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Tendo concorrido aos apoios bienais da Direção-Geral das Artes, a cooperativa não recebeu qualquer financiamento apesar de ter sido considerada elegível. “Com a questão da covid, concorremos a este apoio excecional do Ministério da Cultura, mas também não sabemos se vamos receber algum apoio nem quando”, referiu. “Se há apoios para as empresas e não precisa de haver concursos, por que motivo é que na Cultura tem que haver concursos”, questionou-se a atriz e encenadora, sublinhando que apesar da “boa vontade destes apoios é tudo muito burocratizado”.
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Já João Garcia Miguel, da companhia a que dá nome, mostrou-se preocupado pelas grandes dificuldades que estão a atravessar os artistas “‘freelance’, que são os que estão no fim da linha da cultura”. “Se para nós que somos subsidiados já não é fácil, imagine-se para quem trabalha sem rede alguma ou sem apoio financeiro algum”, disse, sublinhando que “é mais do que tempo de se repensar todos os modelos de apoio à cultura”. “Já provaram que não funcionam em tempos normais, como haviam de funcionar em tempos de crise”, ressalvou.
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Também a atriz e encenadora Maria do Céu Guerra, uma das responsáveis pela companhia A Barraca, considera que tanto o Governo como a Fundação Calouste Gulbenkian deram mostras de querer ajudar os artistas. “Só que é tudo muito lento e muito burocratizado e as necessidades são para o agora. Não se compadecem com esperas, porque há pessoas que estão a viver situações terríveis”, disse.
Para Levi Martins, da Companhia Mascarenhas Martins, com sede no Montijo, a pandemia de covid-19 veio pôr de “pernas para o ar” um setor que já não beneficiava de grande saúde financeira. “A cultura fica pior, mas não fica muito, muito diferente, porque já era mau antes”, disse. A grande questão é o que vem a seguir”, enfatizou Para Levi Martins, não é mais possível continuar a funcionar com os modelos existentes, tal como há que criar, o mais urgentemente possível, o estatuto de intermitência, sustentou. (...)»
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Não seria suposto que no site -
https://www.culturacovid19.gov.pt/ -houvesse respostas para as questões levantadas no artigo e semelhantes? Em particular, algo que não nos sai do pensamento: aproveitou-se a crise para resolver o problema dos bienais elegíveis mas que não foram apoiados? Lembram-se?, a Senhora Ministra da Cultura andou a receber os visados, durante semanas, e prometeu uma solução ... Onde está ela? É o milhão de euros que vai sair pelo Fundo de Fomento Cultural a que os agentes culturais por causa da crise se candidataram novamente? E ainda que mal se pergunte, como está a acontecer todo o PROCESSO no Fundo de Fomento Cultural? Quem informa, quem decide, ... Aproveite-se a ocasião para pormos também o foco no Fundo de Fomento Cultural. Não há muito, na Assembleia da República, foi apelidado de «Saco Azul». Saiba mais, sobre o FFC.
É de lá a captura seguinte:
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