«A presente exposição celebra Ruy Belo e a sua obra no
ano em que o poeta completaria 90 anos e em que passam
45 da sua morte. A celebração é especialmente marcada
pelo generoso ato da doação integral do seu espólio
com que os filhos do escritor pretendem perpetuar a
memória do pai entregando à sociedade, através da BNP,
os materiais que estão na génese da sua obra.(...)». Continue a ler.
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Bom ambiente para isto:
«(...) Ruy Belo é um grande poeta do Verão, aquele que escutou a sua música e que sabe, proustianamente, que só há paraísos perdidos. E esses estão entre o recomeço eterno do mar e o esplendor intermitente do Sol. O mar banha esta poesia, fazendo-se símbolo de um eterno retorno que nos transporta no tempo e traz o tempo connosco. Nela, o amor é a felicidade de o esperar, ou de o lembrar. Eu digo os versos visíveis de Ruy Belo e eles dizem-me o meu passado presente e o meu presente futuro: "Mesmo que não conheças nem o mês nem o lugar/ caminha para o mar pelo verão." Digo mais: "À sombra dos plátanos as crianças dançarão/ e na avenida que houver à beira-mar/ pode o tempo mudar será verão." Continuo a dizer: "É triste no outono concluir/ que era o verão a única estação."». Tirado daqui.
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