terça-feira, 14 de janeiro de 2020

OBRIGADO COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA POR NOS LEVARES A PENSAR | na vossa programação 2020 e além dela ...


A 10 de Janeiro de 2020, como previsto, aconteceu  a Apresentação da programação para este ano do Teatro Municipal Joaquim Benite. A Companhia de Teatro de Almada é quem está à frente desse Teatro. Atrevemo-nos a afirmar que é a sua «alma», sem se esquecer o empenhamento da Câmara Municipal de Almada ao longo dos anos sem o qual as coisas teriam sido diferentes. Intervenção que parece ninguém contestar: antes pelo contrário, elogia-se e aponta-se como exemplo. Ah, se tudo em Almada fosse como o Teatro!, suspiram novos protagonistas institucionais ...     A Administração Central apoiou, apoia, mas já falhou no passado - e a Câmara lá esteve para não deixar cair -  e  está a falhar agora. A desperdiçar investimentos anteriores. Não será ousado dizer que para muitos, «Teatro» e «Companhia» serão realidade única. Quase nada se falou do «Festival de Teatro de Almada», mas para muitos (para todos?) é parte integrante do PROJETO ARTÍSTICO do saudoso Joaquim Benite e tão inteligentemente continuado pelo atual Diretor Artístico. 
A noite era de festa, mas quem quisesse sentia o «elefante» que se passeava por lá ...Sim, perguntava-se como estava a questão dos financiamentos através da DGARTES, ouvia-se que não se podia fazer ou trazer dado espectáculo porque não havia dinheiro, ... Tinha de se apostar nas parcerias, em elencos menores, ... E uma companhia que foi assistir ia adiantando que só lhe restava fechar...
Bom, mas quando se entra na sala, quando aquela mesa tão «institucional/nacional» começa  os seus ofícios esquecem-se os problemas. Fica-se dominado, desde logo, pela sala cheia, e o dignissimo PÚBLICO passou a ser o protagonista da noite -  foi o organizador de todas as intervenções. A cada referência à sala «a abarrotar» apetecia lembrar: o que se andou para aqui chegar! Recordar as palavras de Benite quando dizia que o que levou anos a construir pode levar apenas dias a desaparecer. Mas estávamos em festa, e ela de facto continuava: aquela imagem plástica que adornava o palco - ver acima - e que nos vai acompanhar ao longo do ano dava-nos energia. Vinha, em boa hora, de trabalho anterior da CTA - é de Pedro Calapez em «Nathan, o sábio». «Boa malha», dirão os mais novos. E depois aí está a PROGRAMAÇÃO  brilhantemente exposta por Rodrigo Francisco. Estava em noite inspirada (daquela inspiração que deve ter dado muito trabalho): tudo aquilo nos chegou coerente, com alicerces, com vontade de se ir ver ... Ao lado até ouvimos que tinham de alterar as férias para não perder determinado espectáculo. Afinal, o mundo é perfeito, tudo certo !
Sem se querer estragar a festa, antes agradecendo por nos levar a estar atentos e a pensar: com tanto «nacional/institucional», em Almada não se complicará a vida do dignissimo público quanto a reconhecer a «identidade» dos projetos?  Ou um PROJETO passa a ser o que cada espectador quiser construir, tirando daqui, dali, de acolá? E o Projeto Artístico duma determinada entidade passa a ser um somatório de espectáculos «avulsos»? Apenas estamos a perguntar. Em especial, a quem «exigir», por exemplo, a representação do «património mundial clássico» como acontece «lá fora»? Mas de tudo isto, uma resultante  que não pensamos «louca»: Companhia de Teatro de Almada a «Nacional»! Não se dá dinheiro mas pode dar-se titulo!, e talvez com isso possa vir mais algum financiamento ... E até se pode criar a «categoria nacional» com efeitos retroativos e atribui-la também à CORNUCÓPIA. Há aqui no Elitário Para Todos quem tenha ouvido isso mesmo do Joaquim Benite: a Cornucópia é um Teatro Nacional.
Sim, na Apresentação também se falou de finaciamentos, e quem o fez foi o FINANCIADOR - o Diretor-Geral, em regime de substituição, da DGARTES. Disse que repetia o que já tinha dito em acontecimento anterior: a CTA merecia mais apoio. E tinha «esperança» que  alguma coisa pudesse vir da «Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses» e do Programa Iberescena.  O «momento» tem algo de bizarro. Como as pessoas ali à volta nem sabiam do que se estava a falar, e como até já nos telefonaram a perguntar o que era aquilo, fique com uma ideia atraves dos links anteriores.De qualquer forma, como temos aqui defendido, e até atendendo ao que já foi escrito sobre a «Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses» - nomeadamente o Presidente da República - para lá das medidas imediatas para tirar as Companhias do «sufoco» e mitigar o «desastre» que está a acontecer, isto só vai lá com  A REFUNDAÇÃO   DA INTERVENÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL NA CULTURA E NAS ARTES. EM PARTICULAR NA ESFERA DO FINANCIAMENTO ÀS ARTES. E  para o sistema das palavras de ordem: CADA PROJETO É (deve ser) ÚNICO!

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