domingo, 30 de junho de 2013

«FITAS E BORLAS»

 
«Para muita gente, muita mesmo, o escrever não é trabalho, é coisa para a qual alguns têm jeito, fazem por gosto, até apreciam que se lhes reconheça a habilidade.
Imagino que com outros aconteça igual, mas por mim falo. Amizade, imposição, chantagem, desavergonhadas pressões, abuso de simpatia, de confiança, parentesco, pedinchice, ao longo de tempo perdi a conta dos textos que escrevi de borla.
Convites, folhetos, boletins de paróquia, comemorações, discursos, pareceres, resenhas, requerimentos, histórias para esta e aquela festividade, anúncios de romaria. De vez em quando recuso firme, pois não me vejo a recomendar um restaurante. Também gosto de ver o interlocutor de cara à banda, quando ele espera ter de graça a satisfação do pedido e lhe anuncio o preço. Alguns, de verdade ingénuos, ficam de boca aberta, realmente não faziam ideia de que a escrita, coisa de que toda a gente é capaz, implicasse pagamento. Mas em particular divertem-me os que querem regatear, pedem desconto, consideram extorsão qualquer tarifa que não seja a mesquinhice que propõem». Continue no Blogue Tempo Contado de J. Rentes de Carvalho

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