Excerto:
«(...) Segundo Mora Ramos, a crise pandémica faz desta “uma altura ideal para repensar” o financiamento da produção teatral e de Portugal ser um “exemplo para a Europa” para que outra qualquer crise “não volte a encontrar um meio profissional vasto em que a maior parte é precária” com mais de 90% dos artistas “sem contratos de longo prazo e com salários baixos”.
No Teatro da Rainha, exemplifica, “há há quinze anos o mesmo leque salarial (entre 650 e 1.000 euros) para pessoas que têm todas formações superiores, e mesmo de topo, nas suas áreas”.
Por isso defende a criação de “um Serviço Nacional das Artes da Presença”, como o Serviço Nacional de Saúde, que permita aos profissionais “trabalhar em estruturas residentes, apoiadas pelo Estado, autarquias e instâncias de poder regionais”.
Um modelo que Mora Ramos acredita que “acabaria com injustas assimetrias e serviria lógicas artísticas, servindo os artistas e o povo espectador”, num país que “necessita de teatro com expressão nacional nas regiões, de orquestras, e de equipamentos de programação artística e cultural qualificados ao mais alto nível”.
Convicto de que há gente para levar a tarefa a bom porto, Mora Ramos acredita ser “boa altura para uma volta integral nisto tudo”, para assegurar “a saúde espiritual e crítica dos portugueses que necessita também de ser imunizada pela possibilidade constante de fruir objectos artísticos de alto nível sem finalidades comerciais”.
Até lá, a companhia, em recolhimento, mantém a programação sujeita à calendarização que for possível depois de levantamento do estado de emergência e vai mandando recado “aos poderes, sobretudo o central, que nem tudo se resolve em plataformas e de modo policial-contabilístico”.
É preciso “pensar na democracia” sem a qual “não dá para fazer teatro”. Se “não se aprofunda regride”, com o risco de o teatro de voltar, como em tempo idos, “à clandestinidade”, rematou o encenador».
No Teatro da Rainha, exemplifica, “há há quinze anos o mesmo leque salarial (entre 650 e 1.000 euros) para pessoas que têm todas formações superiores, e mesmo de topo, nas suas áreas”.
Por isso defende a criação de “um Serviço Nacional das Artes da Presença”, como o Serviço Nacional de Saúde, que permita aos profissionais “trabalhar em estruturas residentes, apoiadas pelo Estado, autarquias e instâncias de poder regionais”.
Um modelo que Mora Ramos acredita que “acabaria com injustas assimetrias e serviria lógicas artísticas, servindo os artistas e o povo espectador”, num país que “necessita de teatro com expressão nacional nas regiões, de orquestras, e de equipamentos de programação artística e cultural qualificados ao mais alto nível”.
Convicto de que há gente para levar a tarefa a bom porto, Mora Ramos acredita ser “boa altura para uma volta integral nisto tudo”, para assegurar “a saúde espiritual e crítica dos portugueses que necessita também de ser imunizada pela possibilidade constante de fruir objectos artísticos de alto nível sem finalidades comerciais”.
Até lá, a companhia, em recolhimento, mantém a programação sujeita à calendarização que for possível depois de levantamento do estado de emergência e vai mandando recado “aos poderes, sobretudo o central, que nem tudo se resolve em plataformas e de modo policial-contabilístico”.
É preciso “pensar na democracia” sem a qual “não dá para fazer teatro”. Se “não se aprofunda regride”, com o risco de o teatro de voltar, como em tempo idos, “à clandestinidade”, rematou o encenador».
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