segunda-feira, 27 de abril de 2020

«conhecer os problemas da cultura»






«Marcelo Rebelo de Sousa vai dedicar a tarde do feriado de 25 de abril a ouvir os problemas da cultura. O Presidente da República recebe em Belém, depois da cerimónia oficial da comemoração dos 46 anos da revolução, vários agentes da área cultural.
O chefe de Estado começará por ouvir a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).(...)». Continue a ler.




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É um facto, no titulo temos «conhecer», no texto «ouvir», mas ainda assim ocorre-nos o seguinte:
- Muitos se lembrarão da intervenção do Presidente no caso CORNUCÓPIA que não evitou o seu encerramento;
- Apetece sublinhar, seja «conhecer», seja «ouvir» - parece cada vez mais oficial - faltam dados, informação e conhecimento, sobre o Setor da Cultura e das Artes;
- Não sabemos se na notícia estão todos os «ouvidos», caso a resposta seja sim, há lugar a que nos interroguemos sobre os «critérios». E aquela PERFORMART ...,Senhor Presidente, terá muito que se lhe diga ...

Mas, o grande saldo, apazigua perceber que o Presidente da República está atento à crise na Cultura e nas Artes.
Contudo, o que faltará para se assumir que a intervenção institucional no setor está a falhar? Chega responder à pergunta: onde está um Plano Estratégico que responda às necessidades imediatas, e às que se seguem? NÃO EXISTE. Enquanto isso não for reconhecido não se irá longe ... E cada dia que passa, o desnorte vindo do «Ministério da Cultura» é cada vez mais inquietante. Talvez porque verdadeiramente, como temos tentado mostrar neste blogue, o «Ministério não existe». Voltando-nos para o Senhor Primeiro Ministro: não fique à margem, reconheça que não há evento isolado que salve a situação. Concordemos, alguns são apenas «fofinhos». Muita coisa ao MESMO TEMPO tem de se fazer acontecer. De forma harmoniosa, no pressuposto de que o SERVIÇO PÚBLICO NA CULTURA E NAS ARTES, como em qualquer outro sector, tem de ter Aparelho Estatal organizado. Governantes e dirigentes lúcidos, que conheçam o mundo real. Que saibam, ver, ouvir, e ler, o que se passa à volta. E lá, basta estar atento à comunicação social, são multiplos os diagnósticos, as sugestões, as propostas, de quem sente na pele os problemas. De lá vem «vida» que se quer para a Cultura e as Artes. Ignorar, desperdiçar esse conhecimento e mesmo sabedoria, com o devido respeito, no minimo, é - em termos profissionais, técnicos - pouco inteligente. Quiçá, contrariamente ao provérbio, talvez, em simultâneo com o muito que há a realizar, tenhamos que «limpar armas em tempo de guerra» ...


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