quarta-feira, 31 de agosto de 2016

DOS DISCURSOS DE DILMA ROUSSEFF




Leia e veja aqui


Do Discurso no Senado:

«(...)
Entre os meus defeitos, não está a deslealdade e a covardia. Não traio os compromissos que assumo, os princípios que defendo ou os que lutam ao meu lado. Na luta contra a ditadura, recebi no meu corpo as marcas da tortura. Amarguei por anos o sofrimento da prisão. Vi companheiros e companheiras sendo violentados e até assassinados.
Na época, eu era muito jovem. Tinha muito a esperar da vida. Tinha medo da morte, das sequelas da tortura no meu corpo e na minha alma. Mas não cedi. Resisti. Resisti à tempestade de terror que começava a me engolir, na escuridão dos tempos amargos em que o país vivia. Não mudei de lado. Apesar de receber o peso da injustiça nos meus ombros, continuei lutando pela democracia

.............
Sei que, em breve e mais uma vez na vida, serei julgada. E é por ter a minha consciência absolutamente tranquila em relação ao que fiz, no exercício da presidência da república, que venho pessoalmente à presença dos que me julgarão. Venho para olhar diretamente nos olhos de vossas excelências e dizer, com a serenidade dos que nada têm a esconder, que não cometi nenhum crime de responsabilidade. Não cometi os crimes dos quais sou acusada injusta e arbitrariamente.
..............
Hoje, mais uma vez, ao serem contrariados e feridos nas urnas os interesses de setores da elite econômica e política, nos vemos diante do risco de uma ruptura democrática. Os padrões políticos dominantes no mundo repelem a violência explícita. Agora, a ruptura democrática se dá por meio da violência moral e de pretextos constitucionais para que se empreste aparência de legitimidade ao governo que assume sem o amparo das urnas. Invoca-se a Constituição para que o mundo das aparências encubra hipocritamente o mundo dos fatos.
As provas produzidas deixam claro e inconteste que as acusações contra mim dirigidas são meros pretextos, embasados por uma frágil retórica jurídica.

(...)». Leia na integra.



JOSÉ JORGE LETRIA | «Itália: promover a cultura em tempo de luto»



Leia aqui

Começa assim:

«A Itália vive momentos trágicos enquanto conta as vítimas de Amatrice e imagina, em Roma, como há-de apoiar uma comunidade material e psicologicamente destruída e também dar passos para recuperar o enorme património histórico devastado. Neste contexto não é fácil valorizar notícias sobre o que se faz com a cultura na perspectiva do interesse e do futuro da juventude. Mas é justamente daí que surgem relevantes notícias.
Em Novembro do ano passado, o Primeiro-Ministro Matteo Renzi anunciou a criação de uma significativa grelha de investimentos que envolvia medidas de apoio nas acções contra o terrorismo e e uma verba destinada a apoiar a promoção cultural de um país onde quase tudo o que é essencial passa pelo História e pela Cultura.
Estabelecendo uma inusitada proporcionalidade, como o próprio PÚBLICO agora noticia, por cada euro destinado às acções de segurança o mesmo valor deverá ser atribuído aos jovens para a desejada fruição cultural. Os beneficiários desta medida política que suscita uma natural e justa reflexão são os 550 mil jovens que completem 18 anos este ano. Não se conhece estratégia semelhante noutro país, designadamente da União Europeia. Nesta Europa em crise é obra.
A partir de 15 de Setembro próximo, cada um destes jovens vai receber 500 euros que deverá aplicar de forma justa e já prevista em museus, exposições, aquisição de livros, concertos e outros eventos culturais. É uma medida justa e inovadora, mas é forçoso reconhecer que, nos tempos que correm, estes consumos poderão não ser os mais entusiasmantes para este sector específico da juventude. Na verdade, a base da fruição cultural assenta nos consumos que se fazem neste domínio, sobretudo num país que tem cidades como Amatrice com 100 igrejas de várias épocas para visitar». Continue a ler.



terça-feira, 30 de agosto de 2016

CCB | GARAGEM SUL | «Eduardo Souto De Moura: Continuidade» | ATÉ 18 SET 2016







Na Exposição sobre Souto de Moura: 

«(...)
Iniciou, entretanto, a atividade no seu próprio estúdio. As obras foram aparecendo como presença necessária e evidente, inesperada, contudo.
Distanciam-se do previsível e do radicalmente autónomo. Transformam, anunciam o que há de vir   e o que há de cair.
São de imediato reconhecidas como obra de autor. (...)» 

Álvaro Siza

___________

Não perca.

domingo, 28 de agosto de 2016

«Extraordinariamente»




Vamos lá começar pelo começo:  A BIENAL DE SÃO PAULO é um acontecimento «que tem pai, tem mãe, tem avós», ou seja, vem de longe, e desde há muito que Portugal tem nela presença. Saber desta e de outras Bienais, na perspectiva da intervenção do Estado português, devia ser coisa ao alcance  de qualquer interessado. E onde é que isso é possível?, não sabemos.Em cada momento a prova de que a «memória comum do sector» é o que se percebe: no domínio da calamidade. Contudo, qualquer um que siga com alguma atenção estas atividadaes  estranhará aquele «extraordinariamente», e foi assim que fomos tentar saber mais seguindo as pistas do Despacho que nos é apresentado sem passado institucional.
Como pode ver aqui, o Despacho n.º 6692/2016 é uma delegação de competências do Ministro no Secretário de Estado, mas a responsabilidade politica como se sabe «não se delega».
Depois,  o n.º 2 do artigo 4.º:


