Diário de Notícias de 2 jan 2018 |
A versão online: 12 opiniões para reinventar Portugal
Como se pode concluir pelo trabalho do DN o «reinventar» no Discurso de Ano Novo do Senhor Presidente da República não terá interpretações coincidentes. E íamos jurar que para um grande número de pessoas a «palavra» os remeterá para o movimento que assenta precisamente no termo REINVENTAR e que povoou o pensamento e a ação de interessados e das Administrações que pelos anos 90 do século passado se ocuparam da teorização e da prática da gestão das Administrações Públicas. O «nosso SIMPLEX», o primeiro, terá bebido ali, via Reforma Clinton/Al Gore. Abaixo «provas» do que dizemos. Ou seja, durante largo tempo, e ainda hoje, «reinventar» fez e continua parte das REFORMAS DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS. Mas como o tempo é feito de mudança, de vez em quando tem de haver «chicotadas» e (re)inventam-se «palavras». Talvez hoje a expressão «substituta» seja TRANSFORMAR - Transformação Digital. Traduzindo: transformação das organizações, também das públicas, à luz do digital e do desenvolvimento sustentável.
(Versão final de José Magalhães com a colaboração de Jefferson T. Brown e Ivone Cunha | Contribuição para o texto-base em português: Miguel Castro Caldas, Jorge Lemos)
Guião de uma Unidade Curricular sobre Gestão Pública |
Quem tem memória destas coisas certamente se recordará das muitas e variadas interpretações dadas ao que emanava da obra de Ted Gaebler e David Osborne, em particular, que se devia gerir os Organismos Públicos como empresas ... E chamar CLIENTES aos destinatários dos serviços públicos. Geralmente quem o dizia não tinha lido o livro todo e nem tinha assistido às intervenções dos autores quando estiveram em Portugal. Em síntese, é verdade, as Organizações (conceito que foi aprimorado por esses tempos do século XX) - que podem ser do mundo dos negócios e sem fins lucrativos - são todas iguais mas todas diferentes. E a isso nos conduz, nomeadamente, a abordagem científica com base na Teoria dos Sistemas e na Teoria Contingencial que os autores, necessariamente, davam como adquiridas por todos.
Ah, se por acaso são professores destas matérias, é melhor antecipar perguntas dos estudantes. Pode ser que tenham ouvido a mensagem do Presidente ..., pode ser.
Já agora um titulo (da Comunicações) sobre o Congresso que teve lugar em setembro de 2017:
Excertos do artigo da imagem:
«(...)
SURFAR A ONDA DA MUDANÇA
A transformação digital esta aí, em maior ou
menor grau, e em todas as organizações. Por isso, não vale a pena tentar parar
a onda com a mão. O melhor mesmo é surfá-la. (...)
Mas há que olhar em frente. A revolução digital está a
acontecer e vai acelerar, pelo que é preciso trabalhar e em rede.
Experimentação, estratégia digital, reforço das capacidades, portfolio e
liderança pelo valor terão que ser apostas. Até porque o nosso futuro será cada
vez mais "dataism". Impressão 3D ao alcance de todos, software
defined architecture, computação cognitiva, mais e mais analítica, inteligência
artificial, design thinking, gamificação... vão surgir novas capacidades, mais
disrupção, mais desafios. O mundo está em profunda mudança.(...)
É que há que manter Portugal numa posição de
destaque. Não apenas nas infraestruturas, mas agora, e sobretudo, no capital
humano. A superação do défice de competências é a reforma mais importante a que
devemos responder, como foi reafirmado no final deste 27° Congresso. Afinal, há
que pensar atempadamente o futuro e investir nos recursos escassos. Esperemos
que o Congresso tenha ajudado Empresas e Cidadãos a prepararem-se para os
desafios».
. .
Bom, mas, pensando bem, não era isto que nós queriamos focar - mas já que o fizemos aqui fica -, o que nós queriamos, e queremos, sublinhar é o papel da cultura e das artes em qualquer (re)invenção. Mas disto estamos sempre a escrever aqui no Elitário Para Todos. E muito temos utilizado a «palavra» reinventar e inventar. E refundar. E repensar... Em particular para o Ministério da Cultura no seu todo e para muitos dos seus organismos. Com a DGARTES à cabeça. E pode ser que agora à boleia da mensagem do Senhor Presidente da República já não «gozem» - (tanto quanto sabemos até deviamos tirar as aspas, mas por uma questão de dignidade da coisa pública, deixemos ficar) - com estes conceitos ...
Aproveitando a ocasião, a nosso ver, como se sabe, o Sistema de Apoios às Artes tem de ser reinventado.
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