JN 11JUL2023
Pelo que se vai sabendo pela comunicação social não será exagerado dizer que o Governante da Cultura tem uma obsessão que se pode traduzir numa palavra: «Privados». Até em resposta à sugestão de os orgãos de comunicação social darem mais cobertura à atividade cultural e artística - (e estamos cheios de sorte, o Senhor Ministro até põe a hipótese de a considerar, quiçá por vir de privados?) - veja-se no recorte acima (que nos foi enviado por leitor deste blogue) a reação. De imediato pensámos que não teria sido bem isso o dito, e procuramos outras fontes. Chegamos ao Público/Ípsilon e, afinal, encontramos o mesmo. De lá veja-se a argumentação de Álvaro Covões e Luis Montez neste recorte:
A nosso ver: reflexões «de Estado». De quem conhece o terreno e tem muitas leituras pertinentes.
É um facto que o Senhor Ministro quer estar entre nós como o «grande educador» insistindo numa «agenda cassete» que estamos convictos não estará a atingir, e ainda bem?, os seus propósitos - mas dá ideia que deslumbrado com o que vai equacionando (como Ministro da Cultura e de não sabemos de mais o quê ...) nem estará a ver isso e muito menos os estragos que está a causar no frágil setor da cultura e das artes. Pelo que faz e fundamentalmente pelo que não faz. No SERVIÇO PÚBLICO e na esfera das INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS garantidas pelo jogo do mercado. Mais do que dizer o que os outros devem fazer, diga-nos Senhor Governante o que o ESTADO através da ADMINISTRAÇÃO CENTRAL vai fazer no próximo futuro e onde queremos chegar a longo prazo. Com indicadores. Em especial, que verbas serão necessárias considerar no ORÇAMENTO DO ESTADO para operarmos as mudanças necessárias. Não peça aos Privados que ajudem. Revitalize o Serviço Público e vai ver que isso dinamiza o setor na sua globalidade ... E é isso que falta. O que se está a passar com o ESTATUTO DO ARTISTA é resultado disso mesmo ... Por momentos que seja esqueça «a lógica concursal», olhe para as alternativas, vai ver que não se arrepende tendo como pressuposto o que um Partido Socialista à partida deve pensar e fazer.
Bom, mas como queremos colaborar com o Senhor Ministro aqui vai uma sugestão (veja imagem abaixo) para o caso de não conhecer a fim de ajudar no seu diálogo com os agentes privados ... Como organizador o poder da cultura e das indústrias criativas ... Mas não queremos perder o momento para reafirmarmos outra sugestão: é preciso criar um Ministério da Cultura digno desse nome. Para isso faça Benchmarking - escolhemos como hipótese França e Espanha (e aqui eventualmente terá de ir rápido a dar crédito às sondagens para as eleições em curso). Vai ver, COMPARAMOS MAL - o Senhor Ministro com frequência faz referência à técnica mas para isso necessitamos de serviços que façam estudos de forma permanente, continuada e sistemática ... A Academia, fundamental, não os substitui (se nos é permitida a expressão, «cada macaco no seu galho») e muito menos com trabalhos casuísticos. A investigação precisa de sistemas de informação em quantidade e qualidade próprios do Aparelho Estatal. A que de forma natural são chamados privados, aqui sim, por «processos concursais» transparentes previstos na lei...
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