes que só
equipas multidisciplinares e multi-institucionais poderão fixar com rigor.
Ilustremos: a seguir ao 25 de Abril, em Évora, não foi criado o primeiro
«Centro Dramático português», mas sim o «Centro Cultural de Évora», e não se trata apenas de «uma designação», mas de conceito, e tem
«história». Ou seja, sim, há necessidade de sistematizar diplomas, mas há
que lhes dar contexto para se perceber o conteúdo. As «orgânicas» estão para lá
do «direito» ... Desde logo, será fundamental inventariar o que existe e está
em curso, nomeadamente de âmbito académico. E convinha fixar registos dos protagonistas
que ainda estão connosco. Ah, sabemos que chegou a haver «projetos» para isso.
O que será feito deles? Enfim, só perguntas! A que se deveria responder com POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CULTURA. Ainda, olhemos para o que se passa «lá fora».
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