Nos «últimos dias», quem segue, mesmo que ao de leve, a comunicação social terá verificado que o assunto «a semana de 4 dias» está na «berlinda» - e será a palavra certa que consideramos diferente de «agenda». Desde logo, facilmente se conclui que há pessoas, a quem é dado espaço público de maneira continuada, que discorrem com igual facilidade sobre Covid 19, guerra na Ucrânia, semana de 4 dias, e o que mais aparecer ... Contudo, não se pode dizer que estejam a enganar quem quer que seja: de facto, assentam as suas palavras no «acho».Denunciam-se no caso da redução dos dias de trabalho ao dizerem que começou agora a ser discutido... Olhem que não, olhem que não. Felizmente temos ouvido, lido e visto, profissionais que de maneira documentada abordam a matéria e com quem temos aprendido.
Neste clima lembramo-nos do ciclo de conversas que não há muito teve lugar no Teatro Joaquim Benite a propósito da peça de teatro ALÉM DA DOR (ver imagem acima) - declaração de interesses, animámos as sessões - e a conversa inicial como pode verificar subordinou-se ao titulo O FUTURO DO TRABALHO: UM NOVO NORMAL ? que contou com a intervenção de António Guerreiro, editor da revista Electra, e até se pode dizer que esta conversa germinou na n.º 10, e sobre ela a imagem acima. Conforme nos habituou, a sua narrativa foi articulada, fundamentada, erudita, sem escamotear a complexidade do que está em causa. Mas foram explicitadas questões facilmente agarradas pelo público presente: não vai haver trabalho para todos; a redução do tempo de dias e horas de trabalho que não é inédita; o impacto das máquinas no processo produtivo devido à inteligência artificial; a realidade virtual no teatro; ...
E neste contexto, já estaremos no pós-trabalho? E de forma natural surgiu a pergunta: que impacto de tudo isto no setor da cultura e das artes?
Pois é, a conversa tem de continuar ... E quem sabe, os materiais subjacentes a ideias que por lá apareceram de que abaixo se dão pistas possam interessar ao debate colectivo e à reflexão individual a que não se pode fugir. Quiçá de forma algo caótica como de certo modo aconteceu no hall do TMJB... Por acaso a moderadora então de serviço não desgosta de conversas agitadas. São mais inspiradoras!
Sem comentários:
Enviar um comentário