sexta-feira, 23 de setembro de 2011

«PORTUGAL:QUE FUTURO ?»


Nos dias que correm, olhando para o que está a acontecer na Cultura e nas Artes, achei por bem regressar ao passado,  aquele que tem futuro,  e parei nos Relatos Finais da Secção «Cultura» do Congresso «PORTUGAL: QUE FUTURO». Muito a propósito, diga-se,  - face às noticias dos jornais de ontem e de hoje quanto a bilheteiras e afins em sede de PREMAC Plano de Redução e Melhoria da Administração Central do Estado - esta passagem: 
«(...) Algumas recomendações fundamentais:
a) a acção cultural do Estado deve assentar numa articulação directa com os criadores enquanqto interlocutores privilegiados, assumindo-e de ambos os lados as suas funções e responsabilidades sociais;
b) entende-se que cabe ao Estado compreender e estimular a diversificação da produção e oferta cultural, não se limitando a imitar e reforçar as tendências resultantes das forças do mercado ou da inércia dos hábitos de consumo cultural adquirido, potenciando assim iniciativas portadoras de risco, novidade e futuro;
c) é imperioso que o Estado não subordine a sua acção no domínio da cultura à lógica contabilística da maximização das audiências e das receitas, comportando-se como empresário privado em concorrência com os outros. No domínio cultural, as audiências não podem ser avaliadas em termos do consumo imediato, mas sim em termos de formação de capital cultural, no contexto de um processo histórico cumulativo de aquisição de experiências e saberes;
d) o Estado deverá ter como um dos objectivos prioritários da acção cultural a afirmação e projecção internacional da cultura portuguesa, transformando a criação portuguesa contemporânea em parte integrante da imagem de Portugal no mundo e componente de relevo na política externa do país. (...)».
Nesta linha lembro-me sempre de Pina Bausch que disse: «Quando se acha, de facto, que é importante o que se está a fazer, então é sempre importante, independentemente do sucesso. Por outro lado, os meus espectáculos, mesmo nos dias de hoje, tiveram de esperar muito tempo antes de serem aceites pelo público. Cada espectáculo tem a sua história. (...)» . E, na minha leitura,  tem de ser ao serviço disto que as finanças, a gestão e, em particular, as reestruturações se têm de organizar. Doutra forma, julga-se que se está a diminuir custos, mas de repente a triste realidade: está a perder-se tudo porque não se atinge a escala minima. Triste destino o nosso.

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