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Numa altura em que a Cultura está como está, repara-se com mais intensidade no que vai aparecendo na comunicação social sobre a dita. Na circunstância, e em particular, não se pode deixar sem reparo a construção de narrativas institucionais assentes em leituras pessoais do passado recente. Isto é, de um passado vivenciado por muitos de nós mesmo que só através do relatado pelos jornalistas. Assim, em linha com o que se tem escrito neste blogue, e pegando na entrevista a que se refere a imagem, de seguida alguns aspectos.
«Entrevista com o presidente da empresa que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado»
Bem se sabe que ninguém quer saber de preciosismos destes, mas a OPART não é uma empresa, é uma «Entidade Pública Empresarial», e a questão de fundo permanece: qual deve ser o critério de escolha, por exemplo, entre Fundação, Instituto, Entidade Pública Empresarial ... Mais, sendo o que verdadeiramente é central: porque é que se escolheu juntar e não deixar cada uma das entidades separadas.
- «Chega à presidência da Opart — empresa que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado (CNB) — conhecendo os cantos à casa. E chega a uma entidade que os sucessivos governos, mal se sentam na cadeira do poder, ameaçam extinguir. Carlos Vargas não percebe o motivo e defende que a vocação da Opart é ser um instrumento — não um fim — ao serviço dos projetos artísticos».
Ora cá está, talvez se comece a encontrar os mentores da criação OPART e, quiçá, do famigerado ACE - Agrupamento complementar de empresas - que queria juntar não só o TNSC com a CNB mas também o Teatro Nacional D. Maria e o Teatro Nacional S. João, ... Seguindo o argumento do «instrumento», há Organismos na Administração Pública que garantem Serviços Partilhados na perfeição, com boa escala e «expertise». E vamos lá ser rigorosos, e referenciados ao momento, acabar com a OPART foi uma promessa na esfera da solução governativa em vigor. E, claro, que se espera que o Governo e os Partidos que o apoiam cumpram o que, direta ou indiretamente, prometeram.E se aceitamos a lógica OPART, volta ACE, estás perdoado ...
- Há dois anos nomeou-se um consultor para o teatro de ópera. A Opart tinha autonomia para se opor?
Em termos formais, nenhuma. Mas pode exercer influência sobre a tutela, se tiver esse capital.
- A Opart vem sendo ameaçada de extinção pelos sucessivos governos. Porque aceitou presidi-la?
A Opart é interessante porque não é um fim, mas um instrumento de gestão. Acredito que posso adaptar os processos típicos da administração pública à agilidade que os projetos artísticos requerem. E porque amo o São Carlos e a CNB.
Vamos lá, deixemos os
processos «típicos da administração pública» - já que a Entidade Pública
Empresarial talvez já não esteja no «típico», seja lá o que isso for -
para outra ocasião. E também não valerá a pena aprofundar, o «instrumento» - e que diabo de expressão para nos referirmos à figura institucional de uma organização ! - mas pegando nele, no «instrumento», o que se comenta é precisamente porque se escolheu aquele e não outro. Mas o que nós queremos eleger é o «amo». Por aqui, pelo Elitário Para
Todos, não utilizamos o termo, mas estamos disponíveis para a reconversão, e
muito mais se for critério no recrutamento e seleção para Dirigentes do Setor
Público. E só pode ... E cá estamos nós também com linguagem modernaça! Claro, vamos estar atentos à oferta de formação
profissional, e demais ofertas educativas, e prometemos que desde que identificadas as divulgaremos aqui. Mas, bem vistas as coisas, quem é que não « ama» o São Carlos e a CNB? Talvez quem não defenda o «serviço público» razão de ser da sua existência. Mas ainda assim, podiam ser seus dirigentes. Se calhar, não !
ENTRETANTO:
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