Maputo, Instituto Nacional do Livro e do Disco, 1984
Lembramos o livro (o nosso é da edição da imagem) porque é matéria do Ípsilon mais recente com este trabalho de António Rodrigues: «Olhos azuis com lágrimas: o cão-tinhoso ainda vive 60 anos depois _ Seis décadas podem pesar em muitos livros, não no clássico de Luís Bernardo Honwana. Nós Matámos o Cão-Tinhoso envelheceu sábio e com suficientes camadas para ser capaz de ler o presente». Se tiver acesso, é aqui, e a não perder. Mas, entretanto, pode saber-se mais, por exemplo, no blogue ma-schamba, com post aquando do cinquentenário da obra. Ainda, mais este excerto do Ípsilon:
«(...)
O escritor moçambicano Luís Carlos Patraquim confessa ter “uma relação umbilical” com o livro. Foi um dos irmãos do escritor, João Honwana, seu colega de carteira no Liceu António Enes (hoje Escola Secundária Francisco Manyanga), que lhe mostrou o livro clandestinamente e lembra-se da experiência marcante: “Uma espécie de desafio de percepção e de mediação com o real quotidiano que existia, que nós víamos, sabíamos que existia e que não sabíamos ler.”
Aquele pequeno livro de 135 páginas e sete contos “parecia que respondia às preocupações” que tinham “em relação à colonização”, no entender do professor universitário moçambicano Martins Mapera.
“Dando voz aos silenciados, ao detalhe e ao quotidiano de violência daquela época colonial”, afirma a historiadora e poeta Ana Paula Tavares, “o livro cria uma época nova na literatura em língua portuguesa escrita em Moçambique”. A sua publicação “constitui um marco significativo, na medida em que cristaliza, a nível ficcional, a necessidade de uma mudança colectiva de estado de espírito”, como escreve Claudia Pazos-Alonso, professora de Estudos Portugueses e de Género do Wadham College da Universidade de Oxford. (...)».
E para terminar:
O escritor moçambicano Luís Carlos Patraquim confessa ter “uma relação umbilical” com o livro. Foi um dos irmãos do escritor, João Honwana, seu colega de carteira no Liceu António Enes (hoje Escola Secundária Francisco Manyanga), que lhe mostrou o livro clandestinamente e lembra-se da experiência marcante: “Uma espécie de desafio de percepção e de mediação com o real quotidiano que existia, que nós víamos, sabíamos que existia e que não sabíamos ler.”
Aquele pequeno livro de 135 páginas e sete contos “parecia que respondia às preocupações” que tinham “em relação à colonização”, no entender do professor universitário moçambicano Martins Mapera.
“Dando voz aos silenciados, ao detalhe e ao quotidiano de violência daquela época colonial”, afirma a historiadora e poeta Ana Paula Tavares, “o livro cria uma época nova na literatura em língua portuguesa escrita em Moçambique”. A sua publicação “constitui um marco significativo, na medida em que cristaliza, a nível ficcional, a necessidade de uma mudança colectiva de estado de espírito”, como escreve Claudia Pazos-Alonso, professora de Estudos Portugueses e de Género do Wadham College da Universidade de Oxford. (...)».
E para terminar:
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