Leia aqui a Crónica de Isac Graça
No Elitário Para Todos também há quem tenha visto o Jornal da Tarde a que se refere a imagem e foi penoso ouvir o que a Ministra da Cultura disse. E como disse. Bem vistas as coisas, nada de novo, mas foi tudo muito claro, e concentrado, e se dúvidas havia, tanta convicção no que defende - como se não houvesse alternativas - a Ministra fez lembrar o tempo das «inevitabilidades» de má memória, e que ainda não foram varridas da Cultura e das Artes. Sim, a Senhora Ministra não conseguiu transformar nada, e desde logo porque parece acreditar no que encontrou vindo nomeadamente do tempo da TROIKA. E havia que mudar, reinventar, refundar, e como não o fez o que estava mal piorou. Tenha «dúvidas», Senhora Ministra, ponha a hipótese de que os outros estão certos e de que a Senhora Ministra não é a única a estar certa. Deixe de ser «asséptica», fria, distante, meta as mãos na massa.
Neste ambiente, e porque se vê alinhada com o que se acaba de escrever, e porque revela o desepero que grassa, faz sentido trazermos para aqui a crónica seguinte de Isac Graça:
Uma dúzia de palavras para a Ministra da Cultura (des)Graça Fonseca
publicada na Comunidade Cultura e Artes. Começa assim:« Transversalmente falando — utilizando esta que é a palavra favorita da nossa ministra — o possível não é suficiente.
E “esta altura” de medidas de emergência vem só revelar que “a outra altura”, que foi a anterior e será, miseravelmente, a posterior a esta, deixou a maioria dos artistas e técnicos sem possibilidades de poupança para situações de emergência, a viver num estado de sobrevivência, onde todo o dinheiro poupado vai para rendas altíssimas, uma segurança social sanguessuga que não os protege e para um Estado que lhes garante reformas miseráveis e zero capital em alturas de paragem da actividade e que investe na educação artística dos seus cidadãos de forma terceiro-mundista e/ou trendy.
Exige-se que “na outra altura” os artistas e técnicos vivam num país que lhes garante a possibilidade de poupança para aquilo que é mais importante no exercício da actividade artística: o investimento pessoal a nível intelectual e material (e necessário também, ministra, devia saber, à prática do Governo das Artes, a ministra terá feito esse investimento ao longo da sua vida também de forma possível, mas não suficiente). (...).Continue a ler.
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Senhora Ministra, reflita, encare a realidade, conclua que não está ajustada às circunstâncias, facilite a vida ao Governo, e a todos nós, quem sabe utilizando a formula que lhe é tão familiar, do género «a seu pedido e por razões pessoais», e faça o que lhe é possível e ao seu alcance nesta altura. Tudo, menos o que está a fazer ...
Precisamos de outro élan, de outra solidariedade, de outro comprometimento, que nos anime mesmo na desgraça. Que nos salve hoje, e mostre esperança.Futuro. Que nos indique possibilidades, outras. Deixe que a REALIDADE a toque.Em suma, seja GOVERNANTE DE UM SERVIÇO PÚBLICO NA CULTURA E NAS ARTES. Precisamos de quem faça o IMPOSSÍVEL NESTA ALTURA. De Governantes que não se conformem.
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