quinta-feira, 28 de setembro de 2017

«CULTURA ACIMA DE ZERO !»







«O OE para a cultura continua a tender para zero. Já passaram dois orçamentos desde que, em 2015, o Partido Socialista assumiu a liderança do governo.  Por pressão do acordo parlamentar, vimos e vivemos algumas mudanças. Essas poucas mudanças existentes foram expressão das possibilidades abertas na Assembleia da República e da constante tomada de posição dos trabalhadores e outros agentes culturais. O valor de apoio às artes teve ligeiros aumentos, e não por iniciativa governativa, o modelo de apoio às artes teve ligeiras (e perigosas) alterações.
Na cultura tudo continua a tender para zero e se nada fizermos ficará tudo onde está.
Não são poucas as vezes que o zero vírgula quê nos atormenta a vida. Se pensarmos um pouco percebemos que este quase nada que nos atormenta é o muito que nos divide. Divide aqueles que recebem pouco financiamento daqueles que recebem muito pouco, divide os que nada recebem daqueles que quase receberam, divide os que desistiram de se candidatar daqueles que nem conseguem candidatar-se. (...)».Continue a ler.

 

sábado, 23 de setembro de 2017

ENCATC | «Congress on Cultural Management and Policy» | 27-30 SET 2017 | BRUXELAS





«From 27-30 September, the 25th ENCATC Congress on Cultural Management and Policy will gather together in Brussels, academics, researchers, professionals and representatives from various EU institutions, governments and European and international networks to discuss the key role of networks and develop ideas and proposals to guarantee their sustainability in a challenging environment»



quarta-feira, 20 de setembro de 2017

DOS OUTROS | Festival de Circo em Lille



E ainda em França:

Pôles Nationaux cirque (PNC). 


E há uma Federação de Escolas de Circo: veja aqui.Ou seja, há estratégia, há politicas, há programas, na esfera do circo... Aproveitando a deixa: e nós, qual é a situação?, para lá daquele «en passant» no Decreto do Apoio às Artes ( sim,o tal que não foi posto à discussão)?  


 

domingo, 17 de setembro de 2017

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO NACIONAL | «Decreta Boi»



Ouvido o «Governo Sombra», da TSF,  a curiosidade levou-nos ao «Orçamento Participativo Nacional», e lá fomos à procura, e a primeira conclusão: que tal parar e refletir antes de iniciar nova edição? Desde logo, atenção,  PARTICIPAR, SEMPRE!, como vem na Constituição. Mas, depois, não distrair as pessoas, a coberto do que parece ser uma «educação do povo», tratando adultos como crianças  - e pelos vistos, pelo número de adesões, não está para aí virado. Em seguida, estamos no seculo XXI, a gestão por resultados, a gestão por objetivos, o orçamento-programa, ...tudo técnicas que o atual Governo    defende, e que estão na lei,  levam-nos, no limite,  ao que se deve desejar: TODO O ORÇAMENTO DO ESTADO PARTICIPATIVO. Ou seja,  concentremo-nos nisso ... Ainda, o Orçamento Participativo tal como está a ser desenvolvido teve circunstâncias muito particulares na sua origem, foi mesmo um instrumento de luta politica, por uma cidadania plena, e isso e a forma como se alargou e tem sido aplicado devem, sim senhor, ser tidas em conta na gestão da coisa pública, mas não no formato «datado» como está a ser feito. Salvo melhor opinião, só nos pode levar ao «Decreto Boi» - em que Ricardo Araújo Pereira  com a força do humor destrói ao que o primeiro orçamento participativo nacional, apresentado como uma grande inovação, nos conduziu: o Governo a dar prioridade a um investimento do Estado na tourada.
Mas o anacrónico da iniciativa também foi lá, na sessão de festejo, denunciado pela Filandorra. Segundo a comunicação social, assim: 
 
Diário de Notícias | 15  SET 2017

Estamos conversados! Perceberam?
Podemos fazer desenho.Decididamente, na cultura não há maneira de acertar. 


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

«NOVO» SISTEMA DE APOIO ÀS ARTES | Talvez a «Caixa de Pandora» se esteja a abrir ...


