quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Périplo em jeito de tirocínio ?

 

 

Até já nos tínhamos esquecido do «périplo» do Senhor Ministro da Cultura sob o lema «A Cultura que somos». (Sem qualquer ironia, e com todo o respeito, mais parece «um tirocínio»). Mas eis que os Alertas Google  nos lembram o assunto e nos levam ao trabalho do JN a que se refere a imagem acima. Vale a pena seguir as palavras que o Governante vai proferindo: a partir delas fica-se com uma ideia do seu conhecimento (opiniões?) de partida sobre o panorama cultural do País - e será que se pode generalizar para os «filhos do 25 de Abril» da geração do Ministro e do seu estrato social? -  e ao mesmo tempo poderiam ser pretexto para debate de fundo. Por exemplo, isto que se pode ler no JN: «(...)  Não podemos replicar esta ideia de que, quando temos uma iniciativa, o Estado vai apoiar as estruturas que resultam destas organizações. É importante que haja aqui alguma autonomia", esclareceu. Para Pedro Adão e Silva, essa autonomia assenta num triângulo que engloba o financiamento público, por concurso, o financiamento das autarquias e a mobilização de recursos privados. (...)». Daria «pano para mangas», mas detenhamo-nos neste aspeto: senhor Ministro, um dos problemas é saber  o que é de iniciativa do Poder Central na esfera do SERVIÇO PÚBLICO DE CULTURA, e acabar com a intervenção exclusiva por concurso. Mas que ideia!, e, confessemos, esperávamos que o Senhor Ministro tivesse outra respiração nestas abordagens, e questionasse a herança que recebeu. Como modelo a ADMINISTRAÇÃO CENTRAL não se pode reservar ao supletivo. Aliás é por isso que há os NACIONAIS. Faltam os REGIONAIS quiçá em PARCERIA com os Locais,  os Privados ...Neste quadro a pretensão que emerge desta passagem do artigo do JN faz sentido: « (...) Questionado sobre a pretensão vimaranense de ver o Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG) financiado diretamente pelo Ministério da Cultura, à imagem do que acontece com outra infraestrutura que resultou de uma Capital Europeia da Cultura, a Casa da Música, no Porto, o ministro sublinhou que se trata de um caso único(...)». Ainda, de entre o muito que se podia trazer para aqui: a CASA DA MÚSICA talvez merecesse do ponto de vista institucional uma leitura mais fina. Uma boa ocasião para se lembrar a ONP - Orquestra Nacional do Porto. 

E, pronto, continuemos atentos ao «discurso» do Senhor Ministro na sua volta pelo País. Quem sabe, Senhor Ministro, talvez registá-la de forma metódica, e dá-la a conhecer. Onde? Pois é, não há site do Ministério, e talvez seja um pouco exagerado fazê-lo  no Portal do Governo ... Aqui temos mais um problema que merece ser enfrentado.


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