Eventualmente, um Diretor não deverá ter aquele registo - e talvez se estranhe porque o seu trabalho e o «seu organismo» têm sido apontados como «a joia da coroa», quase secando tudo o que se passa à volta, e apetece recorrer ao «no melhor pano cai a nódoa» -, registo eventualmente tido de forma natural tal será a inquietação que habita o dirigente. Inquietação que qualquer visitante ao Museu pode partilhar - só não vê quem não quiser ver. E talvez agora se perceba melhor o que os trabalhadores do MNAA têm vindo a denunciar ao longo dos tempos.
Mas neste enredo o que nos deixa verdadeiramente perplexos é o «para já não» do Ministro. Se um esteve mal, o outro ..., e há coisas que quando partidas desta forma já não se colam. Ah, a força das palavras !
Agora olhemos para o lado positivo: há um problema, que é de todos nós, e ganha-se se os cidadãos se apropriarem dele, na circunstância por entre o brilho e a excelência com que o Museu de Arte Antiga nos tem vindo a brindar, e para o que institucionalment temos sido alertados, numa escala, eventualmente, desadequada. Como este incidente, para já, o parece mostrar. Nas organizações, atingir o equilibrio em andamento é mesmo difícil, mas é o único a ter como propósito, o que é contrariado por ritmos lentos, e interregnos, a empurrarem o «já» para a frente. Assim não se vai lá ! E por maior força de razão quando o tempo é de urgência, urgência que não há maneira de ser reconhecida e assumida na Cultura: para o MNAA, e para o resto.
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