Pode ser lido no site do Teatro Nacional D. Maria II, mas fica também registado aqui, para memória futura:
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As medidas de austeridade anunciadas pelo governo e os cortes previstos no recentemente aprovado Orçamento de Estado, atingiram no caso do TNDM II um valor acumulado em 2012 na ordem dos 36%, agravado pelo aumento da taxa do IVA (23%). O corte financeiro, muito superior ao efectuado nos restantes Teatros Nacionais, parece-nos conter um erro de cálculo e ignora 3 anos de gestão equilibrada e taxas de ocupação recorrentes acima dos 90%, comprometendo de forma irremediável o actual projecto artístico do TNDM II, o seu modelo de gestão e toda a programação projectada para 2012. A Direcção Artística e o Conselho de Administração do TNDM II alertaram e tentaram sensibilizar a tutela para as inevitáveis consequências de tais medidas, disponibilizando-se desde sempre para concertar uma solução que viabilizasse um futuro para o TNDM II, com um mínimo de dignidade, qualidade e sentido de serviço público que lhe é exigido e que está reflectido nos seus estatutos e missão. Até à data o Secretário de Estado da Cultura revelou-se impotente para, junto do Ministério das Finanças ou do Primeiro Ministro, encontrar uma solução que corresponda a uma vontade política de manter em actividade o primeiro teatro do país. Perante este cenário, torna-se impossível elaborar um plano de actividades realista e viável para 2012, pelo que nos vemos obrigados a assumir publicamente a nossa incapacidade para honrar compromissos de programação com produtores, encenadores e actores, e com o próprio público, com quem estamos necessariamente implicados numa relação de proximidade e confiança, resultado do trabalho produzido nos últimos anos. Projectos como a "A Morte de Danton" de Buchner, em co-produção com os Artistas Unidos e Guimarães - Capital Europeia da Cultura e com encenação de Jorge Silva Melo, ou "Lear" de W. Shakespeare, com Eunice Muñoz na protagonista, ficam assim seriamente comprometidos. A Direcção Artística e o Conselho de Administração do TNDM II lamentam profundamente esta situação, mas é imperativo que todos tomem consciência das implicações que acarretam as medidas agora anunciadas, que vêm questionar desta forma a continuidade de uma estrutura basilar no panorama cultural português! Diogo Infante Director Artístico do TNDM II E a notícia no jornal Público. | |||||
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