terça-feira, 14 de março de 2023

REDE DE TEATROS E CINETEATROS E O «SORTIDO FINO» DE MEGA FERREIRA

 

Nunca era tempo perdido ouvir Mega Ferreira. Aprendia-se sempre. Era um prazer. E nem sempre se estava de acordo com as suas abordagens. Com as suas táticas. Já quanto à visão, não havia como não aderir. A nosso ver, tinha um talento  especial para se pronunciar sobre questões mais controversas mas sempre de forma abonada - e esta é palavra muito sua. Enfim, admirávamos Mega Ferreira e por aqui gostamos disso. Gostamos de gostar.  Agora que nos deixou continuamos a saborear a sua herança. E o «livrinho» da imagem proporciona bons momentos, e ao que nos leva! Na circunstância, em torno da expressão «sortido fino», imagine-se!, lembrámo-nos da «Rede de Teatros e Cineteatros». Era a expressão que nos faltava para «etiquetarmos» o que nos parece ser o «conceito» - mas será que existe, ou apenas temos um somatório de coisas? -  inerente ao apoio à programação. SORTIDA como se pode verificar:

 «(…)

G._Domínios artísticos de atividade:

1._As atividades financiadas ao abrigo do presente programa de apoio inscrevem-se no domínio da programação, a qual deve ser parte integrante da oferta regular e contínua do equipamento cultural previsto na candidatura, e que pode incluir:

a)_Acolhimento e coproduções;

b)_Residências artísticas;

c)_Exibição cinematográfica.

2._Para além do disposto no número anterior, o programa de apoio abrange ainda os seguintes domínios e subdomínios de atividade:

a)_Circulação nacional, abrangendo a itinerância de obras ou projetos pelos teatros, cineteatros e outros equipamentos culturais da RTCP, incluindo as ações que contribuam para esse fim;

b)_Ações estratégicas de mediação, que podem integrar:

i)_Ações em articulação com o ensino formal;

ii)_Ações de educação não formal;

iii)_Ações de promoção, proximidade e acessibilidade.

(…)». Veja mais.

 Mas que «sortido»! E certamente que o querem «fino». Do que Mega Ferreira escreve:

 


Bem sabemos, presentemente não há tempo para uma avaliação abonada do estado da intervenção do Estado e da Administração na esfera da Cultura em geral e das Artes  em particular. Os profissionais do setor consomem-se na sua sobrevivência. As Organizações das Artes vão tentando ir a tudo que lhes dê mais uns cobres - ao sortido de apoios domésticos e comunitários que vão aparecendo -  e e neste processo se consumindo e perdendo identidade... E há enigmas: por exemplo, como se explica que haja quem não é abrangido  pelos «SUSTENTADOS» da DGARTES mas depois é apoiado pelo APOIO À PROGRAMAÇÃO na esfera da REDE DE TEATROS E CINETEATROS? As exigências diminuem? O comum dos cidadãos  talvez tenha direito a uma explicação. E saber o que distingue, se ganha, se perde perde nestas transações ... Uma coisa é certa, verificamos que os acolhimentos progridem, mas o espanto das CRIAÇÕES PRÓPRIAS - sim que nem serão feitas para andar em itinerância - estarão a escassear ... Ai, que saudades  da CORNUCÓPIA!     
 
 

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