Veja aqui

Vamos lá pensar, este dispositivo alguma vez terá sido criado para situações como a da Bienal? Não parece. A Bienal de São Paulo como outras Bienais são acontecimentos perfeitamente previsíveis, e nao parece que devam sequer estar abrangidas pelo sistema de apoios através de concursos. Há mais vida para lá dos famigerados, e de há muito contestados,  concursos, e talvez tenha sido até o reconhecimento disso mesmo que levou a introduzir aquele n.º 2, mas que verdadeiramente só pode ser utilizado no estrito campo de intervenção do diploma. Como se vê é «poucochino» e, na circunstância, quase exótico ao ser aplicado às «Bienais» e à função da DGARTES na politica de internacionalização  - a propósito, parece estar a decorrer um concurso para isso mesmo, o que torna a situação ainda mais curiosa ... -  das artes em que a Bienal de São Paulo, sim senhor, deve ter o seu espaço. 
Enfim, a manta de retalhos continua no que às artes diz respeito através do Ministério da Cultura. 
Lembremos do Programa do Governo:
.......

«Finalmente, o governo assume igualmente uma estratégia concertada de disseminação interna e promoção internacional da Cultura portuguesa capaz de reforçar a imagem externa da riqueza patrimonial e do dinamismo criativo de Portugal». 
  .
.    .

Valorizar e dignificar autores e artistas e divulgar os criadores nacionais em Portugal e no estrangeiro 
 O governo entende como essencial a prossecução de políticas que valorizem e dignifiquem autores e artistas e melhorem as condições inerentes ao exercício da sua atividade profissional através de melhor proteção dos seus direitos, melhor acesso a apoios e financiamento e menor instabilidade laboral. A valorização dos criadores nacionais exige igualmente a sua divulgação em Portugal e no estrangeiro o que implicará, por um lado, um novo impulso às redes de difusão cultural nacional que contribuem para facilitar o acesso à cultura em todo o território nacional e, por outro lado, esforços concertados de promoção externa de forma a potenciar a internacionalização cultural e artística. Neste âmbito, o governo assumirá os seguintes compromissos: 
....
  •  Criar o programa Portugal Criativo, que apoie projetos empresariais culturais que tenham em vista a internacionalização, que promovam a presença de Portugal em feiras de arte, mercados e festivais no estrangeiro e a circulação internacional de autores e artistas portugueses, e que estimulem as edições e traduções de obras portuguesas noutras línguas; 
..... 
  • Estimular a integração dos organismos culturais nacionais em redes de intercâmbio que viabilizem a circulação internacional alargada da criação artística portuguesa e o acolhimento em Portugal de eventos culturais de dimensão universal;
.....

Ó Estratégia concertada, onde estás tu ?!!
  ________

E vamos ao que verdadeiramente interessa, visite a  Bienal de São Paulo, clicando:  
 
http://www.bienal.org.br/




segunda-feira, 22 de agosto de 2016

«Sempre os mesmos»

Leia aqui



No Diário da República de hoje duas nomeações para Diretor Artístico: para o Teatro Nacional de São João e para o Teatro Nacional de São Carlos:



Finanças e Cultura - Gabinetes dos Secretários de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças e da Cultura - DESPACHO N.º 10462/2016 - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 160/2016, SÉRIE II DE 2016-08-22 - Nomeia o diretor artístico do Teatro Nacional de São João, E. P. E - veja aqui na integra.
 Finanças e Cultura - Gabinetes dos Secretários de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças e da Cultura - DESPACHO N.º 10461/2016 - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 160/2016, SÉRIE II DE 2016-08-22 - Nomeia o diretor artístico do Teatro Nacional de São Carlos - veja aqui na integra.
O Teatro Nacional de São Carlos, nomeadamente a questão do Diretor Artístico, tem andado «nas bocas do mundo», e estamos à espera que o Governo esclareça sobre o problema OPART - a bem da democracia estas coisas não podem cair «no que lá vai, lá vai».  Mas agora detenhamo-nos um pouco mais no TNSJ sobre  o qual o post a que se refere a imagem acima - pode ler neste endereço.  Como se pode ver no DR, o Diretor Artístico está lá desde 2009:


 E a cumprir-se o Despacho n.º 10462/2016 vai ficar até 2019, como decorre do seguinte:


  «1 — Nomear diretor artístico do Teatro Nacional de São João, E. P. E., Nuno Manuel Guerra Carinhas, para o triénio 2016-2018».




 A questão que se coloca é muito simples: qual é a política pública sobre esta matéria? Qual é política deste Governo sobre o assunto? Mais: o que é que pensarão os Partidos que apoiam a solução governativa de tudo isto? Não nos venham com leituras jurídicas ... Aliás, parte-se do principio que isso está resolvido ... Algum «povão» certamente que não vai deixar de dizer «são sempre os mesmos». Do «meio» aguardemos a reação, não se manifestar também não é grande sinal ... Antigamente, quando o TNSJ «não era nem empresa nem fundação», e depois de se ter ouvido o meio, feito inquéritos, e conjugando com demais politicas e  estratégias globais para a cultura e as artes,  as coordenadas - amplamente explicadas por diversos meios  - eram estas:  

 
Na integra aqui

Continua ...