Como se vê pela imagem acima, a Assembleia Legislativa da Madeira aprovou uma Resolução em que recomenda que os Apoios às Artes através da DGARTES sejam extensivos às Regiões Autónomas, e remete o assunto para o GOVERNO DA REPÚBLICA e para a ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. Isto foi aprovado em 14 de junho de 2017 e publicado ontem, 13 de setembro de 2017, em Diário da República. A comunicação social na Madeira tem dado cobertura ao assunto, por exemplo:
 
Veja aqui


Entretanto, saiu o Decreto-Lei n.º 103/2017 a 24 de Agosto, e no seu preâmbulo pode ler-se: «Assim, através do presente regime, que se estende aos agentes culturais das regiões autónomas (...)». Depois no artigo 2.º sobre as entidades elegíveis: «a) Pessoas coletivas de direito privado com sede em Portugal». Mais adiante, no artigo 5.º sobre âmbito territorial:  «(...)salvaguardando-se as especificidades próprias das regiões autónomas».
Olhando de frente o que está nos dois diplomas, o que se impõe: conhecer os estudos em que assentam as mudanças reinvindicadas e as operadas. Mais, como é que o assunto é tratado noutros setores. Ainda, como é que as coisas são compaginadas com as delimitações de atribuições e  competências que existem para a cultura e as artes, em termos do nacional, regional e local. E no que tem a ver com as REGIÕES AUTÓNOMAS - de facto uma realidade com as suas «especificidades». E quais são elas? E talvez desse jeito ver como se passa «lá fora» ...
Mas, e virando o provérbio ao contrário, não há fartura que não dê em fome. De facto, no Decreto-Lei n.º 103/2017 no artigo 10.º, um dos requisitos para  as entidades se poderem candidatar: «b) Ter beneficiado do apoio financeiro do Estado, através da DGARTES, durante um período minimo de quatro anos». Para além do questionamento do quesito para todos -  por exemplo, não se deveria valorizar as situações que até aqui conseguiram progredir sem a ajuda do Estado?; e aqueles quatro anos são continuados ou podem ser interpolados?; e se em vez da DGARTES foram apoiados por outros organismos porque não rendibilizar esse investimento do Estado? - vamos ao que aqui nos move: as entidades das Regiões Autónomas não se poderão candidatar aos apoios sustentados! 
Já agora lembre-se que a extensão às Regiões Autónomas  dos Apoios à Internacionalização através da DGARTES em tempos foi levantada ... E qual foi a posição da então Secretaria de Estado da Cultura? Ter memória destas coisas daria jeito.
Neste quadro, querida ASSEMBLEIA DA REPÚPLICA, talvez um bom pretexto para nos ocuparmos da Cultura e das Artes. E, pedagogicamente, tirar dúvidas aos cidadãos, estes assuntos são demasiado importantes para ficarem apenas nas maõs de alguns ...  
Se calhar, se o Decreto-Lei n.º 103/2017 tivesse sido posto à discussão talvez se tivesse filtrado esta matéria e outras que certamente vão aparecer, embora o essencial - a procura de um NOVO MODELO - tenha outros caminhos, de que fará parte certamente interpretar o Programa do Governo, e os programas eleitorais dos Partidos que asseguram a solução governativa ... Sobre o que acabou de ser publicado, talvez o melhor que se possa dizer é que  é mais do mesmo ... E esperem pela burocracia  que atravessa o diploma ...Má burocracia. Da boa, por aqui, gostamos!




terça-feira, 12 de setembro de 2017

«A CIVIL SOCIETY DIALOGUE ON CULTURE FOR THE FUTURE OF EUROPE»

Uma passagem:
«(...)
In the 60 years of existence of the European project, a supranational cultural space has emerged. Cultural operators have long understood that in an increasingly globalised and competitive world their strength resides in uniting on European level. Contemporary creation is producing a new and needed symbolic space that inscribes us as Europeans and projects us into the future. These practices accompany the emergence of European identities, coexisting with national, regional and local identities. They gift us with a plural, diverse European culture in constant progression that strengthens social cohesion and wellbeing. As shown in the Parliament’s study on European cultural identity, fostering a sense of belonging through both a political and a cultural identity is a systemic element for the sustainability of the European project (Prutsch, 2017). Culture and democracy are not independent one from the other; a robust relationship between culture and democratic participation has been proven (COE, 2016). Counteracting the instrumentalisation of culture by populist movements and reinforcing EU actions celebrating and strengthening heritage and cultural diversity, in accordance with the core remit of the EU in the cultural field (Art. 167), should be seen as fundamental to build the future of Europe. The cultural sector is ready to be a companion and ally in this endeavour.(...)».



segunda-feira, 11 de setembro de 2017

APOIO ÀS ARTES | Faz de conta que estamos a discutir e que tudo ainda está em aberto ...


