segunda-feira, 20 de junho de 2022

EXPOSIÇÃO|«voltar - Mário Sacramento: a hora do ensaio»|MUSEU DO NEO-REALISMO

 

Com curadoria de António Pedro Pita e Odete Belo, a exposição “propõe a (re)descoberta de um pensamento teórico e prático, importante no período cronológico em que se desenvolveu e muito relevante para entender as aspirações e os problemas, as tensões e as possibilidades, os obstáculos e os impasses que marcaram o século XX português. A exposição resulta em grande parte de pesquisa no espólio do ensaísta. Sonda tumultuosas profundidades, recupera a voz de Mário Sacramento, sugere a mesa do trabalho teórico: artigos e apontamentos, anotações em livros, desenhos, sucessivas reformulações de textos entretanto publicados, interlocuções decisivas, a extensão no tempo de uma maturação relativamente frustrada, verso e reverso de uma situação dramática: um intelectual português que adentra problemas centrais da sua época sem condições para elaborar integralmente as respostas entretanto intuídas. O regresso de Mário Sacramento permite re-visitar, para repensá-lo, esse drama que marcou o século XX”.

(António Pedro Pita)

Saiba mais.

 

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A propósito no jornal Avante! desta semana:«Mário Sacramento, um homem com três metros de altura»  por Manuel Augusto Araújo. Excerto: «(...) No­ta­bi­lís­sima é a sua Carta-Tes­ta­mento de Abril de 1967: «Nasci e vivi num mundo de in­ferno. Há de­zenas de anos que sofro, na minha carne e no meu es­pí­rito, o fas­cismo. Re­cebi dele per­se­gui­ções de toda a ordem – fí­sicas, eco­nó­micas, pro­fis­si­o­nais, in­te­lec­tuais, mo­rais. Mas, que as não ti­vesse so­frido, o meu dever era com­batê-lo. O fas­cismo é o fim da pré-his­tória do homem. E pro­cede, por isso, como um gangster en­cur­ra­lado. Fiz o que me foi pos­sível para me li­bertar, e aos ou­tros, dele. É essa a única he­rança que deixo aos meus Fi­lhos e aos meus Com­pa­nheiros. Acabem a obra! Der­rubem o fas­cismo, se nós não o pu­dermos fazer antes! Ins­taurem uma so­ci­e­dade hu­mana! Pro­movam o so­ci­a­lismo, mas pro­movam-no ci­en­ti­fi­ca­mente, sem dog­ma­tismos sec­tá­rios, sem ra­di­ca­lismos pe­queno-bur­gueses! Aprendam com os erros do pas­sado! E lem­brem-se que nós, os mortos, iremos nisso ao vosso lado!».

A vi­sitar a ex­po­sição Voltar – Mário Sa­cra­mento, a hora do en­saio no Museu do Neo-Re­a­lismo, que mer­gulha no seu es­pólio exi­bindo ar­tigos, apon­ta­mentos, ano­ta­ções em li­vros, de­se­nhos, textos e re­for­mu­la­ções de textos, in­ter­lo­cu­ções para se (re)co­nhecer este homem com três me­tros de al­tura».

 

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No Elitário Para Todos há quem lembre ligado a Mário Sacramento - porque esteve lá - o III Congresso de Aveiro:

Veja aqui



 

 


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