Do jornal Público de 13JAN 2017 |
Este blogue é cada vez mais feito pelos seus leitores. E foi um leitor que nos enviou a notícia da imagem. E depois procurámos saber mais, e encontrámos no Porto Canal isto (destaques nossos):
«Cristina Carvalhal não quis ser "figura decorativa" no Teatro Viriato - Câmara de Viseu
Viseu, 12 jan (Lusa) - O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, esclareceu hoje que a atriz e encenadora Cristina Carvalhal decidiu não suceder a Paulo Ribeiro na direção do Teatro Viriato por não querer ser uma mera "figura decorativa".
"A Cristina Carvalhal aceitou o desafio de uma direção artística, mas recusou o convite para ser um fantoche de diretor artístico ou consultor ou relações públicas para inglês ver", contou o autarca aos jornalistas.
Após a saída do bailarino e coreógrafo Paulo Ribeiro para a Companhia Nacional de Bailado, Almeida Henriques sugeriu ao Centro de Artes do Espetáculo de Viseu (que gere o Viriato - teatro municipal) o nome de Cristina Carvalhal, mas, a 29 de dezembro de 2016, Paula Garcia (que exercia as funções de diretora adjunta desde 2007) foi anunciada como sendo a nova diretora-geral e de programação.
Almeida Henriques explicou que, a 29 de novembro, numa reunião com o ministro da Cultura, foi acordada "uma visão sobre a nova direção e a renovação do projeto do Teatro Viriato" e também "o perfil do novo diretor e um nome de um criador de dimensão nacional".
"Recebi nessa reunião luz verde do senhor ministro e do senhor secretário de Estado para encetar os contactos. No início de dezembro, reuni com a artista em causa, que sempre foi o nome que esteve em cima da mesa, Cristina Carvalhal", acrescentou.
Segundo o autarca social-democrata, a artista aceitou o desafio, "incluindo os termos financeiros pouco atrativos, disponibilizando-se para desenvolver o projeto em diálogo com o CAEV".
Almeida Henriques referiu que "as coisas não correram bem" no CAEV, porque, "na prática, a pessoa escolhida foi desconvidada".
"Há muitas formas de desconvidar alguém para um lugar, uma delas é subtrair funções, subtrair autonomia e subtrair liberdade. O que é um diretor artístico que não dirige artisticamente? Não é um diretor artístico, é uma fachada de um diretor artístico", considerou.
Na sua opinião, "um diretor artístico que não tem a última palavra a dizer na criação da programação de uma casa ou a quem só são pedidas opiniões, não é um diretor, é um consultor"». Continue a ler.
Perante o que nos é dado ler, parece que há pelo menos dois sistemas de intervenção do Ministério da Cultura nas artes: um que não impede que a CORNUCÓPIA (e outros agentes culturais) encerrem; outro (de que sabemos pela comunicação social) que conduz a que o Ministro da Cultura intervenha na gestão de um projeto especifico a níveis bem concretos.
Se alguém ainda tem dúvidas de que a organização do SERVIÇO PÚBLICO na esfera das artes está esgotada, e que tem de ser reinventada, isso deve estar a desvanecer-se ...
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