Esta entrevista de ALBANO PEREIRA ao jornal AS BEIRAS está para lá do CAV. Pode ler-se, por exemplo:
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Hoje o tempo é de sofrimento e de tensão. Este tipo de espaço é cada vez mais importante na vida das pessoas, devem substituir as toneladas de ansiolíticos que se prescrevem. É fundamental ter jardins e arte que nos leva a sonhar e nos apazigua nas mágoas e no sofrimento. E esta cidade tem de olhar mais para as pessoas, para os jardins, para as atividades culturais, porque, infelizmente, nos últimos anos a construção e a arquitetura da cultura foram centros comerciais. Descurou-se gravemente e violentamente a fruição da cultura e isso só pode inverter-se com a participação das escolas, com parcerias entre a autarquia e A Escola da Noite, o Centro de Artes Visuais, O Teatrão, a Orquestra Clássica do Centro. Oferecendo atividades extracurriculares que sejam institucionalizadas junto das escolas, porque esse é que é o futuro da cidade, como é o futuro do mundo. É ai que está o equilíbrio das pessoas
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Isso vê-se hoje, com a economia transformada na verdadeira cultura desta crise, com os gestores e os economistas que nos deixaram neste buraco tremendo. Por falta de humanismo e por falta de cultura. Continua a olhar-se para a cultura como um ramo de cheiros, mas a cultura é uma componente estrutural do desenvolvimento. Do desenvolvimento humano, do desenvolvimento de uma sociedade, em termos éticos e em termos estéticos. Uma cidade não se desenvolve, não se equilibra sem cultura. Com pessoas que só sabem de números ou que só sabem de medicina. Se não se humanizam – e as pessoas só se humanizam pela cultura – o equilíbrio não é possível.
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