Este ensaio reivindica a cultura para a colectividade inteira, único meio para o despertar da consciência da humanidade sobre si própria. Afirmar a cultura como problema central do nosso tempo foi tão urgente em 1939 quanto hoje». Saiba mais.
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Sobre o livro no Avante! desta semana:
«A Cultura Integral do Indivíduo continua a ser problema central do nosso tempo
Manuel Rodrigues
Bento de Jesus Caraça identificava a cultura como a verdadeira liberdade
Faz agora 90 anos que Bento de Jesus Caraça proferiu a conferência «Cultura integral do indivíduo – problema central do nosso tempo». Uma Conferência inserida em todo um processo de luta pelo acesso do povo ao ensino, à cultura, à liberdade, de que Bento de Jesus Caraça foi incansável impulsionador como intelectual, cientista, pedagogo, promotor da educação e instrução populares, lutador antifascista, militante comunista.
De facto, Bento de Jesus Caraça despontou como jovem académico em plena época de ascensão do regime fascista português, terrível tempo de culto e promoção de um obscurantismo incompatível com a postura de um intelectual de novo tipo.
Foi neste contexto político que se manifestou a sua grande preocupação com a cultura, que identificava como a verdadeira liberdade, na sua ânsia de contribuir para a formação de um proletariado educado e culto, tendo plena consciência dos seus direitos e deveres, em suma, com consciência de classe.
A sua concepção de cultura, alheia a todo o elitismo e radicalmente democrática, viria Bento de Jesus Caraça a explicitá-la desta forma nesta Conferência, quando se interroga «o que é o homem culto?» e responde que este:
«1.º – Tem consciência da sua posição no cosmos e, em particular, na sociedade a que pertence;
«2.º – Tem consciência da sua personalidade e da dignidade que é inerente à existência como ser humano;
«3.º – Faz do aperfeiçoamento do seu ser interior preocupação máxima e fim último da vida.»
Sublinha, no entanto que, para que o homem possa trilhar a senda da cultura, é indispensável que ele seja economicamente independente. O problema económico – insistia – é, de todos os problemas sociais, aquele que tem de ser resolvido em primeiro lugar. (...)».
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