Excerto: «(...)No dia 7 de Dezembro do ano passado, a presidente do painel de peritos internacionais responsável pelo processo CEC, Beatriz Garcia, anunciou em conferência de imprensa que Évora era a cidade recomendada pelo painel para acolher a iniciativa. A presidente do júri sublinhou no seu discurso a qualidade extraordinária das quatro propostas finalistas e de todo o processo CEC português.
No seguimento do reconhecimento da qualidade do trabalho das quatro cidades finalistas, o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou na conferência a implementação da iniciativa da Capital Portuguesa da Cultura. Esta iniciativa arrancará já em 2024 com as três cidades finalistas que não foram vencedoras do processo CEC: Aveiro, Braga e Ponta Delgada. Aveiro receberá o título em 2024, Braga em 2025 e Ponta Delgada em 2026. A cada cidade será atribuída a dotação orçamental de 2 milhões de euros para implementar o seu projecto. (...)».
Um comentário ao facto da imagem no blogue duas ou três coisas: «Caramba!Um
tribunal anulou extinção da Fundação José Berardo, porque o órgão
administrativo do Governo que tomou a decisão não teria competência para tal. Não
haverá maneira de, por uma vez, alguém neste governo fazer as coisas que tem de
fazer de uma forma inatacavelmente correta, sem correr o menor risco de estar a
pisar ... o risco? Será assim tão difícil ser competente?».
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Nos tempos que correm ainda não são muitos a dizê-lo com convicção técnica mas já dá para identificar que há um grande problema no nosso País, além de tantos outros, que começa a dominar o espaço público: a manifesta fragilidade da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Ora, quem nos trouxe até aqui são os ditos PARTIDOS DA ALTERNÂNCIA que estiveram no Governo. Então, a questão que se coloca é convencerem-nos que vão ser capazes de fazer diferente com ou sem eleições antecipadas. Muitos «servidores públicos» ficarão espantados ao olhar para o que a comunicação social nos vai dizendo sobre o funcionamento do aparelho estatal. Tem vindo de mal a pior ... Mas era expectável, embora esteja a atingir limites que ninguém imaginaria. Em particular, lembrem-se as reestruturações «incompetentes» havidas, e ilustre-se com o PREMAC na Cultura do Governo PSD/CDS que o PS prometeu reverter, mas que nunca aconteceu. Lembram-se?, extinguiram-se e fundiram-se serviços de forma cega. Foi um desastre, e com o andar dos tempos, como nada se fez, a situação agravou-se.
Olhemos para as noticias com que se inicia este post: afinal, como é possivel alguem anunciar aquela «Capital Nacional da Cultura» daquele modo? Afinal qual é o espaço da Presidência do Conselho de Ministros na Cultura?
A seguir ao 25 de Abril ouvia-se que era preciso «escangalhar» a Administração para se poder avançar - com graça, dizia-se que o melhor era«revogar diplomas ao quilo». Avançou-se muito na reorganização dos serviços, e nomeadamente na cultura. Mas hoje a Administração está escangalhada. Sem ser virtuosa. Não há volta a dar, vem nos livros e a experiência não para de o mostrar: REFUNDAR É PRECISO! Os «Partidos de Poder» não nos dão garantias de que disso sejam capazes. Com o Ministro da Cultura em exercício nem luz ao fundo do túnel ...
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