 
Leia aqui
 «(...)
Com vista à composição das comissões de apreciação, que têm como função apreciar as candidaturas que venham a ser submetidas no âmbito do concurso ao Programa de Apoio Sustentado a Entidades Artísticas que irá abrir em 2017, a DGARTES apela à manifestação de interesse por parte de especialistas, nas áreas artísticas e financeira, que queiram colaborar.
Os interessados poderão manifestar a sua disponibilidade para o exercício de funções através do preenchimento do formulário próprio, acessível até ao dia 17 de Setembro 2017. (....
Pelos Alertas Google soubemos do apelo da Dgartes a que se refere a imagem de onde se retirou o que imediatemente antes reproduzimos. Ora, está a dar-se por adquirido algo que  não existe porque o Regulamento ainda não foi aprovado. Dizem-nos que está em discussão ... Ou seja, está em discussão, mas o que vai ser aprovado pelos vistos  é o que está lá, e isso das coisas para entrarem em vigor terem de ser publicadas em Diário da República parece que já «foi chão que deu uvas». Tudo isto é lamentável. É mesmo ocasião para o desabafo: para onde vai este País ! Para onde vai a DGARTES!  Será que já ninguém quer saber desta Direção-Geral? A propósito, estará a haver muitas sugestões de melhoria dos projetos de regulamento em discussão? Talvez não, quem sabe como reação a não se ter discutido o Decreto-Lei que os antecedeu. Conhecemos «entidades» que perante esta situação, renderam-se ..., desistiram de fazer comentário, mandar sugestões. A apatia parece que está a vencer. Sinais terríveis para a democracia.
E não se pode ganhar tempo a qualquer preço!

EXPOSIÇÃO | «Jazz em Portugal» | VISITA GUIADA | 15 SET 2017 | 17:00 H | BNP | LISBOA



 Marcações: rel_publicas@bnportugal.pt




sábado, 9 de setembro de 2017

«Le Festival mondial du théâtre de Nancy : une utopie théâtrale (1963-1983)»


«C’est à Nancy que les festivaliers et la France découvrent le Teatro Campesino, le Bread and Puppet Theatre, Bob Wilson, Tadeusz Kantor, Jerzy Grotowski, Pina Bausch, Terayama, Kazuo Ōno, la Cuadra de Séville, le Teatro Comuna de Lisbonne ou encore le Brésilien Augusto Boal.
 De 1963 à 1983, le Festival mondial du théâtre de Nancy, créé par Jack Lang, a bouleversé le paysage théâtral. Surfant sur la vague du théâtre universitaire en Europe, forte au début des années soixante, le Festival allait bientôt devenir mondial et professionnel, parcourant la planète pour faire venir à Nancy les nouveaux talents étrangers, et s’imposant comme un rendez-vous précieux.
 Durant deux décades marquées par des guerres, des dictatures, des coups d’État et Mai 68, sans beaucoup de subventions mais avec des hordes de bénévoles dévoués, le Festival fut un foyer du théâtre protestataire, un laboratoire de l’utopie où s’inventèrent des formes de théâtre nouvelles chahutant le primat du texte.
 Ce fut le festival de la jeunesse, une folle ambiance faite de rencontres, de liesse et de discussions jusqu’au bout de la nuit. C’était avant le temps d’Internet, des portables et des ordinateurs, le dernier festival du XXe siècle. C’est cette histoire sans pareille, nourrie d’archives et de nombreux témoignages, que ce livre raconte». Continue a ler.
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A propósito um comentário de HELDER COSTA num post sobre o livro no «O Tempo das Cerejas»,  que aliás foi quem nos levou ao do Elitário Para Todos:

«(...) O Cénico de Direito foi 3 vezes a esse Festival ( quando era reservado a Teatro Universitário). Correu bem,boas criticas, aprendemos bastante e tivemos menções honrosas em 1966 e 1967. Uma nota cómica e irónica. Como director do grupo fui chamado ao juri em 1966. Queriam dar -nos o grande prémio do tema imposto. Tive que recusar. E eles - porquê? porque apresentamos à Censura um texto que não tem nada a ver com o que fizemos aqui. Se nos pedirem para fazer o espectáculo em Portugal, temos a Pide em cima... ».
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Mas tudo isto  também leva a mais perguntas, no tempo presente, por exemplo: qual a politica do Governo - e perguntamos ao Primeiro Ministro (já percebemos que não vale a pena perguntar ao Ministério da Cultura) - sobre FESTIVAIS de Teatro e demais artes? Não deveria isso ser claro no Sistema de Apoios (o tal em semi-discussão, ...)? E quanto ao Teatro Universitário, e ao Teatro Amador, e ao Teatro Escolar sem ser superior? Pois é, Politicas Públicas na Cultura e nas Artes não se podem reduzir a uma sequência de artigos e números de uma diploma juridico, ainda por mais numa lógica fiscalizadora, sem alma por trás ...Sem o que escrevia Fernando Mora Ramos em«Artes: Estado e modalidades de apoio»:

Num artigo recente, tentei dizer que um sistema estatal de apoio às artes necessita de fundamentação ideal, filosófica, que o faça coincidir com a própria democracia, lhe injecte energia crítica constante promovendo a relação entre o debate que emerge das práticas artísticas e o acesso qualificado à criação e à literacia implícita aos seus modos de escrita e fruição. Continue a ler.