Desta vez, face à crise na Cultura, e sublinhe-se a dimensão humanitária, o Senhor Primeiro Ministro não escreveu uma Carta Aberta como fez no passado - acreditará que há fome e que isso não a ia matar: anunciou 30 milhões. Mas parece que estão mesmo de «cabeça perdida», e se a comunicação social deu a cobertura (como o ilustra a imagem inicial) que esperavam a reação estará longe do que desejariam. Este titulo fará boa sintese:
«30 milhões para a Cultura “não são boa notícia” (artistas querem saber de onde vêm e autarcas querem mais)». Veja aqui na zap-aeiou.
“Nunca há dinheiro, mas de repente sacam-se estes coelhos da cartola. Isto mostra um profundo desrespeito pelo sector”,
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Os “apoios são todos muito bem-vindos”, mas “o problema é que [o Governo] chuta para a municipalização da cultura e demite-se das suas responsabilidades de fazer uma intervenção séria e de fundo”
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Autarcas dizem que o dinheiro não chega
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O Público nota que questionou o gabinete do primeiro-ministro e o gabinete da ministra da Cultura sobre a proveniência destes 30 milhões de euros, mas que não obteve resposta.
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temendo que o dinheiro venha do programa Cultura para Todos, no âmbito dos Programas Operacionais de Portugal 2020, que apoia iniciativas culturais para a inclusão de cidadãos e a coesão de territórios.
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a associação diz ter sido informada pela comunicação social e por associados seus da suspensão daquela medida que é financiada por fundos europeus e desenhada no âmbito de um conjunto de políticas para a coesão social.
a associação diz ter sido informada pela comunicação social e por associados seus da suspensão daquela medida que é financiada por fundos europeus e desenhada no âmbito de um conjunto de políticas para a coesão social.
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Ou seja, tudo pode ser anunciado quando, desde logo, não é claro isto: o que compete ao CENTRAL e ao LOCAL; o que é SERVIÇO PÚBLICO a garantir pelo Ministério da Cultura; o que é da responsabilidade de outros Ministérios; o que é coberto por Fundos Comunitários; ...
Ou seja, tudo pode ser anunciado quando não há a assunção de que estamos perante uma calamidade, e se continua a «assobiar para o lado» e a agir como habitualmente. E nesse habitualmente temos como se vê um desconhecimento profundo do sector, que permite a ousadia de anunciar o que convém de momento ... Para ganhar tempo.Diminuir estragos. Só que as pessoas da cultura como todas as outras precisam de comer. Aqui e agora. E para isso um verdadeiro PLANO DE EMERGÊNCIA SOCIAL é necessário, e não há maneira de aparecer. Os anunciados 30 milhões não são isso. E para podermos continuar a comer no futuro precisamos de MUDAR, a começar por se criar verdadeiramente um MINISTÉRIO DA CULTURA que desenvolva um Plano de Desenvolvimento para a Cultura e as Artes em que haja lugar para o Estatal (Central, Local, Regional, Comunitário), para os Privados, para o «Terceiro Sector», de forma harmoniosa. Afinal, como vem na Constituição e é assumido pelos demais setores: económicos e sociais. Falta assumir o cultural e não o diluir naqueles. São interdependentes? São. Mas cada um deles tem vida própria, e é essa VIDA que não existe na Cultura. Senhor Primeiro Ministro, assuma que falhou. E vamos a um novo COMEÇO: com medidas imediatas de CHOQUE e uma VISÃO ESTRATÉGICA para o futuro que queremos, e de maneira, sim senhor, a QUE NINGUÉM FIQUE PARA TRÁS. Mas para isso para lá das palavras, os actos.
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